Meio Ambiente

Impactos da poluição plástica nos recursos hídricos

Os recursos hídricos são fundamentais para a sobrevivência e o desenvolvimento de todas as formas de vida na Terra. Eles fornecem água para consumo, irrigação, geração de energia, transporte, lazer e outros usos.

No entanto, esses recursos estão cada vez mais ameaçados pela poluição plástica, que é a presença excessiva de resíduos plásticos no meio ambiente.

Neste artigo, vamos explicar os impactos da poluição plástica nos recursos hídricos, ou seja, nos rios, lagos, oceanos e águas subterrâneas que são essenciais para a vida no planeta. Vamos também propor medidas para combater esse problema, que requer uma mudança sistêmica na forma como produzimos, consumimos e descartamos os plásticos.

A poluição plástica é um dos maiores desafios ambientais da atualidade. O plástico é um material durável e versátil, mas também se acumula nos ecossistemas e afeta a saúde humana e animal.

O que é a poluição plástica? A poluição plástica é a presença excessiva de resíduos plásticos no meio ambiente. Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), aproximadamente 7 bilhões das 9,2 bilhões de toneladas de plástico produzidas de 1950 a 2017 se tornaram resíduos plásticos1. A maior parte desses resíduos não é reciclada ou descartada adequadamente, e acaba chegando aos cursos d’água e aos oceanos.

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Estima-se que a cada minuto, o equivalente a um caminhão de lixo de plástico é jogado em nosso oceano1. O plástico pode se fragmentar em pedaços menores, chamados de microplásticos (menores que 5 milímetros) ou nanoplásticos (menores que 100 nanômetros), que são invisíveis a olho nu e podem ser ingeridos por organismos aquáticos ou incorporados ao solo.

Impactos da poluição plástica nos recursos hídricos. Foto: Instituto Humanista Unisino

Quais são os impactos da poluição plástica nos recursos hídricos?

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Poluição plástica nos recursos hídricos têm consequências negativas para o meio ambiente e para a saúde humana. Alguns dos principais impactos são:

  • Alteração dos ecossistemas aquáticos: O plástico pode afetar a biodiversidade, a produtividade e o funcionamento dos ecossistemas aquáticos. Por exemplo, o plástico pode sufocar ou enredar animais marinhos, como tartarugas, peixes, aves e mamíferos. O plástico também pode transportar espécies invasoras ou contaminantes químicos que podem alterar o equilíbrio ecológico. Além disso, o plástico pode reduzir a disponibilidade de luz e oxigênio para os organismos fotossintéticos, como corais, mangues e ervas marinhas.
  • Contaminação da água potável: O plástico pode afetar a qualidade da água potável, tanto superficial quanto subterrânea. O plástico pode liberar substâncias tóxicas ou disruptores endócrinos que podem causar alterações hormonais, distúrbios de desenvolvimento, anormalidades reprodutivas e câncer em humanos e animais. O plástico também pode abrigar bactérias patogênicas ou resistentes a antibióticos que podem causar doenças infecciosas.
  • Prejuízo à economia e à sociedade: A poluição plástica nos recursos hídricos pode afetar negativamente setores econômicos que dependem da água, como a pesca, o turismo, a agricultura e a indústria. O plástico pode reduzir os estoques pesqueiros, danificar as embarcações e as redes de pesca, diminuir o valor paisagístico e recreativo das praias e dos rios, aumentar os custos de tratamento de água e gerar conflitos sociais pela escassez ou pela disputa pela água. Como combater a poluição plástica nos recursos hídricos? A solução para a poluição plástica nos recursos hídricos requer uma mudança sistêmica na forma como produzimos, consumimos e descartamos os plásticos.Segundo o PNUMA, é preciso adotar uma abordagem baseada na economia circular, que busca reduzir a geração de resíduos plásticos e aumentar a sua recuperação e reutilização. Algumas das medidas propostas pelo PNUMA são:

Evitar o uso desnecessário de plásticos descartáveis: É possível substituir os plásticos de uso único por alternativas reutilizáveis ou biodegradáveis, como sacolas de pano, copos de vidro, talheres de madeira ou canudos de papel. Também é possível evitar produtos que contenham microplásticos, como cosméticos e roupas sintéticas.

  • Melhorar o gerenciamento de resíduos sólidos: É necessário investir em sistemas eficientes de coleta seletiva, reciclagem e compostagem de resíduos plásticos, bem como em infraestrutura adequada para o seu tratamento e disposição final. Também é importante conscientizar e educar a população sobre a importância de separar e descartar corretamente os resíduos plásticos.
  • Promover a responsabilidade compartilhada: É fundamental que todos os atores envolvidos na cadeia produtiva e no consumo de plásticos assumam a sua responsabilidade pela prevenção e pela redução da poluição plástica. Isso inclui os governos, que devem estabelecer políticas públicas e regulatórias; as empresas, que devem adotar práticas de produção mais sustentáveis e inovadoras; e os consumidores, que devem exigir produtos mais ecológicos e mudar seus hábitos de consumo.
  • Fortalecer a cooperação internacional: É essencial que os países cooperem entre si para enfrentar o desafio global da poluição plástica nos recursos hídricos. Isso envolve o compartilhamento de informações, tecnologias e boas práticas; o apoio financeiro e técnico aos países em desenvolvimento; e o estabelecimento de acordos multilaterais para a gestão integrada dos recursos hídricos transfronteiriços.

Fonte: Instituto Humanista Unisino / O artigo foi publicado por EcoDebate, 10-05-2023.

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