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Billabong Pro Pipeline começa na quarta-feira com vitórias brasileiras no Havaí

Após três dias de ventos fortes adiando o início do Billabong Pro Pipeline, as condições melhoraram na quarta-feira para dar a largada no World Surf League (WSL) Championship Tour (CT) 2023 no Havaí. A primeira etapa da temporada começou com vitórias brasileiras de Miguel Pupo e João Chianca surfando o melhor tubo do dia. Os campeões mundiais Filipe Toledo e Gabriel Medina também ganharam suas primeiras baterias no ano, assim como Caio Ibelli que bateu o campeão em Pipeline em 2022, Kelly Slater. A única baixa na seleção brasileira foi Jadson André, que competiu com o joelho lesionado, mas o restante do time avançou para disputar classificação para as oitavas de final na terceira fase.

As baterias devem continuar nesta quinta-feira, com transmissão ao vivo pelo WorldSurfLeague.com e pelos canais SporTV e Globoplay. A primeira chamada do dia será as 7h30 no Havaí, 14h30 no fuso horário de Brasília. Apenas os homens competiram no primeiro dia, disputando as doze baterias da primeira fase e as quatro da repescagem. A expectativa agora é de que a categoria feminina seja iniciada nesta quinta-feira e a brasileira Tatiana Weston-Webb está escalada na primeira bateria.

Na quarta-feira, o número 6 do mundo em 2022 e semifinalista do último Billabong Pro Pipeline, Miguel Pupo, abriu a temporada 2023 com vitória. Com notas 6,83 e 5,67 surfando tubos nas direitas do Backdoor e nas esquerdas de Pipeline, derrotou o norte-americano Nat Young e o havaiano Ian Gentil por 12,50 pontos. Miguel e Nat avançaram direto para a terceira fase, enquanto Ian aproveitou a segunda chance na repescagem e vai enfrentar o campeão mundial de 2019, Italo Ferreira, na próxima bateria da categoria masculina no HavaÍ.

Miguel Pupo (Foto: Brent Bielmann/World Surf League)

“Eu só queria me manter ativo no início da bateria, mas acabei remando numa onda que não era boa. Todos estavam com a mesma estratégia, que acabou dando mais certo para mim e estou feliz por começar o ano vencendo”, disse Miguel Pupo. “O Ian (Gentil) pegou uma fechadeira na minha frente e acabei indo na melhor onda da bateria. Todos estavam de olho no Backdoor, que tinha um tubo mais longo e profundo. Eu fiquei tentando pegar uma segunda onda boa, aí entrou aquela pra mim em Pipeline e fui nela. O drop foi bom, depois teve uma saída do tubo mais difícil, mas tive a sorte de sair e ficar com a vitória”.

Na segunda bateria, João Chianca, o Chumbinho, já pegou um tubaço incrível no Backdoor logo nos primeiros minutos. Ele recebeu a primeira nota no critério excelente do CT 2023 e o 8,50 foi decisivo para estrear com vitória no Billabong Pro Pipeline. O americano Jake Marshall também surfou um bom tubo que valeu 7,50, mas o brasileiro ainda somou um 4,33 para ganhar por 12,83 a 10,70 pontos. O japonês Kanoa Igarashi não surfou nada e terminou em último com apenas 1 ponto, mas depois também passou pela repescagem.

“Estou me sentindo bem, com a cabeça no lugar e é aqui no CT onde quero estar no restante da minha carreira”, disse João Chianca, que estava acompanhado do seu irmão mais velho, o campeão mundial de ondas gigantes, Lucas Chumbo. “O ano passado aqui em Pipe foi bem emocionante também pra mim, então foi muito bom vencer a minha primeira bateria. A minha melhor onda foi meio um “deja vu” do ano passado, quando comecei com uma nota excelente também e essa agora foi até maior. Eu estava animado para surfar as ondas do Backdoor e o Havaí é um lugar especial, então estou amarradão em estar de volta”.

