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Brasil é maioria entre os concorrentes ao título do US Open of Surfing

Mais seis brasileiros vão disputar vagas para as oitavas de final do US Open of Surfing, aumentando para onze o pelotão verde-amarelo entre os 24 concorrentes ao título do segundo QS 10000 do ano na Califórnia, Estados Unidos. O campeão mundial Adriano de Souza, os também paulistas Caio Ibelli e Weslley Dantas, os catarinenses Tomas Hermes e Mateus Herdy e o pernambucano Luel Felipe, passaram suas baterias nas ondas de Huntington Beach na terça-feira, para se juntar aos cinco que já tinham se classificado na segunda-feira.

O dia começou bem para o Brasil, com Caio Ibelli despachando o número 1 World Surf League Championship Tour, Kolohe Andino, logo na primeira bateria. O brasileiro achou uma esquerda que abriu a parede para fazer mais manobras com seu backside. Ele ganhou nota 8,0 nessa onda que decidiu a vitória por 13,03 pontos, enquanto o californiano não conseguiu nem uma nota 5 nas duas únicas que surfou. O líder do CT acabou eliminado pelo 102.a colocado no ranking do WSL Qualifying Series, o australiano Kalani Ball, por 11,10 a 9,57 pontos.

“Não dava nem pra acreditar que seria possível tirar uma nota excelente nas condições do mar de hoje (terça-feira), então fiquei empolgado em conseguir achar duas ondas boas nessa bateria”, disse Caio Ibelli. “Estou sentindo muita confiança no meu equipamento e esse relacionamento com meu shaper (fabricante de pranchas) era uma coisa que eu sempre quis por muitos anos. Agora estou me divertindo e me sentindo muito bem, com confiança”.

Weslley Dantas (Foto: Jenny Herron / WSL via Getty Images)

Na segunda bateria do dia, entraram três brasileiros do litoral paulista para disputar duas vagas com um australiano e Liam O´Brien ficou com uma delas. O ubatubense Weslley Dantas começou bem com nota 6,83 e venceu por 11,83 pontos, mas o australiano superou os dois surfistas de São Sebastião com o 4,87 recebido em sua última onda. Ele ficou em segundo com 11,20 pontos, contra 9,27 do Miguel Pupo e 8,26 do Thiago Camarão.

A terceira bateria foi a única sem brasileiros e o bicampeão do US Open, Kanoa Igarashi, venceu com Jack Freestone, vice-campeão no primeiro QS 10000 do ano na África do Sul, passando com ele. O australiano entrou no grupo dos dez que o WSL Qualifying Series classifica para o CT, tirando o pernambucano Ian Gouveia da lista. E quem o derrotou na final do Ballito Pro na África, caiu no confronto seguinte. Deivid Silva perdeu junto com o ex-top, Matt Wilkinson, para o jovem australiano Morgan Cibilic na bateria vencida por Barron Mamiya. O havaiano estava fechando o G-10 e foi dormir a terça-feira em sétimo no ranking.

Luel Felipe (Foto: Kenny Morris / WSL via Getty Images)

DOBRADINHA CONFIRMADA – Mais três brasileiros entraram no confronto seguinte com outro australiano, mas dessa vez a dobradinha verde-amarela foi confirmada pelo campeão mundial Adriano de Souza e por Luel Felipe. Mineirinho venceu por 12,77 pontos e o pernambucano fez 12,60, surfando bem também em Huntington Beach. Reef Heazlewood ficou em terceiro com 10,30 e o catarinense Willian Cardoso em quarto com 10,20.

“A minha estratégia era começar com uma onda boa, mas dez minutos se passaram e não tinha entrado nada, então mudei a tática para pegar o que viesse”, disse Adriano de Souza. “Minha pré-temporada foi muito importante para testar novas pranchas e agora estou tentando entrar no ritmo de competição depois de tanto tempo parado por causa da lesão (7 meses). Eu quero conseguir um bom resultado nesse evento, então estou bem confiante para a próxima bateria”.

Adriano de Souza (Foto: Kenny Morris / WSL via Getty Images)

Willian perdeu, mas outros dois catarinenses passaram as baterias que fecharam a terceira fase, ambos em segundo lugar. Tomas Hermes fez o maior placar do Brasil na terça-feira, 13,90 pontos. Só que o californiano Griffin Colapinto bateu os recordes do dia, sendo o único a superar a nota 8,00 do Caio Ibelli, com o 8,33 que somou com 7,67 na vitória por 16,00 pontos. E na última, o jovem Mateus Herdy impediu uma dobradinha americana, mas foi por pouco, 11,97 a 11,17 do Jake Marshall. O favorito Conner Coffin do CT, venceu por 12,64 pontos.

