Começa a batalha final pelo título mundial no Havaí
O Billabong Pipe Masters em homenagem à Andy Irons abriu a batalha final do título mundial e os cinco concorrentes passaram pelo primeiro desafio nos tubos de 8-10 pés da terça-feira em Pipeline e no Backdoor. O bicampeão mundial Gabriel Medina fez o maior placar do dia, 17,30 pontos, em sua primeira defesa do título da etapa que fecha o World Surf League Championship Tour no Havaí. Filipe Toledo e Kolohe Andino também estrearam com vitórias, enquanto Jordy Smith e o líder do ranking, Italo Ferreira, passaram em segundo lugar nas suas baterias. Só um brasileiro não se classificou para a terceira fase, Michael Rodrigues, que se despediu da divisão de elite do esporte com a derrota em último lugar no Havaí.
O atual campeão do Billabong Pipe Masters em homenagem à Andy Irons, Gabriel Medina, competiu numa hora boa do mar e foi o único a surfar dois tubos no critério excelente dos juízes, com notas entre 8 e 10. Ambos nas esquerdas de Pipeline e no melhor, saiu na baforada e ainda mandou um layback na junção para ganhar 8,80. Ele já tinha recebido 8,50 no anterior e trocou o 7,00 da primeira onda para totalizar imbatíveis 17,30 pontos. O catarinense Willian Cardoso só surfou um e valeu nota 6,33, para passar junto com ele com 7,56 pontos, contra 6,10 do havaiano Imaikalani Devault, que vai voltar a enfrentar Medina na terceira fase.
O potiguar Italo Ferreira não venceu sua bateria e perdeu a condição de cabeça de chave número 1 do Pipe Masters. Com um tubaço incrível nas direitas do Backdoor, que valeu a maior nota do dia até ali, 9,40, o havaiano Billy Kemper derrotou Italo por 15,63 a 10,67 pontos e o cearense Michael Rodrigues caiu para a repescagem nessa sexta bateria. Agora, é o líder quem vai puxar a fila da corrida do título mundial daqui pra frente. Italo vai abrir a terceira fase no confronto potiguar com Jadson André, que venceu a bateria da repescagem que marcou a saída de Michael Rodrigues da “seleção brasileira” do CT.
TERCEIRA FASE – Dos cinco surfistas que estão na briga do título, apenas Italo Ferreira e Filipe Toledo ficaram na chave de cima do Billabong Pipe Masters, que vai apontar o primeiro finalista. Filipe entra na quinta bateria com o neozelandês Ricardo Christie, que está competindo contundido. Gabriel Medina abre a chave de baixo, na nona bateria, contra o mesmo trialista havaiano Imaikalani Devault que derrotou na terça-feira. O sul-africano Jordy Smith está na 13.a bateria com o paulista Jessé Mendes e o californiano Kolohe Andino disputa a última vaga para as oitavas de final com o havaiano Sebastian Zietz.
Kolohe foi o primeiro a competir na primeira fase, na segunda bateria, que foi fraca de tubos e ele ganhou, mas com a menor pontuação entre os vencedores do dia, 7,27 apenas, contra 4,34 do também americano Griffin Colapinto e 3,33 do Jadson André, que depois se classificou na repescagem que fechou a terça-feira. Filipe Toledo estreou no confronto seguinte e pegou tubo nas direitas do Backdoor, outro melhor nas esquerdas de Pipeline, para vencer por 11,93 pontos. O também paulista Deivid Silva avançou junto com ele para a terceira fase, superando o neozelandês Ricardo Christie por 6,07 a 4,10 pontos.
DECISÃO NA FINAL – Os brasileiros são os únicos que só dependem deles mesmos, para serem o campeão mundial de 2019. O título pode até ser decidido numa final entre eles, do Italo com o Medina ou com o Filipe, ou do Medina com o Filipe. Caso aconteça uma segunda decisão 100% verde-amarela no maior palco do esporte, como em 2015, entre Adriano de Souza e Gabriel Medina, a vitória no Billabong Pipe Masters vale o troféu de campeão mundial.
O sul-africano Jordy Smith também pode entrar nesta disputa de título na grande final em Pipeline, desde que não seja contra o líder do ranking, Italo Ferreira, que já garantiria o primeiro lugar no Jeep Leaderboard se a última bateria do ano for entre os dois. Mas, se for contra Medina ou Filipe, Jordy também pode ser campeão mundial se vencer o Pipe Masters. E a expectativa aumenta pela previsão do mar, que é de grandes ondas para os próximos dias, então tudo pode ser decidido em condições desafiadoras antes do fim de semana.
