Cresce o número de tartarugas mortas em Sergipe
O aumento do número de tartarugas mortas no litoral sergipano deixa as autoridades preocupadas e é uma demonstração de que é preciso conscientizar mais a população, para que proteja as praias e rios, evitando jogar lixo e, principalmente material plástico, que leva centenas de anos para ser destruído.
O registro de 538 mortes, principalmente da espécie Oliva, acende o sinal de alerta e exige uma maior fiscalização, sobretudo com relação aos que pescam utilizando redes para captura de camarão. As tartarugas ficam enroscadas nas redes e morrem.
Segundo o coordenador Sustentabilidade do Projeto Tamar, César Coelho, apesar da pesca de arrasto ser permitida em Sergipe, a lei estabelece que a captura só pode ocorrer em trechos distantes duas milhas náuticas, o que corresponde a 3.704 metros. No entanto, nem todos os pescadores cumprem o que diz a lei. “A rede passa cinco horas na água. Nesse período, as tartarugas acabam se enganchando, não conseguem subir para a superfície, desmaiam e morrem”.
As tartarugas mortas estão em idade de reprodução, o que aumenta o risco de extinção.
Outra preocupação do projeto Tamar é que essas tartarugas são na sua maioria jovens ou adultas em idade de reprodução. Infelizmente, não dá tempo para salvar os animais, já que, na maioria das vezes, já são resgatados em estágio de decomposição. “É uma perda biológica muito grande, são animais já adultos, que poderiam estar reproduzindo. De cada mil tartarugas nascidas, só uma ou duas chegam à idade adulta, então, é uma perda biológica muito grande”, frisou.
Os integrantes do Projeto Tamar tentam conscientizar pescadores e outros segmentos, para que evitem utilizar redes próximas da praia, a fim de evitar a morte dos animais.
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