Tiê Chagas, a influência surf vem de casa
Nascer no berço esplêndido surf não é para todos os surfistas sergipanos. Para Tiê Chagas S. Alves, de 31 anos, a influência surf veio de casa. A sua fonte de inspiração primária vem do seu pai, Valmir S. Bezerra Filho, experiente surfista da “velha guarda” com serviço prestado para o desenvolvimento esportivo local. Ex-presidente da FSS – Federação Sergipana de Surf, Valmir Filho, além de fomentar a base foi responsável pela implantação do primeiro website institucional entre todas as federações surf do Brasil. Já a fonte secundária perpassa pelo seu irmão, Valmir Neto, surfista profissional com grande destaque no surf nordestino.
O surfista Tiê Chagas é local da Atalaia Nova, Barra dos Coqueiros, começou a praticar o esporte com apenas 5 anos e desde as categorias de base representou a bandeira de Sergipe nas competições nordestinas. Tiê acumula rica bagagem na história do surf local.
No último mês de maio, as ondulações de outono encostaram com constância, tamanho e pressão no litoral norte sergipano, fazendo a cabeça dos surfistas que se jogaram na BR 100. A Praia de Thermas, em Pacatuba, considerada a Indonésia sergipana, quebrou excelentes tubos e Tiê Chagas acreditou e se jogou nas ondas perfeitas para botar pra dentro e andar no trilho.
Após as fotos ganharem destaques nas redes sociais, o surfista Tiê Chagas (TC) concedeu entrevista para o Sombreiro Surf (SS), relatando um pouco da sua vida surf, das competições e de pegar altos tubos em Thermas. Confira a entrevista do experiente surfista, local da Barra dos Coqueiros, cidade sergipana totalmente surf.
SS – Qual foi sua inspiração para iniciar a prática esportiva?
TC – Meu pai Valmir Soares Bezerra Filho e o meu irmão mais velho, Valmir Soares Bezerra Neto, o Valmir Neto, conhecido no cenário do surf nordestino.
SS – Você já participou das competições representando as categorias de base do surf sergipano. Quais foram os seus melhores resultados?
TC – Já sim, na época do Circuito Escolar Shopping Jardins, isso há muito tempo atrás. Eu cheguei a ser campeão na categoria mirim. Tinha o circuito BSC lá na Barra dos Coqueiros que também era forte, onde consegui alguns bons resultados. Época boa viu.
SS – No seu ponto de vista, quais são os melhores picos surf em Sergipe? Por quê?
TC – Sou suspeito para falar sobre, hehehe. Sou “Thermaníaco” e pra mim só existe um pico em Sergipe, e esse pico é Thermas, um point break de esquerdas extensas, que em dias clássicos lembra aqueles filmes de surf gringo.
SS – Análise os últimos bons swell do outono sergipano e quais picos você surfou?
TC – Esse último swell foi coisa de louco. Eu vi ondas de 2 metros quebrando perfeitas na bancada rasa, a galera toda adrenalizada, nunca mais tinha sentido aquele friozinho na barriga. Surfei em Thermas todos os dias, como já assumi, sou “Thermaníaco”, gosto demais daquela onda.
SS – Comente as ondas tubulares de Thermas naquela manhã mágica registrada pelo fotógrafo profissional Orlando Rodrigues?
TC – Naquele dia 12 de maio, partir para o litoral norte com meu brother Pablo Menezes. Chegando lá, já estava na areia da praia o fotógrafo Orlando Rodrigues, e alguns surfistas como Sammir Melo, Bruno Leonel, Betão, entre outros. Foi um dia mágico, tudo se encaixou, o mar estava perfeito, com séries de 2 metrões. Faz muito tempo que uma ondulação não encaixa perfeitamente como foi nesse swell. Inesquecível até hoje, guardo lembrança desse dia de ondas incríveis, com uma galera alto astral.
SS – O que o surf representa na sua vida?
TC – Surf é um estilo de vida. Minha família é toda surf. Meu pai e meu irmão mais velho são surf. O surf me ensinou a ser o que eu sou. Eu me criei na beira da praia na Atalaia Nova, o mar e o surf estiveram sempre presentes na minha formação.
SS – Deixe um recado para os leitores do Sombreiro Surf.
TC – Tamo junto sempre, família do surf.
Aracaju (SE), 25 de junho de 2019.
Foto Destacada: @OrlandoRodrigues