Os dados da violência sufocam a sociedade, mas vidas negras importam
A ferida da desigualdade racial brasileira está aberta há anos. Analisar os índices sociais do desemprego, distribuição de renda, educação, moradia, acesso ao sistema de saúde e demais direitos civis da população negra fica latente a sangria entre brancos e amarelos.
O debate sobre violência racial não pode ser refutado pela comunidade surf. Não dialogar no campo social das políticas públicas à população afrodescendente fortalece o aumento da violência.
Os dados do 13º Anuário Brasileiro de Segurança Pública e da ONG Fórum Brasileiro de Segurança Pública expõem a triste realidade da sociedade, jovens negros são maiores vítimas da violência:
Uma pessoa negra tem 2,5 vezes mais risco de ser vítima de homicídio do que as pessoas não negras;
Negros representam 55% da população, mas 75% das vítimas de homicídios são negras;
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O número de mortes provocadas por intervenção policial no Brasil (entre 2017 e 2018) cresceu 19,6%. Em Sergipe, no mesmo período, cresceu 60,7%. Dados de 2019 apontam a 3ª posição para Sergipe entre os estados brasileiros, foram 166 mortos em enfrentamento e em 2018 o saldo total foi de 144;
Em São Paulo, a polícia foi responsável pelo aumento de 31% por pessoas mortas entre janeiro, fevereiro e março de 2020, comparado com o mesmo período de 2019. A letalidade aumentou 53% no último mês de abril, período de quarentena, comparado com os registros do mesmo período de 2019;
1.810 pessoas morreram em confrontos com a polícia no estado do Rio de Janeiro em 2019, marca histórica. A taxa de homicídios dolosos (não incluem mortes pela polícia) caiu 19% no mesmo período. A tendência de queda se aplicou em todo território nacional;
As notas das Secretarias de Segurança Pública dos estados apontam: policiais não hesitam em defender suas vidas em confrontos com a criminalidade; A defesa da sociedade brasileira e das imagens institucionais é permanente. A lei e a defesa do cidadão de bem são respeitadas.
O Brasil é um dos países mais violentos do mundo.
Eu não consigo respirar
O afro-americano George Floyd foi vítima da abordagem policial em Minneapolis, no último dia 25 de maio. Após o vídeo viralizar na internet, a indignação tomou conta da sociedade, gerando uma onda de protestos pacíficos em várias cidades dos EUA e penetrando nos principais centros urbanos do mundo.
Os dados apresentados pela ONG Fórum Brasileiro de Segurança Pública apontam o impacto da violência na vida social das pessoas negras.
A família de Georg Floyd e manifestantes americanos repudiam a brutalidade praticada pelo policial Derek Chauvin.
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No Brasil, as famílias negras de Welinton Luiz agredido pela polícia de Planaltina, João Pedro, Francisco Laércio e Ágatha Félix mortos por ações policiais no Rio de Janeiro, Clautenis José em Sergipe, também sentem a força da violência.
A sociedade negra no Brasil não está morrendo apenas pela falta da aplicação dos direitos humanos e cidadania. Ela morre de fome e atualmente pela Covid-19, que se alastras pelas comunidades carentes.
Os crimes raciais sufocam os negros, a sociedade
O ambiente digital das redes sociais ampliou os vários métodos de discriminação racial num país autoritário e subdesenvolvido. Comentários carregados de injúria, preconceito, agressividade e figurinha, GIF, Emoji com linguagens subliminares fazem parte dos ataques.
As redes sociais impulsionam comportamentos racistas estruturados nos ambientes off-line: escola, universidade, trabalho, espaço público e privado. A imprensa aponta que parte da sociedade brasileira humilha e subjuga pelo horror do racismo.
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O movimento negro brasileiro resiste desde abolição, mas a questão racial ganha notoriedade midiática com fatos marcantes, como George Floyd.
Vidas negras importam, combata diariamente o racismo e qualquer forma de violência.
Racismo (Lei 7716/90) e injuria racial (Código Penal – art. 140, parágrafo 3º) no Brasil são crimes.
DENUNCIE:
Governo Federal
Disque Direitos Humanos: 100
Ouvidoria Nacional / Portal dos Direitos Humanos: www.ouvidoria.mdh.gov.br
Estados e Sergipe
Disque Ciosp: 190
Dique Polícia Civil: 181
Delegacia de Atendimento a Crimes Homofóbicos, Racismo e Intolerância Religiosa (Dachri) / Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV) – Disque: 3205-9400
SSP on-line – www.portalcidadao.ssp.se.gov.br/
Denuncia de crimes na Internet
Direitos Humanos na Internet no Brasil: www.new.safernet.org.br/denuncie
Publicado: 05/06/2020