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Medina e Filipe estreiam com vitórias no Quiksilver Pro France

O bicampeão mundial Gabriel Medina e Filipe Toledo foram os únicos concorrentes a liderança do ranking na nona etapa do World Surf League Championship Tour, que estrearam com vitórias no Quiksilver Pro France. O sul-africano Jordy Smith também passou direto para a terceira fase em segundo lugar na sua bateria, mas o californiano Kolohe Andino foi mandado para a repescagem pelo catarinense Yago Dora na dele. Além de Medina e Filipe, Italo Ferreira e Peterson Crisanto também venceram suas primeiras baterias nas ondas de 3-5 pés da quinta-feira na praia Les Culs Nus, em Hossegor. Já Yago, Willian Cardoso, Michael Rodrigues e Jessé Mendes, avançaram em segundo lugar nas suas. Os outros três brasileiros terão que tentar a segunda chance de classificação para a terceira fase na repescagem, já anunciada para o sábado as 9h00 na França, 5h00 da madrugada no Brasil. Sexta-feira é day-off!

Gabriel Medina (Foto: Laurent Masurel / WSL via Getty Images)

Gabriel Medina matou a vontade de surfar de frontside em raras esquerdas nas etapas do CT. Ele voltou a competir com a lycra amarela do Jeep Leaderboard, que nesse ano só usou na abertura da temporada, quando a passou para o potiguar Italo Ferreira, campeão na Gold Coast, Austrália. Ele construiu uma boa vantagem com a nota 7,00 numa onda que surfou um tubo e manobrou forte até o fim. Depois, começou a arriscar os aéreos e acertou um “reverse” muito alto que valeu 7,40 para vencer por 14,40 pontos, maior placar do dia até ali.

O cearense Michael Rodrigues estreou junto com o bicampeão mundial e surfou sua melhor onda nas direitas de Les Culs Nus. Ele somou a nota 6,20 dessa onda com a 5,67 que já havia recebido, para ganhar a disputa pela segunda vaga direta para a terceira fase por 11,87 a 11,04 pontos de Marco Mignot, um dos franceses convidados para o Quiksilver Pro France. Essa foi a única dobradinha brasileira vencedora da quinta-feira em Hossegor, onde Medina já conquistou três vitórias, a primeira da sua carreira em sua estreia no CT em 2011, repetindo o feito em 2015 e em 2017, além de ter sido vice-campeão em 2013 e 2016.

Michael Rodrigues (Foto: Laurent Masurel / WSL via Getty Images)

“Estou feliz por chegar aqui na França como líder do ranking, mas sei que tenho muita coisa a fazer ainda”, disse Gabriel Medina, logo após sair do mar em Les Culs Nus. “Estou feliz por estar aqui de novo, porque é uma onda que eu gosto bastante. Foi bom vencer bem minha primeira bateria e quero tentar mais um bom resultado aqui para continuar pontuando no ranking. Obrigado a todos que estão torcendo por mim e vamos com tudo para a próxima”.

Medina foi o último dos quatro surfistas com chances matemáticas de brigar pela liderança do ranking no Quiksilver Pro France, a competir na quinta-feira de boas ondas em Les Culs Nus. O primeiro foi o quarto colocado, Kolohe Andino, no terceiro confronto do dia. Foi uma das baterias mais disputadas da primeira fase. O californiano chegou a tirar a maior nota da bateria, 8,33, mas Yago Dora completou um aéreo “reverse full rotation” de frontside numa direita que valeu nota 8,00, a maior entre os brasileiros.

Yago Dora (Foto: Damien Poullenot / WSL via Getty Images)

Depois, conseguiu um 6,33 para superar Kolohe por 14,33 a 14,00 pontos. O vencedor foi o italiano Leonardo Fioravanti, que está voltando de contusão e totalizou 14,40 com notas 7,90 e 6,50. Kolohe então vai ter que aproveitar a última chance de seguir na briga pela liderança do ranking na repescagem. Terá que ficar entre os dois primeiros colocados da primeira bateria eliminatória do Quiksilver Pro France, contra o potiguar Jadson André e Marco Mignot.

