Brasileiros invadem o primeiro QS 10000 do ano na África
Depois da passagem dos melhores surfistas do mundo no Oi Rio Pro em Saquarema, a África do Sul passa a ser o centro das atenções do Circuito Mundial nas próximas semanas. Na segunda-feira foi iniciado o primeiro QS 10000 do ano, que vai até domingo em Ballito. E na próxima terça-feira, já começa o prazo do sexto desafio do World Surf League Championship Tour em Jeffreys Bay, onde Filipe Toledo vai tentar o tricampeonato consecutivo. No QS 10000 Ballito Pro, somente na quinta-feira foi completada a segunda fase com todos os participantes estreando e os brasileiros conquistaram a maioria das vagas para a rodada dos 48 melhores nas ondas de Willard Beach, em KwaZulu-Natal, na África do Sul.
Foram três dias para realizar as 24 baterias e dos 25 brasileiros que competiram em dezoito delas, quinze saíram do mar classificados entre os dois primeiros colocados. Na quinta-feira, aconteceu uma 100% verde-amarela encabeçada pelo defensor do título do Ballito Pro. Foi com os 10.000 pontos da vitória nesta etapa, que o paranaense Peterson Crisanto garantiu sua entrada na elite do CT, mas ele só conseguiu surfar uma onda boa e foi eliminado junto com o capixaba Rafael Teixeira, pelo carioca Lucas Silveira e pelo paulista Flavio Nakagima.
“As condições das ondas não estão fáceis, mas fui feliz em achar algumas boas para passar a bateria em primeiro lugar”, disse Lucas Silveira. “Definitivamente, é muito difícil competir com outros brasileiros, pois todos surfam muito bem e tinha o Peterson (Crisanto) ainda, que foi campeão aqui no ano passado. Felizmente, eu consegui passar para a próxima fase e esse evento é, para mim, um dos mais importantes da temporada, então espero continuar avançando para ir somando mais pontos no ranking”.
Com os 1.000 pontos que já garantiu com a passagem para a terceira fase do Ballito Pro, Lucas Silveira ganhou duas posições no ranking, subiu do 21.o para o 19.o lugar e passou a ser o brasileiro mais próximo de entrar no grupo dos dez surfistas que o WSL Qualifying Series classifica para a elite dos top-34 da World Surf League. Ele ultrapassou o capixaba Krystian Kymerson, que foi eliminado em sua primeira bateria na África do Sul e já despencou da 16.a para a vigésima colocação, com os resultados da quinta-feira atualizados no ranking.
LÍDER BARRADO – Outra baixa imprevista na quinta-feira foi a do potiguar Jadson André, no penúltimo confronto do dia, abrindo a fase dos 48 melhores do Ballito Pro. Assim como o defensor do título, Peterson Crisanto, o líder do ranking não conseguiu pegar as melhores ondas que entraram na bateria e terminou em 37.o lugar no campeonato, marcando 1.000 pontos. Jadson teve um início de temporada fulminante, decidindo os títulos das três primeiras etapas com status QS 6000, que só ficam abaixo dos QS 10000 em nível de importância.
Ele ganhou o Oi Hang Loose Pro Contest na volta de Fernando de Noronha ao calendário mundial e foi vice-campeão nas duas da Austrália, em Newcastle e em Sydney. Agora, totaliza 16.000 pontos e quatro surfistas podem lhe tirar a liderança do ranking nesta semana. O vice-líder é Matt Banting, que continua na disputa do título do Ballito Pro. Já o americano Nat Young, que dividia o segundo lugar com o australiano, bem como o brasileiro Alex Ribeiro, quarto colocado, também já foram eliminados em suas estreias na África do Sul.
VAGAS NO G-10 – Os outros com chances matemáticas de ultrapassar os 16.000 pontos do potiguar são o também australiano Jordan Lawler, o japonês Reo Inaba e o norte-americano Evan Geiselman, que entrou na zona de classificação para o CT 2020 com a passagem para a terceira fase em KwaZulu-Natal. Com 10.000 pontos em jogo, qualquer um pode entrar no G-10 com a vitória no Ballito Pro.
O costa-ricense Carlos Munoz passou para a fase dos 24 melhores na bateria que fechou a sexta-feira e foi dormir em décimo lugar no ranking. Ele conseguiu isso com os 7.890 pontos que atingiu, somando os 2.200 que garantiu pela classificação para a quarta fase, ou seja, menos do que os 10.000 pontos que o campeão vai receber no domingo. A briga pelas vagas no grupo de acesso para o CT será intensa e o sul-americano que está mais próximo da lista é o peruano Miguel Tudela, em 13.o lugar no ranking no momento.
