Surfar em Teahupo’o: glória e perigo nas ondas olímpicas de Paris 2024
Surfar as perigosas ondas de Teahupo’o, no Taiti, Polinésia Francesa, proporciona ao atleta a glória de pegar um dos maiores tubos da vida ou o caos quando se cai da prancha sobre a rasa bancada de corais afiados, um dos reef breaks mais perigosos do mundo.
Teahupo’o não é para amadores; a onda é crítica e o atleta assume grandes riscos. A praia do “crânio quebrado“, como é conhecida, é um desafio até para os mais experientes.
Quando o Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou Teahupo’o como o palco do surfe olímpico dos Jogos de Paris 2024, especialistas, competidores e surfistas de todas as categorias reconheceram o alto risco de acidentes para os atletas que seriam qualificados para as Olimpíadas.
A experiente francesa Johanne Defay, campeã na etapa do mundial de surfe em Teahupo’o (2016), está representado o país sede pela primeira vez em uma Olimpíada, foi vítima da rasa bancada de corais no primeiro dia de competição do surfe olímpico feminino, realizado no sábado (28), marcado por ondas perfeitas e de bom tamanho.
Na quinta bateria do Round 1, Johanne Defay enfrentou Brisa Hennessy (CRC) e Candelaria Resano (NCA). No início do confronto, Defay mostrou disposição ao remar na primeira onda. Ao dropar de grab rail, a prancha entrou de borda, enterrando na parede da onda, o pé de trás saiu da base e a atleta caiu. O grande tubo fechou e, no forte caldo, a francesa bateu a cabeça nos corais.
Ao emergir e remar para fora da zona de impacto, Johanne Defay passou a mão na parte frontal da cabeça, sentiu um corte e viu sangue. Em seguida, remou em direção ao jet-ski de segurança, foi avaliada pela equipe e solicitou um capacete de segurança para retornar à competição.
Na disputa, Johanne Defay (FRA) terminou em segundo lugar e foi despachada para o Round 2 eliminatório, ao lado de Candelaria Resano (NCA). Brisa Hennessy (CRC) avançou direto para o Round 3.
Ralada nos corais de Teahupo’o
No masculino, Ramzi Boukhiam (MAR) também conheceu a rasa bancada de corais na quinta bateria do Round 1. Ao dropar de frontside entrando no tubo, a prancha entrou de bico e o marroquino caiu. O grande caixote quebrou sobre o atleta e, ao sair do caldo, ele observou o antebraço e demonstrou incômodo ao longo da disputa.
Foto Destacada: Johanne Defay (FRA) / Tim Mckenna / ISA