O presidente Joe Biden assina um amplo conjunto de ordens executivas para interromper a perfuração de petróleo offshore
Poucos dias após a posse oficial do presidente Joe Biden, seu governo fez um anúncio de que pessoas que se preocupam com o meio ambiente comemorando: todos os novos arrendamentos de petróleo e gás em terras federais e em águas federais serão interrompidos. É apenas um movimento de muitos que Biden está fazendo para descartar um punhado de políticas ambientais que entraram em vigor no governo anterior. De acordo com a BBC, Biden assinou mais de três dezenas de ordens executivas em sua primeira semana no cargo, mais do que qualquer um de seus antecessores.
O presidente Biden assinou um amplo conjunto de ordens executivas na quarta-feira que tratam da mudança climática. No centro disso está o objetivo de congelar novos arrendamentos de petróleo e gás em terras públicas e dobrar a quantidade de energia produzida pela energia eólica offshore até 2030. É claro que o governo espera encontrar forte oposição do setor de energia, que desfrutou quatro anos de redução das proteções ambientais sob Donald Trump. Eles eram esperados – em 2012, quando ele ainda tinha permissão para acessar o Twitter, Trump escreveu “O conceito de aquecimento global foi criado pelos chineses para tornar a manufatura dos EUA não competitiva” – então ninguém ficou tão surpreso quando ele fez coisas como cortar o tamanho dos monumentos nacionais nos Estados Unidos para “permitir atividades como extração de madeira em florestas onde isso agora está fora dos limites”.
“Hoje é o dia do clima na Casa Branca”, disse o presidente Biden na quarta-feira. “Já esperamos muito e não podemos esperar mais.”
Seu primeiro ato real como Presidente dos Estados Unidos dá o tom do que podemos esperar nos próximos anos, e ele não esconde isso: ele quer proteger o meio ambiente.
“Assim como precisamos de uma resposta nacional unificada para a Covid-19”, disse ele, “precisamos desesperadamente de uma resposta nacional unificada para a crise climática porque existe uma crise climática.”
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A moratória tem aplausos de defensores do meio ambiente, especialmente no oeste dos Estados Unidos. “Os defensores da Coalizão Protect the Pacific citam a necessidade de proteger a economia costeira dos EUA dos riscos de derramamentos de petróleo, a crescente urgência de abordar a crise climática e o potencial de oceanos saudáveis para servir como uma solução climática poderosa”, The Surfrider Fundação escreveu em um comunicado de imprensa. “A proposta inicial de Trump de janeiro de 2018 teria aberto a Califórnia, Oregon e Washington a novos arrendamentos de petróleo e gás offshore pela primeira vez em mais de 30 anos, o que gerou uma onda bipartidária de oposição em toda a região e em todo o país.”
De acordo com Vipe Desai, membro fundador da Aliança Empresarial para a Proteção da Costa do Pacífico (BAPPC), praias limpas e um oceano saudável são extremamente importantes para as economias costeiras.
“As empresas costeiras já estão se recuperando da pandemia e precisam de garantias de que não lidaremos com derramamentos de petróleo no futuro”, disse ele. “A única maneira de garantir isso é deixar para trás a visão de Trump para nossas costas e seguir em frente sem nenhum novo arrendamento.”
A moratória, entretanto, é uma ordem executiva, e não uma legislação do Congresso. Isso significa que os futuros presidentes podem simplesmente desfazer a ordem – que é o que Biden está fazendo com Trump. Com alguma sorte, porém, os futuros presidentes concordarão com Biden que o meio ambiente é um bom lugar para se estar e que devemos parar de tratá-lo como um lixo.
Fonte: The Inertia – Alexander Haro/WSL
Publicado: 30/01/2021
