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Matheus Navarro e Daniela Rosas são os novos campeões do Rip Curl Pro Playa Grande na Argentina

O catarinense Matheus Navarro e a jovem peruana de 17 anos, Daniela Rosas, são os novos campeões do Rip Curl Pro Playa Grande, na sétima edição da etapa argentina do WSL Qualifying Series encerrada neste domingo em Mar del Plata. Matheus, 24 anos, conquistou sua segunda vitória em etapas do QS 1500 no ano, na final catarinense com Lucas Vicente de apenas 17 anos, que assumiu a liderança no ranking sul-americano da WSL South America. A peruana conseguiu seu primeiro título no Circuito Mundial da World Surf League, na decisão contra a chilena Lorena Fica, 23 anos, após acabar com a invencibilidade da equatoriana Dominic Barona, que tentava o tricampeonato consecutivo na Playa Grande. Na Argentina foi iniciada a corrida pelo título sul-americano feminino e Daniela Rosas largou na frente.
O catarinense Matheus Navarro e a jovem peruana de 17 anos, Daniela Rosas, são os novos campeões do Rip Curl Pro Playa Grande, na sétima edição da etapa argentina do WSL


Dominic Barona, Ornella Pellizzari, Daniela Rosas e Lorena Fica (Foto: Mariano Antúnez)

Os homens já tiveram três etapas organizadas pela WSL South America esse ano, com o Rip Curl Pro Playa Grande encerrado neste domingo na Argentina. O potiguar Jadson André liderava o ranking desde a vitória no Oi Hang Loose Pro Contest em Fernando de Noronha. Ninguém superou os seus 1.000 pontos no Claro Open Pro – Copa Tubos QS 3000 do Peru, vencido pelo francês Gatien Delahaye. Agora, Jadson foi ultrapassado pelos finalistas do QS 1500 de Mar del Plata, que pontuam no ranking sul-americano. O vice-campeão Lucas Vicente já havia garantido o primeiro lugar quando passou pelo chileno Roberto Araki nas semifinais. E Matheus Navarro, saltou do centesimo lugar para a vice-liderança com a vitória na Argentina.

“Hoje é um dia muito especial para mim, da Ressurreição de Cristo. O Domingo de Páscoa é uma das datas mais importantes, e estou muito feliz pela vitória nesse dia que sempre gostei muito”, disse Matheus Navarro, que só voltou a competir no Circuito Mundial esse ano e já ganhou duas etapas. A primeira da carreira foi no QS 1500 de Cocoa Beach, na Flórida, Estados Unidos. Agora, venceu seu segundo QS 1500 na Argentina, subindo da 98.a para a 48.a posição no ranking do WSL Qualifying Series e do centésimo para o segundo lugar no regional da WSL South America, que define o campeão sul-americano da temporada. 


Matheus Navarro (Foto: Mariano Antúnez)

“Em 2016, terminou o contrato com meu antigo patrocinador de 8 anos, então fiquei sem nenhum patrocinador”, contou Matheus Navarro, sobre ter parado de disputar o Circuito Mundial.  “Não teria como viajar para o QS, porque é muito caro. Só no final de 2017, eu assinei com a Oceano, que é uma grande marca de roupas de Santa Catarina, onde eu vivo. Mas, começamos com um contrato para free-surf apenas. No ano passado, eu estava em um barco em Mentawaii numa dessas viagens pela Indonésia, aí um grande amigo meu, que me conhece desde pequeno e fazia tempo que não nos encontrávamos, me viu surfando todos os dias e disse que eu tinha que voltar a competir. Ele tem uma grande empresa de alimentos e é ele quem está me levando para o QS esse ano, então obrigado Thiagão, que é um anjo que caiu do céu para eu conseguir vencer dois eventos já e nem tenho palavras pra descrever”.

A decisão do título do Rip Curl Pro Playa Grande foi bem disputada e terminou com uma pequena vantagem de 12,10 a 12,05 pontos. Lucas Vicente foi o primeiro surfista a ir mais para próximo das pedras, à esquerda da estrutura do evento em Biologia. Foi lá que ele achou as rampas para mandar os aéreos na semifinal contra o chileno Roberto Araki e onde largou na frente na final com seus “full rotation” de frontside. Matheus Navarro se posicionou mais no meio da praia e os dois ficaram bem distantes. Ele falhou nas duas primeiras tentativas, mas achou uma esquerda boa que abriu uma parede mais longa para fazer uma série de seis manobras de backside que valeram nota 6,75.

Lucas responde com nota 6,00 em outra esquerda perto das pedras, finalizada com mais um aéreo. Depois, foi aumentando a vantagem com 5,35 e 6,05 em ondas seguidas, enquanto Matheus permanecia esperando no meio da praia, onde surfou a melhor da bateria até ali. Ele entra numa direita ruim, mas insiste e pega outra no mesmo lugar que dá para fazer três manobras, porém só consegue nota 4,00 e precisava de 5,30 para liderar a bateria.


Lucas Vicente (Foto: Mariano Antúnez)

VIRADA NO FINAL – Lucas então remou em direção a ele, para ficar mais próximo nos minutos finais. Ele tinha a prioridade de escolher a onda e entrou numa que acabou ficando ruim, dando a chance para o adversário. Matheus pega numa esquerda mais em pé e começa com um batidão vertical de backside na primeira manobra, faz um arco antes de atravessar a sessão de espuma e ataca a onda mais três vezes para ganhar 5,35 dos juízes. A nota virava o placar para 12,10 a 12,05 pontos há 5 minutos do fim da bateria.