João Chianca (Foto: Brent Bielmann/World Surf League)

Depois desse início com duas vitórias e João Chianca fazendo as marcas a serem batidas no Billabong Pro Pipeline, o mais experiente da seleção brasileira da WSL, competiu com uma lesão no joelho e terminou em último na sua bateria. Jadson André chegou na praia de muletas, mas guerreiro como sempre foi, entrou no mar assim mesmo e acabou sendo a única baixa do time, pois também não conseguiu surfar direito na repescagem. Na sequência, estrearam os primeiros campeões mundiais.

CAMPEÕES MUNDIAIS – As condições do mar já haviam mudado e ficou mais difícil de achar boas ondas nas séries de 4-6 pés da quarta-feira no maior palco do esporte. O campeão mundial de 2019 e medalha de ouro na estreia do surfe nas Olimpíadas, Italo Ferreira, passou em segundo lugar somando apenas 5,20 pontos. O vice-campeão do Billabong Pro Pipeline em 2022, Seth Moniz, venceu por 8,50 e o também havaiano Imaikalani Devault terminou em último, com 2,04 nas duas notas computadas.

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No confronto seguinte, Filipe Toledo entrou com a lycra amarela para fazer a sua primeira defesa do título mundial, conquistado na final brasileira do Rip Curl WSL Finals com Italo Ferreira no ano passado em Trestles, na Califórnia. Ele conseguiu vencer sua primeira bateria, mas foi por pouco também, 6,00 pontos contra 5,93 do australiano Jackson Baker e apenas 1,50 do irmão de Seth, Joshua Moniz. O próximo adversário de Filipe Toledo será o costa-ricense Carlos Munoz, valendo a nona vaga para as oitavas de final na terceira fase.

Filipe Toledo (Foto: Tony Heff/World Surf League)

“As condições estavam difíceis, mas foi bom vencer a primeira bateria do ano”, disse Filipe Toledo. “Acho que foi a pior bateria do dia em termos de pontos até agora, mas, olhando a previsão, já sabíamos que ia estar difícil de achar onda boa. Então, é preciso se adaptar e estou feliz de passar a primeira bateria. Esse tempo longe das competições, foi muito bom para curtir com a família, os amigos, estar em casa e fazer as funções diárias de pai. Mas treinei forte também e voltei com bastante energia para defender o título nesta temporada”.

Após essa vitória de Filipe Toledo, o cearense Michael Rodrigues, que está voltando ao time titular da seleção brasileira da WSL esse ano, acabou caindo para a repescagem numa bateria muito disputada. Ele terminou em terceiro lugar com 9,10 pontos, contra 9,84 do norte-americano Griffin Colapinto e 9,33 do havaiano Barron Mamiya, que superou o brasileiro com um aéreo numa onda surfada no último minuto. Michael depois aproveitou a segunda chance na repescagem e também avançou para a terceira fase do Billabong Pro Pipeline.

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No confronto seguinte, estreou o defensor do título desta etapa, o oito vezes campeão em Pipeline e também recordista com onze títulos mundiais, Kelly Slater. Ele até surfou alguns tubos nas direitas do Backdoor, mas o melhor foi o do brasileiro Caio Ibelli, que garantiu a vitória com o 5,77 recebido em mais uma bateria fraca de ondas. Caio foi até as semifinais em Pipeline no ano passado, parando no havaiano Seth Moniz.

Caio Ibelli (Foto: Tony Heff/World Surf League)

Depois, Samuel Pupo superou o sul-africano Matthew McGillivray por 6,50 a 6,46 na bateria vencida pelo indonésio Rio Waida, que totalizou 9,16 pontos. Na disputa seguinte, Yago Dora terminou em último, mas depois mandou até um aéreo para fazer o maior placar do dia na repescagem, 13,43 pontos somando notas 6,83 e 6,60. Somente ele superou os 12,83 pontos do João Chianca e os 12,50 do Miguel Pupo nas primeiras baterias da quarta-feira no Havaí.

DUELO DE CAMPEÕES – Outro brasileiro também se destacou, Gabriel Medina, no confronto mais aguardado do primeiro dia. O tricampeão mundial abriu a bateria surfando um tubaço no Backdoor, que valeu 7,67. O bicampeão mundial John John Florence também achou um bom tubo que recebeu 6,33 dos juízes, só que não entrou mais nada de ondas boas. O havaiano chegou a liderar com uma nota 3,67, mas Medina conseguiu um 3,17 para vencer por 10,84 a 10,00 pontos. O italiano Leonardo Fioravanti ficou em último com apenas 1,60.

