Óleo vazado da Plataforma Marítima Camurim da Petrobras chega nas praias de Aracaju
O óleo vazado da Plataforma Marítima Camurim (PCM-07) da Petrobras no final de tarde do sábado (4), foi localizado por surfistas da Praia do Havaizinho, entre a faixa de areia das praias da Bomba e Arcos da Orla, na última sexta-feira (10). A redação do Sombreiro Surf recolheu pedras de óleo compactado na Praia da Bomba, em Aracaju, no final da manhã de sábado (11).
Após a emissão de alerta da Petrobras e medidas de contenção da mancha de óleo em alto-mar, a força tarefa entre a Superintendente do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), Capitania dos Portos de Sergipe, Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Aracaju (Sema) e Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano (Sedurbs) entrou em ação no mesmo dia da grave ocorrência de poluição ambiental. Equipes passaram a monitorar a chegada do óleo na faixa de areia entre as praias dos Artistas e Atalaia. Surfistas locais confirmaram a presença de carros oficiais na faixa de areia das praias da capital nos dias posteriores ao vazamento.
“Eu estava surfando na área do campeonato no domingo (5) – Praia de Aruana -, passei a me sentir de forma estranha no mar. Fiquei tonto, me deu náuseas, sai do mar com indisposição e fiquei até o início dessa semana me recuperando. Penso que foi efeito do vazamento de petróleo, a corrente marítima ainda está de norte para sul e com certeza, chegou à Praia da Arauna”, falou o experiente surfista Marcus Vinícius com a redação do Sombreiro Surf Notícias, ao sair do mar no final da manhã do último sábado (11).
Segundo relatos de surfistas no outside da Praia da Bomba, pequenas manchas de óleo começaram a aparecer na areia da praia na terça-feira (8), na frente dos bares do Havaizinho. Já no último final de semana, manchas compactadas de diversos tamanhos foram encontradas em grande extensão da faixa de areia das praias da Atalaia.
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“O vazamento foi em alto-mar, cerca de 4 km do litoral, na direção da boca do Rio Sergipe. Mesmo com a ondulação de sudeste/leste e o vento variando de nordeste/leste, a corrente permanece no sentido Farol para os Arcos da Orla. Tenho certeza que no dia posterior ao vazamento, alguns pontos do litoral sul sofreram influências das manchas de óleo, conforme a movimentação da maré seca para enchente”, relatou o surfista Henrique na ducha do bar do China, na Praia do Havaizinho, no final da manhã de domingo (12).
A realidade é crua como o óleo bruto encontrado no litoral de Aracaju nessa semana. A biodiversidade do oceano, das praias, rios e manguezais sofrem pressões de diversos modelos de poluições e os vazamentos de petróleo das plataformas marítimas e navios-petroleiros causam prejuízos ambientais imensuráveis há décadas.
Os banhistas e praticantes de esportes aquáticos têm a saúde afetada diretamente pela toxicidade do produto, segundo a matéria no portal de notícias da organização da sociedade civil brasileira, o WWF-Brasil. “O Conselho Federal de Química (CFQ) alerta que as substâncias tóxicas do petróleo bruto são potencialmente carcinogênicas e mutagênicas. O CFQ informou em nota que “os hidrocarbonetos poliaromáticos (HPA) presentes no petróleo bruto e seus derivados pertencem a um grupo de composto orgânicos semivoláteis que estão entre os compostos mais tóxicos do óleo nesse estado e podem causar problemas sérios de saúde, como câncer”.
A comunidade surfe local pede ações contundentes das autoridades judiciais, a exemplo do pagamento de multa, limpeza e recomposição da flora e fauna dos rios e mangues da região e, limpeza das praias com peneiração da faixa de areia para retirar as partículas menores por parte da empresa responsável.
Publicado: 14/12/2021