PROBABILIDADES DE TÍTULO MUNDIAL A CADA FASE:
ITALO PODE SER CAMPEÃO JÁ NA TERCEIRA FASE, SE:
– Gabriel Medina e Filipe Toledo perderem na terceira fase
– Jordy Smith não chegar nas quartas de final
– Kolohe Andino não chegar na final do Pipe Masters
SE PASSAR PARA AS OITAVAS DE FINAL, SERÁ CAMPEÃO SE:
– Gabriel Medina não passar para as quartas de final
– Filipe Toledo não chegar nas semifinais
– Jordy Smith não chegar na final
– Kolohe Andino não vencer o Pipe Masters
SE PASSAR PARA AS QUARTAS DE FINAL, SERÁ CAMPEÃO SE:
– Gabriel Medina não passar para as semifinais
– Filipe Toledo não chegar na final
– Jordy Smith não vencer o Pipe Masters
– Kolohe Andino sai da briga do título
SE PASSAR PARA AS SEMIFINAIS, SERÁ CAMPEÃO SE:
– Gabriel Medina não passar para a final
– Filipe ou Jordy não vencerem o Pipe Masters
SE PASSAR PARA A FINAL, FESTEJA O TÍTULO SE:
– Medina ou Filipe não vencerem o Pipe Masters
– Jordy sai da briga do título mesmo com a vitória
FINAIS QUE A VITÓRIA VALE O TÍTULO MUNDIAL:
– Italo Ferreira x Gabriel Medina
– Italo Ferreira x Filipe Toledo
– Gabriel Medina x Filipe Toledo
– Gabriel Medina x Jordy Smith
– Filipe Toledo x Jordy Smith
MELHORES DO DIA – No primeiro dia, as ondas variaram entre 8-10 pés e os melhores tubos da terça-feira foram surfados pelos havaianos. Gabriel Medina fez o maior placar, 17,30 pontos com notas 8,80 e 8,50. Na bateria seguinte a sua, que marcou a estreia de Italo Ferreira com a lycra amarela do Jeep Leaderboard, o campeão da triagem, Billy Kemper, pegou uma bomba no Backdoor para receber a maior nota nas direitas, 9,40.
Três baterias depois, Ezekiel Lau surfou um tubaço espetacular depois de um drop insano nas esquerdas de Pipeline, de cabeça pra baixo, com um dos cinco juízes dando nota 10 para ele, mas a média ficou em 9,73. Ele ainda pegou outro para fechar a vitória em 16,93 pontos. Foi quem mais se aproximou do recorde de Medina e o paulista Caio Ibelli também surfou altos tubos nessa bateria, para se classificar em segundo com 15,00 pontos, somando uma nota excelente, 8,33.
VAGAS PARA 2020 – Além da disputa do título mundial, outras duas frentes de batalha acontecem em quase todas as baterias do Billabong Pipe Masters, pelas últimas vagas para o CT 2020 e para as Olimpíadas de Tokyo no Japão. O paranaense Peterson Crisanto é o último colocado na lista dos 22 primeiros do ranking, que são mantidos na divisão de elite da World Surf League. Ele começou a defender sua vaga derrotando o número 3 do ranking, Jordy Smith, numa bateria sem muitos tubos, por apenas 7,36 a 7,33 pontos do sul-africano.
Com a passagem direta para a terceira fase, tirou um concorrente da briga, o neozelandês Ricardo Christie. Quem também já foi rebaixado para o WSL Qualifying Series no primeiro dia foi o cearense Michael Rodrigues, na bateria que fechou a repescagem e a terça-feira no Havaí. Mas, Peterson Crisanto ainda tem oito surfistas que podem superar os seus 21.355 pontos no ranking. Entre eles, dois que estão ficando de fora da “seleção brasileira” do CT 2020, o catarinense Willian Cardoso e o paulista Jessé Mendes.
Ambos passaram para a terceira fase em segundo. Willian junto com Medina e seu próximo oponente é o australiano Julian Wilson, na quarta bateria, logo depois de Peterson Crisanto defender sua vaga contra o americano Conner Coffin. Jessé mandou o bicampeão mundial John John Florence para a repescagem, na vitória do australiano Adrian Buchan. Ele terá um desafiante ao título mundial pela frente, Jordy Smith, na 13.a bateria da terceira fase. Willian tem que chegar nas oitavas de final para entrar no G-22 e Jessé nas quartas de final.
OLIMPÍADAS DE TOKYO – John John Florence está voltando a competir só agora, depois da contusão no joelho sofrida durante o Oi Rio Pro em Saquarema. Ele não está 100% ainda, mas passou pela repescagem, para seguir na busca do seu objetivo em Pipeline, a segunda vaga dos Estados Unidos para as Olimpíadas de Tokyo 2020. Kelly Slater e o havaiano Seth Moniz, são seus adversários nessa briga.
O ranking da World Surf League está classificando dez surfistas, limitado a dois por país. As duas vagas do Brasil estão sendo decididas no Billabong Pipe Masters, pelos três que brigam pelo título, Italo Ferreira, Gabriel Medina e Filipe Toledo. Os dois que ficarem na frente, irão disputar medalhas para o Brasil na estreia do surfe como esporte olímpico no Japão. As duas vagas da Austrália também serão definidas no Havaí e envolve quatro surfistas, Owen Wright, Julian Wilson, Ryan Callinan e Wade Carmichael.
A outra disputa é pela segunda vaga da França e Joan Duru já precisa vencer o Pipe Masters, para tirar o taitiano Michel Bourez das Olimpíadas de Tokyo. Jeremy Flores já garantiu seu nome para representar a França e mais três também estão confirmados para disputar medalhas para os seus países pela primeira vez, Jordy Smith pela África do Sul, Kolohe Andino pelos Estados Unidos e Kanoa Igarashi pelo Japão.
O prazo do Billlabong Pipe Masters vai até 20 de dezembro no Havaí e assistam a grande final do World Surf League Championship Tour 2019 pelo www.worldsurfleague.com ou pelo Facebook Live e aplicativo da World Surf League. No Brasil, a decisão do título mundial também está sendo transmitida ao vivo pelos canais ESPN. A primeira chamada da quarta-feira foi marcada para as 7h00 no Havaí, 14h00 no fuso horário de Brasília.
Aracaju (SE), 11 de dezembro de 2019
Fonte: João Carvalho – WSL Latin America