“É incrível estar de volta aqui em Pipe, que é um lugar muito especial pra mim”, disse Gabriel Medina. “Tenho muitas memórias boas daqui e estou feliz com a vitória, mas espero que as condições melhorem na próxima rodada. Aquela direita no Backdoor foi a única boa que eu achei, bem longa. Eu já vi que ia ser boa, quando estava remando nela e fiz uma leitura boa da onda. Acelerei bem antes de entrar no tubo e foi bem longo. Pena que não tiveram mais, mas só de estar na bateria com o John John (Florence) e o Leo (Fioravanti), foi muito divertido”.

Gabriel Medina (Foto: Brent Bielmann/World Surf League)

VAGAS NAS OITAVAS – Assim como no primeiro dia, os surfistas da seleção brasileira não terão que se enfrentar na terceira fase do Billabong Pro Pipeline. Então, os nove que se classificaram, poderão chegar nas oitavas de final do primeiro desafio do ano no Havaí. A primeira vaga será disputada por Italo Ferreira e Ian Gentil. Na chave de cima, que vai apontar o primeiro finalista, tem ainda Caio Ibelli na sétima bateria com o também havaiano Ezekiel Lau, depois Samuel Pupo na oitava com o australiano Ryan Callinan.

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O atual campeão mundial, Filipe Toledo, abre a chave de baixo enfrentando o costa-ricense Carlos Munoz na nona bateria. Na décima, Yago Dora encara o defensor do título em Pipeline, Kelly Slater. Na 12.a, tem o recordista de nota na quarta-feira, João Chianca, contra o japonês Kanoa Igarashi. Na 13.a, está Michael Rodrigues com o australiano Jack Robinson. Na disputa seguinte, entra Gabriel Medina com o norte-americano Jake Marshall. Depois, Miguel Pupo disputa a última vaga para as oitavas de final com o francês Maxime Huscenot.

Yago Dora voando na repescagem (Foto: Tony Heff/World Surf League)

CATEGORIA FEMININA – No primeiro dia, apenas os homens competiram nas ondas de 4-6 pés em Pipeline. Agora, a expectativa é de que na quinta-feira seja iniciada a categoria feminina e a rodada inicial já vale passagem direta para as oitavas de final do Billabong Pro Pipeline. As duas melhores de cada bateria se classificam e a brasileira Tatiana Weston-Webb está na primeira, com a norte-americana Caroline Marks e a portuguesa Teresa Bonvalot. Este confronto pode abrir o segundo dia de competição em Pipeline.

Billabong Pro Pipeline em memória a Andy Irons é realizado com patrocínio da Billabong, Pacífico, Apple, Yeti, 805 Beer, Red Bull, Shiseido, Craft 1861, Turtle Bay, True Surf, Sambazon, Spectrum, Pura Vida, Surfline e Surf Shark. O prazo vai até o dia 10 de fevereiro e a competição está sendo transmitida pelo WorldSurfLeague.com e pelo Aplicativo e Canal da WSL no YouTube. No Brasil, todas as etapas do World Surf League Championship Tour também passam ao vivo nos Canais SporTV e no Globoplay

