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Surfistas da Caueira/SE dão exemplo de consciência ambiental

Aracaju (SE), 15 de fevereiro de 2019.

Qual é o papel do surfista no tocante a busca inexorável pela consciência ambiental da costa marítima sergipana? Os graves problemas ambientais aumentam gradativamente, necessitando da atenção das comunidades surf e dos órgãos governamentais competentes pela limpeza pública, conscientização e preservação do meio ambiente.

Os surfistas locais da praia da Caueira, em Itaporanga da Ajuda, deram exemplo no combate à poluição do plástico no Oceano Atlântico. A ação ocorreu no dia 02 de fevereiro, sábado, em toda a extensão do calçadão da Orla marítima.

O grupo de amigo itaporanguense liderado pelo surfista Vitor Rodrigues, de 20 anos e com cinco anos de prática esportiva, passou o protetor solar e foi à cata de embalagens plásticas de diversos produtos industrializados, bia de cigarro, canudos, copos e o problemático micro lixo que afeta diretamente o meio ambiente na totalidade.

Cartaz digital da “Campanha Praia Limpa” na cidade de Itaporanga D´ajuda/SE – Imagem: Organização

“Os surfistas locais decidiram realizar a coleta de lixo com os objetivos de reduzir os riscos marítimos, preservar a praia, preservar o meio ambiente, preservar a nossa própria vida, pois até, nós sofremos esse risco de contaminação através do lixo descartado na Praia”, reafirma o líder do movimento “Campanha Praia Limpa”, Vitor Rodrigues.

Os surfistas envolvidos na ação citam que existem poucos tonéis de lixo distribuídos em toda a extensão da praia. A gestão municipal poderia aumentar a quantidade de lixeiras e implantar placas de sinalização com mensagens de conscientização ambiental. Para o grupo torna-se desconfortante os turistas chegarem à praia da Caueira, um dos melhores catões postais de Sergipe, e observarem o meio ambiente sujo.

“As placas motivando os frequentadores da praia a jogar o lixo no lixo é fundamental. Também levamos em conta maior distribuição de lixeiras na praia. O surfista tem que ter consciência e dá o exemplo continuamente, toda vez que for à praia surfar e vê o lixo no chão, basta pegar e jogar no lixo, pois, assim os frequentadores irão ver o exemplo e farão o mesmo”, Vitor Rodrigue ressalta a importância da participação dos surfistas na preservação.

Ação de limpeza da praia da Caueira/SE, promovida pelos surfistas locais organizadores da “Campanha Praia Limpa” – Imagem: Organização

A preocupação do grupo de surfistas itaporanguenses está focada no sentido mais amplo da palavra “praia limpa” e na preservação da fauna marinha do oceano e se alinha as questões debatidas mundialmente pelas indústrias, organizações governamentais e instituições do terceiro setor neste início de ano.

O departamento do meio ambiente da ONU – Organizações das Nações Unidas, lançou a campanha mundial, #OcéansPropes, na Cúpula Mundial dos Oceanos realizada em Bali, Indonésia, em 2017, com o objetivo de pedir aos governos do mundo que adotem políticas de redução do plástico e que as indústrias reduzam o uso da fabricação das embalagens plásticas, viabilizando novos projetos de embalagens para conscientizar e mudar o comportamento da população consumidora, inserindo novos hábitos de compra e, também, de descarte.

Oceanos recebem 8 milhões de toneladas de plástico por ano. Foto: ONU/Martine Perret

Seguindo a orientação da Cúpula Mundial dos Oceanos, a indústria plástica mundial resolveu partir para o ataque contra a poluição do plástico nos oceanos. No último dia de 16/01, surgiu a AEPW (Aliança para o Fim dos Resíduos Plásticos, na língua portuguesa) constituída pelas 30 maiores empresas globais da indústria plástica que fabricam ou manipulam o substrato, a exemplo da Branskem, BASF, Dow, LyondellBasell, Shell Chemical, DSM e a Procter & Gamble. As indústrias são responsáveis pelos bens de consumo, por isso, se uniram no pacto contra a poluição dentro e fora dos oceanos, assegurando o investimento de 1 bilhão de dólares.

O jogo global para que todo mundo #AcabeComAPoluiçãoPlástica. Desafio #AcabeComAPoluiçãoPlástica: todos juntos contra a poluição plástica – Imagem: nacoesunidas.org

A poluição dos rios e das praias em Sergipe necessita da atenção de todas as autoridades públicas e dos cidadãos que compõem a atual sociedade consumidora. Os surfistas podem ser a mola propulsora da mudança comportamental dos banhistas e, consequentemente, na ampliação da preservação das tartarugas marinhas e de outras espécies que passam por graves problemas de saúde gerados pelo lixo descartado erroneamente, seja pela população local ou pelos turistas que visitam o belíssimo litoral sergipano.

Atividades como pesca e aquacultura podem gerar cerca de US$ 100 bilhões por ano – ONU/Joerg Blessing

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