MAIORIA BRASILEIRA – Com onze surfistas entre os 24 que vão disputar a quarta fase, apenas um dos oito confrontos não terá algum brasileiro tentando vagas nas oitavas de final, o sexto, do atual bicampeão do Vans US Open, o japonês Kanoa Igarashi, que foi criado na Califórnia. Cinco australianos, três norte-americanos, dois havaianos e dois franceses, completam a relação de países que continua na briga do título do segundo QS 10000 do ano.

Tomas Hermes (Foto: Kenny Morris / WSL via Getty Images)

O capixaba Krystian Kymerson está na primeira bateria, com o havaiano do CT, Seth Moniz, e o francês Charles Martin. O paranaense Peterson Crisanto e o paulista Alex Ribeiro entram na segunda com o australiano Connor O´Leary. Na terceira, o cearense Michael Rodrigues enfrenta o americano Evan Geiselman e o australiano Kalani Ball.

A seguinte é em dose dupla de novo, com o catarinense Yago Dora e o paulista Caio Ibelli disputando duas vagas com o francês Jorgann Couzinet. Na quinta, o paulista Weslley Dantas é o ultimo a competir sozinho, contra dois australianos, Jack Freestone e Morgan Cibilic. Depois, tem mais duas participações duplas.

O capitão da seleção brasileira no CT, Adriano de Souza, está na sétima bateria com o também top da elite e recordista do dia na terça-feira, Griffin Colapinto, e o catarinense atual campeão mundial Pro Junior da WSL, Mateus Herdy. E a última também terá dois brasileiros contra um americano do CT, Conner Coffin, o catarinense Tomas Hermes e o pernambucano Luel Felipe.

Mateus Herdy (Foto: Kenny Morris / WSL via Getty Images)

PRIMEIRO QS 10000 FEMININO – Depois das sete baterias que restavam para fechar a terceira fase, a terça-feira prosseguiu com o Vans US Open of Surfing abrindo o primeiro QS 10000 feminino da história do WSL Qualifying Series. Foram doze baterias disputadas, as seis da primeira fase e metade da segunda fase, quando entram as estrelas do CT. Apenas três surfistas da América do Sul conseguiram vagas para competir em Huntington Beach e as duas que estrearam, já perderam.

A argentina Josefina Ané entrou na última da primeira fase e ficou em quarto lugar contra a francesa Vahine Fierro, a americana Meah Collins e a espanhola Garazi Sanchez-Ortun. A cearense Silvana Lima estreou duas baterias depois, na segunda da segunda fase, sendo também eliminada em sua primeira atuação na Califórnia, por duas surfistas bem mais jovens, a californiana Alyssa Spencer e a australiana Zahli Kelly.

Bethany Hamilton (Foto: Jenny Herron / WSL via Getty Images)

Apesar da derrota, foi uma bateria especial, com Silvana dividindo o line-up com a havaiana Bethany Hamilton, que foi até tema de filme contando sua história de competir mesmo depois de perder um braço em um ataque de tubarão quando era mais jovem. Outra top do CT barrada na terça-feira foi a francesa Johanne Defay e mais seis vão estrear no primeiro QS 10000 da história, na segunda metade da segunda fase, que ficou para abrir a quarta-feira.

Uma delas é a heptacampeã mundial Stephanie Gilmore, que encabeça a sétima bateria, a primeira à entrar no mar. A gaúcha Tatiana Weston-Webb está na terceira do dia, com a japonesa Mahina Maeda, a australiana Kirra-Belle Olsson e a experiente Claire Bevilacqua, da Itália. Tatiana é a última esperança de título feminino do Brasil no US Open of Surfing e ela vem embalada de um vice-campeonato no QS 6000 Nissan Supergirl Pro, no último domingo em Oceanside, também na Califórnia.

O QS 10000 Vans US Open of Surfing está sendo transmitido ao vivo de Huntington Beach pelo www.worldsurfleague.com e pelo Facebook Live e pelo aplicativo da World Surf League.

Aracaju (SE), 31 de julho de 2019.

Fonte: João Carvalho – WSL South America 

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