O mar avança nas praias sergipanas
Quem esteve presente nas praias da Atalaia, em Aracaju, no último swell acompanhado com a maior maré do ano, ocasionada na última quinta-feira, 21, atingindo 2.40m às 16h45, constatou o avanço abrupto da água na faixa de areia.
O fenômeno natural vem ocorrendo há alguns anos atrás, desde o litoral sul até o extremo norte de Sergipe. Os surfistas acompanham a mudança da bancada e o avanço da maré em Thermas/Ponta dos Mangues, Pacatuba. Em Lagoa Redonda, Pirambu, a água está próxima do coqueiral e a faixa de areia vai ficando ano após ano reduzida.
No litoral sul não é diferente, a destruição tomou conta de várias casas de veraneio da praia do Saco, principalmente as que ficam próximas da boca do Rio Piauí. Os calçadões da praia do Abaís, em Estância, e da praia da Caueira, em Itaporanga D´ajuda, e dezenas de casas vêm passando por destruição, causando prejuízos financeiros para os municípios e proprietários de imóveis.
O fenômeno da maior maré do ano, alinhado com fortes chuvas e rajadas de vento ajudaram a água invadir o espaço reservado para as cadeiras dos bares localizados do lado direito da praia da Havaizinho, na Orla da Atalaia. Nas imediações dos Lagos da Orla e Kartódromo Emerson Fittipadi a água chegou bem perto das pequenas dunas.
As rajadas de vento trouxeram prejuízos para alguns comerciantes, letreiros publicitários foram ao chão. Palhas secas de coqueiros do canteiro central ligando o Terminal de Ônibus da Atalaia até a construção abandonada do hotel caíram sobre o passeio.
No bairro 13 de Julho, zona sul de Aracaju, não foi diferente. O canal da Av. Anísio Azevedo transbordou mais uma vez, levando prejuízos financeiros e de saúde pública para moradores e comerciantes, devido à água de esgoto corrente no canal que desemboca no Rio Sergipe. As autoridades públicas têm que investir no processo de dragagem desde Iate Club Aracaju até o Rio Poxim para não haver mais alagamento naquela localidade.
A maré alta para os surfistas sergipanos podem trazer melhores condições à prática do surf (depende de outros fatores naturais), por outro lado, diversas localidades no litoral sergipano vêm passando por um forte processo de destruição. De acordo com os surfistas mais experientes, o mar está apenas retomando o seu espaço que foi ocupado por construções de infraestrutura e residências ao longo de décadas.
Aracaju (SE), 24 de março de 2019.
Foto Destacada: Praia do Havaizinho
Foto: Grupo Team Surf Boards