Lucas tenta recuperar a ponta arriscando um aéreo muito alto, porém sem aterrisar para conseguir os 6,06 pontos que passou a precisar para a vitória. Aí foi Matheus que, com a prioridade de surfar a próxima, foi para perto do Lucas que não parava de remar de um lado para o outro na praia. No entanto, não entrou mais nenhuma onda boa e Matheus Navarro festejou sua segunda vitória no ano e da sua carreira no Circuito Mundial.

“As condições hoje (domingo) estavam muito difíceis, mudando bastante a cada momento”, disse Matheus Navarro. “Eu vi a semifinal do Lucas, quando ele foi pegar ondas lá bem perto das pedras que ninguém tinha surfado no campeonato. Mas vi também que ficou duas baterias sem quebrar nenhuma direita aqui na frente, então acho que Deus me disse para ir para ali que eu ia pegar as ondas nesse lugar. Estou muito feliz que deu certo de conseguir a vitória assim”.


(Foto: Mariano Antúnez)

HEGEMONIA BRASILEIRA – Matheus Navarro é o primeiro catarinense a ganhar o Rip Curl Pro Playa Grande nas sete vitórias da hegemonia brasileira na Argentina. Nos cinco últimos anos, todos os troféus de campeão do QS de Mar del Plata foram vencidos por surfistas do litoral paulista. Só o primeiro está no Paraná, com Jihad Khodr, na estreia da etapa argentina em 2013. Matheus tirou o último paulista da briga do título nas semifinais, Igor Moraes, que tinha derrotado o argentino Leandro Usuna no primeiro duelo homem a homem do domingo.

Os surfistas de outros países tiveram a chance de acabar com a hegemonia de títulos brasileiros nas quartas de final. Mas, o argentino perdeu a primeira para Igor Moraes, Matheus Navarro derrotou o chileno Gustavo Dvorquez e Lucas Vicente passou pelo peruano Lucca Mesinas.  Somente o chileno Roberto Araki sobreviveu, contra o jovem potiguar Mateus Sena na última bateria. Ele depois foi aniquilado no ataque aéreo de Lucas Vicente e dividiu o terceiro lugar no Rip Curl Pro Playa Grande com o paulista Igor Moraes.

QS 1000 FEMININO – No QS feminino, o Brasil também disputou vagas em todas as baterias das quartas de final, porém nenhuma conseguiu vencer as surfistas de outros países. A bicampeã invicta na Argentina, Dominic Barona, derrotou a pernambucana Monik Santos, a peruana Daniela Rosas passou pela carioca Karol Ribeiro, a argentina Ornella Pellizzari fez a melhor apresentação das meninas no domingo contra a paulista Camila Cassia e a chilena Lorena Fica ganhou da jovem catarinense de 15 anos de idade, Taina Hinckel.


Daniela Rosas (Foto: Mariano Antúnez)

Nas semifinais, Daniela Rosas acabou com a invencibilidade da equatoriana Dominic Barona em Mar del Plata, na disputa pela primeira vaga na decisão do título do Rip Curl Pro Playa Grande. Na outra, a chilena Lorena Fica frustrou a torcida local ao derrotar Ornella Pellizzari, na última esperança de uma inédita vitória argentina em casa esse ano.

A grande final foi bem fraca de ondas e as duas tentaram ao máximo conseguir suas primeiras vitórias na carreira. Daniela Rosas ficou mais ativa e conquistou o título por uma pequena diferença no baixo placar de 5,90 a 5,10 pontos. Com a vitória, a peruana larga na frente na disputa pelo título sul-americano da WSL South America em 2019 e estão previstas mais sete etapas no calendário feminino para elas competirem esse ano no continente.

“Estou muito feliz pela vitória, mas as condições estavam muito difíceis para competir, quase não havia ondas boas”, lamentou Daniela Rosas. “Mas, eu estava superconcentrada e sabia que ia ser uma disputa difícil com a Lorena (Fica), então estou feliz por ter conseguido vencer e ofereço esta minha primeira vitória a todos que sempre estão me apoiando, a família Cosoleto que me recebeu tão bem aqui, meus familiares, amigos, patrocinadores e todos que torcem por mim. Eu estava treinando superforte durante todo o verão, essa é a minha primeira vitória e este resultado certamente me deixa mais confiante para os próximos eventos”.

CHILE EM MAIO – Depois da Argentina, as duas próximas etapas valendo pontos para o WSL Qualifying Series no continente e para o ranking regional que define os campeões sul-americanos da temporada, serão disputadas no mês de maio no Chile. O Heroes de Mayo Iquique Pro vai promover nos dias 20 a 26 em Iquique, uma etapa masculina do QS 3000 e uma feminina do QS 1500, além de uma etapa do Sul-americano Pro Junior para as duas categorias na mesma semana. Depois, somente os homens irão competir no Maui and Sons Arica Pro Tour QS 3000 nos tubos desafiadores de El Gringo, de 28 de maio a 02 de junho em Arica.

Mais informações, notícias, fotos, vídeos e todos os resultados do Rip Curl Pro Playa Grande podem ser acessadas nas páginas do QS 1500 masculino e do QS 1000 feminino clicando em “Events” na barra superior do www.worldsurfleague.com

Aracaju (SE), 22 de abril de 2019.

Fonte: João Carvalho – WSL South America Media Manager

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