INKA TEAM – Miguel já chegou na África do Sul dividindo esta posição com outro peruano, Alonso Correa, que não passou da sua estreia em Ballito. Os dois são as maiores apostas para que o CT tenha um representante do “Inka Team” pela primeira vez no ano que vem e já estiveram no G-10 do QS esse ano. A bateria de Miguel Tudela ficou para abrir a sexta-feira e a parada será duríssima para ele, pois vai enfrentar dois integrantes da elite, o campeão mundial Adriano de Souza e o australiano Jack Freestone, além de outro brasileiro, Marcos Correa.
Entre os dezessete sul-americanos que continuam na disputa do título do QS 10000 Ballito Pro, os únicos não brasileiros são o peruano Miguel Tudela e o uruguaio Marco Giorgi, que foi um dos destaques do dia nas ondas de 3-4 pés da quinta-feira em Willard Beach. Ele competiu contra dois brasileiros e confirmou a vitória destruindo uma onda que valeu a segunda maior nota do dia, 8,17. Com ela, fez também a segunda maior somatória da quinta-feira, 14,67 pontos, para superar os 14,36 do baiano Bino Lopes, que ganhou a briga pela segunda vaga do catarinense top da elite, Willian Cardoso, e do sul-africano Matthew McGiilivray.
RECORDE DO DIA – Os 14,67 pontos do uruguaio Marco Giorgi só não superaram os 15,17 que o brasileiro Deivid Silva tinha atingido com as notas 8,00 e 7,17 da sua estreia em Willard Beach. Deivid é uma das novidades na “seleção brasileira” do CT este ano e eliminou o ex-top, Frederico Morais, com o chileno Manuel Selman perdendo junto com o português. O outro representante de Portugal era Vasco Ribeiro, que caiu no confronto seguinte, na primeira dobradinha verde-amarela da quinta-feira, dos paulistas Miguel Pupo e Jessé Mendes.
A outra foi a do Lucas Silveira com Flavio Nakagima na bateria brasileira contra Peterson Crisanto e Rafael Teixeira. Essas foram as últimas classificações, pois o carioca Jeronimo Vargas perdeu na bateria seguinte, o catarinense Tomas Hermes foi barrado junto com o argentino Leandro Usuna na que fechou a segunda fase e o potiguar Jadson André saiu da briga na que abriu a terceira fase. Depois, só aconteceu mais uma e a terceira ficou para as 7h00 da sexta-feira na África do Sul, 2h00 da madrugada no fuso horário de Brasília.
PRÓXIMAS BATERIAS – Apesar da eliminação do líder do ranking, Jadson André, quatorze brasileiros ainda podem avançar para a fase dos 24 melhores e seguir tentando repetir a vitória do paranaense Peterson Crisanto no ano passado. Apenas duas das dez baterias que restam para fechar a terceira fase, não terão algum brasileiro disputando vagas. A batalha começa em dose dupla logo na primeira do dia, com os paulistas Adriano de Souza e Marcos Correa enfrentando o peruano Miguel Tudela e o australiano Jack Freestone.
Na seguinte, serão três lutando por duas vagas com o havaiano Keanu Asing, os irmãos Wiggolly Dantas e Weslley Dantas de Ubatuba e o pernambucano Ian Gouveia. Duas depois, a sexta da terceira fase, entram mais dois, o paulista Caio Ibelli e o baiano Marco Fernandez, com o australiano Kalani Ball e o japonês Joh Azuchi. Mais duas participações duplas acontecem na oitava bateria, com o paulista Deivid Silva e o pernambucano Luel Felipe enfrentando o francês Joan Duru e o australiano Kyuss King, e na nona com o paulista Miguel Pupo e o baiano Bino Lopes contra dois australianos, Matt Banting e Ethan Ewing.
Na décima tem outro paulista, Jessé Mendes, junto com o uruguaio Marco Giorgi, disputando duas vagas com o sul-africano David Van Zyl e o taitiano O´Neill Massin. Os outros dois brasileiros fecham a terceira fase contra três surfistas de outros países. O carioca Lucas Silveira está na penúltima com o japonês Reo Inaba, o francês Maxime Huscenot e o americano Ian Crane. E na última, o paulista Flavio Nakagima encara dois tops da elite, o australiano Wade Carmichael e o americano Griffin Colapinto, além do havaiano Tanner Hendrickson.
O QS 10000 Ballito Pro está sendo transmitido ao vivo pelo www.worldsurfleague.com e o fuso horário da África do Sul é de 5 horas a mais do Brasil. Normalmente, a primeira chamada do dia está sendo as 7h00 em KwaZulu-Natal, 2h00 da madrugada no Brasil.
Aracaju (SE), 05 de julho de 2019.
Fonte: WSL South America Media Manager /João Carvalho