PRIMEIRA FASE DO BILLABONG PRO PIPELINE:
——- 1.o e 2.o=Terceira Fase / 3.o=Segunda Fase:
1.a: 1-Miguel Pupo (BRA)=12.50, 2-Nat Young (EUA)=10.17, 3-Ian Gentil (HAV)=6.94
2.a: 1-João Chianca (BRA)=12.83, 2-Jake Marshall (EUA)=10.70, 3-Kanoa Igarashi (JPN)=1.00
3.a: 1-Ethan Ewing (AUS)=6.20, 2-Liam O´Brien (HAV)=6.06, 3-Kolohe Andino (EUA)=4.30
4.a: 1-Ezekiel Lau (HAV)=8.54, 2-Jack Robinson (AUS)=8.50, 3-Jadson André (BRA)=0.23
5.a: 1-Seth Moniz (HAV)=8.50, 2-Italo Ferreira (BRA)=5.20, 3-Imaikalani Devault (HAV)=2.04
6.a: 1-Filipe Toledo (BRA)=6.00, 2-Jackson Baker (AUS)=5.93, 3-Joshua Moniz (HAV)=1.50
7.a: 1-Griffin Colapinto (EUA)=9.84, 2-Barron Mamiya (HAV)=9.33, 3-Michael Rodrigues (BRA)=9.10
8.a: 1-Caio Ibelli (BRA)=10.44, 2-Kelly Slater (EUA)=8.60, 3-Carlos Munoz (CRC)=0,50
9.a: 1-Jordy Smith (AFR)=10.66, 2-Connor O´Leary (AUS)=9.27, 3-Maxime Huscenot (FRA)=1.96
10: 1-Rio Waida (IDN)=9.16, 2-Samuel Pupo (BRA)=6.50, 3-Matthew McGillivray (AFR)=6.46
11: 1-Ryan Callinan (AUS)=9.57, 2-Callum Robson (AUS)=7.90, 3-Yago Dora (BRA)=2.13
12: 1-Gabriel Medina (BRA)=10.84, 2-John John Florence (HAV)=10.00, 3-Leonardo Fioravanti (ITA)=1.60

SEGUNDA FASE – 1.o e 2.o=Terceira Fase / 3.o=33.o lugar com 265 pontos:
1.a: 1-Kanoa Igarashi (JPN)=11.03, 2-Michael Rodrigues (BRA)=9.03, 3-Joshua Moniz (HAV)=8.87
2.a: 1-Yago Dora (BRA)=13.43, 2-Maxime Huscenot (FRA)=8.27, 3-Imaikalani Devault (HAV)=4.33
3.a: 1-Leonardo Fioravanti (ITA)=7.60, 2-Carlos Munoz (CRC)=7.14, 3-Matthew McGillivray (AFR)=6.93
4.a: 1-Kolohe Andino (EUA)=9.43, 2-Ian Gentil (HAV)=8.13, 3-Jadson André (BRA)=4.87

TERCEIRA FASE – Vitória=Oitavas de Final ou 17.o lugar com 1.330 pontos:
1.a: Italo Ferreira (BRA) x Ian Gentil (HAV)
2.a: Jordy Smith (AFR) x Nat Young (EUA)
3.a: Griffin Colapinto (EUA) x Leonardo Fioravanti (ITA)
4.a: Callum Robson (AUS) x Jackson Baker (AUS)
5.a: Ethan Ewing (AUS) x Liam O´Brien (AUS)
6.a: Seth Moniz (HAV) x Barron Mamiya (HAV)
7.a: Caio Ibelli (BRA) x Ezekiel Lau (HAV)
8.a: Samuel Pupo (BRA) x Ryan Callinan (AUS)
9.a: Filipe Toledo (BRA) x Carlos Munoz (CRC)
10: Yago Dora (BRA) x Kelly Slater (EUA)
11: Connor O´Leary (AUS) x Rio Waida (IDN)
12: Kanoa Igarashi (JPN) x João Chianca (BRA)
13: Jack Robinson (AUS) x Michael Rodrigues (BRA)
14: Gabriel Medina (BRA) x Jake Marshall (EUA)
15: John John Florence (HAV) x Kolohe Andino (EUA)
16: Miguel Pupo (BRA) x Maxime Huscenot (FRA)

PRIMEIRA FASE – 1.a e 2.a=Oitavas de Final / 3.a=Segunda Fase:
1.a: Tatiana Weston-Webb (BRA), Caroline Marks (EUA), Teresa Bonvalot (PRT)
2.a: Carissa Moore (HAV), Bettylou Sakura Johnson (HAV), Alyssa Spencer (EUA)
3.a: Stephanie Gilmore (AUS), Macy Callaghan (AUS), Moana Jones Wong (HAV)
4.a: Brisa Hennessy (CRI), Isabella Nichols (AUS), Sally Fitzgibbons (AUS)
5.a: Lakey Peterson (EUA), Gabriela Bryan (HAV), Caitlin Simmers (EUA)
6.a: Courtney Conlogue (EUA), Tyler Wright (AUS), Molly Picklum (AUS)

Fonte: WSL Latin America

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