O sul-africano Jordy Smith entrou no confronto seguinte e não venceu por 1 centésimo de diferença no placar de 12,67 a 12,66 pontos a favor de outro francês convidado, Jorgann Couzinet. Os dois passaram direto para a terceira fase e o havaiano Sebastian Zietz caiu para a repescagem nessa. Já Filipe Toledo usou bem sua variedade de manobras inovadoras e progressivas nas esquerdas de Les Culs Nus, para derrotar dois franceses por 12,63 pontos. Na briga pela outra vaga da bateria, Joan Duru superou Marc Lacomare por 10,60 a 9,74. Só que, lamentavelmente, Filipe voltou a sentir as dores nas costas durante a bateria.

Filipe Toledo (Foto: Laurent Masurel / WSL via Getty Images)

“É muito chato isso, especialmente depois de trabalhar durante uma semana inteira sem qualquer dor”, disse Filipe Toledo. “Depois de fazer um freesurf (treino) ontem (quarta-feira), acordei essa manhã um pouco dolorido, mas fui lá fora e tentei fazer o meu melhor na bateria. Infelizmente, na minha primeira onda, senti mais dor, então vou ver com os médicos o que está acontecendo, porque não é normal”.

PRIMEIRA VITÓRIA – A vitória de Filipe foi a segunda do Brasil no Quiksilver Pro France. A primeira foi do potiguar Italo Ferreira, que estreou junto com o paulista Caio Ibelli na segunda bateria do dia. Italo ocupa a quinta posição no ranking e a nota 6,17 da sua primeira onda foi a maior do confronto. Depois, ganhou um 5,77 para totalizar 11,94 pontos, contra 10,10 do português Frederico Morais e 9,60 do Caio Ibelli, que vai disputar a terceira eliminatória da repescagem junto com o também paulista Deivid Silva e o australiano Soli Bailey.

Italo Ferreira (Foto: Damien Poullenot / WSL via Getty Images)

Deivid ficou em último na terceira bateria com participação dupla do Brasil na primeira fase. Foi a penúltima e nessa quem brilhou foi o paranaense Peterson Crisanto com uma incrível variedade de aéreos. Numa direita, acertou o difícil “slob air reverse” que valeu 7,17. Depois, mandou um “alley oop” numa esquerda para conquistar a quarta e última vitória brasileira do primeiro dia por 13,84 pontos. Deivid quase completa a dobradinha, mas a nota 6,00 da sua última onda apenas empatou com os 11,67 pontos de Ryan Callinan. O australiano ficou com a classificação por ter somado uma nota maior, 6,27, em sua melhor onda.

Outros dois brasileiros avançaram em segundo lugar nas suas baterias, além de Yago Dora e de Michael Rodrigues na dobradinha com Gabriel Medina. O catarinense Willian Cardoso fez 13,34 pontos na disputa que o australiano Owen Wright fez o maior placar do dia, 15,10. E o paulista Jessé Mendes impediu uma dobradinha norte-americana na nona bateria, superando Conner Coffin por 11,67 a 9,94 na vitória do favorito, Kelly Slater, por 13,84 pontos. Já o potiguar Jadson André, perdeu por um décimo, 9,57 a 9,47, para Adrian Buchan na bateria vencida pelo defensor do título do Quiksilver Pro France, Julian Wilson, por 11,44 pontos.

Willian Cardoso (Foto: Laurent Masurel / WSL via Getty Images)

ESTREIA DAS MENINAS – Após o término da rodada de apresentação dos homens, foi realizada a primeira fase do Roxy Pro France com alguns resultados surpreendentes. As duas brasileiras ficaram em último nas baterias que fecharam a quinta-feira e vão se enfrentar na disputa pelas duas últimas vagas para as oitavas de final, na repescagem completada pela australiana Bronte Macaulay.

A gaúcha Tatiana Weston-Webb não conseguiu pegar as melhores ondas que entraram na sua bateria. Ela só somou 9,70 pontos, contra 13,50 da californiana Caroline Marks e 11,73 da havaiana Coco Ho. Já a cearense Silvana Lima perdeu por incríveis 3 centésimos de diferença. Ela só reagiu no final, quando acertou as manobras numa boa onda que valeu a maior nota da bateria.

Tatiana Weston-Webb (Foto: Damien Poullenot / WSL via Getty Images)

DERROTAS POR CENTÉSIMOS – Com o 7,00 recebido, ficou precisando de 4,50 pra se classificar e pegou outra onda, tirando o máximo dela. Três dos cinco juízes deram os pontos para ela passar, mas um foi cortado das três notas computadas e a média ficou em 4,47. Por 11,50 a 11,47, a havaiana Malia Manuel acabou ganhando a última vaga direta para as oitavas de final. A vencedora foi a californiana Courtney Conlogue, com 12,10 pontos. Silvana precisa avançar, porque é a 13.a colocada no ranking e está numa briga direta por vaga para as Olimpíadas de Tokyo 2020 com Paige Hareb, que está em 16.o lugar.

A surfista da Nova Zelândia vai disputar a primeira repescagem do Roxy Pro com as australianas Stephanie Gilmore e Nikki Van Dijk. A heptacampeã mundial também perdeu pelos inexplicáveis centésimos que faltaram em sua última onda. Steph recebeu 5,87 e a última da francesa Johanne Defay valeu 6,23 para superar a australiana por 11,96 a 11,80 pontos. Keely Andrew conseguiu a maior nota da bateria, 7,33, para vencer por 12,20.

Silvana Lima (Foto: Damien Poullenot / WSL via Getty Images)

BRIGA PELA LIDERANÇA – Não foi só Stephanie Gilmore, mas outras duas das quatro surfistas que chegaram na França com chances matemáticas de brigar pela liderança do ranking, também foram derrotadas em suas estreias no Roxy Pro. Mas, se classificaram em segundo lugar para as oitavas de final. A taitiana Vahine Fierro acabou sendo a grande zebra do dia, com a vitória sobre a líder Carissa Moore por 10,64 a 10,00 pontos. Ela é a convidada desta etapa e acabou mandando a australiana Nikki Van Dijk para a repescagem.

Com a passagem para as oitavas de final, Carissa já tirou Steph Gilmore da disputa pela lycra amarela do Jeep Leaderboard na França. A vice-líder, Lakey Peterson, agora terá que chegar nas semifinais para superar a pontuação da havaiana e a australiana Sally Fitzgibbons passa a ter que vencer o Roxy Pro. Lakey foi batida por 11,10 a 10,43 pela estreante na elite, Macy Callaghan, logo após Sally vencer a primeira bateria feminina da quinta-feira em Hossegor.

CHAMADA NO SÁBADO – As previsões indicam que nesta sexta-feira entra um swell com séries passando dos 2 metros de altura em Hossegor, porém com vento maral forte agindo negativamente na formação das ondas. Então, já foi antecipado o “day-off” e a primeira chamada para as repescagens do Quiksilver Pro e do Roxy Pro France, foi anunciada para as 9h00 do sábado na França, 5h00 da madrugada no horário de Brasília.

O Quiksilver e o Roxy Pro France estão sendo transmitidos ao vivo pelo www.worldsurfleague.com e pelo Facebook Live e aplicativo da World Surf League. No Brasil, os canais ESPN também irão transmitir toda a competição ao vivo da França, onde o fuso é de 4 horas a mais do Brasil.

Aracaju (SE), 03 de outubro de 2019

Fonte: WSL Latin America

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