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Dia dos Povos Indígenas: Elivelton Santos e Samuel Igo representam os Potiguara

Os surfistas profissionais Elivelton Santos e Samuel Igo, indígenas da Paraíba, são representantes das tribos Potiguara, localizadas na Baia da Traição, e no Dia dos Povos Indígenas, comemorado na quarta-feira 19, manifestaram a valorização da rica tradição e a efetivação das políticas públicas para os indígenas do Brasil.

Na quinta-feira (20) a redação do Sombreiro Surf conversou com os surfistas referente ao simbolismo do Dia dos Povos Indígenas. Samuel Igo, conhecido no cenário nacional por Samuca, está radicado na cidade do Rio de Janeiro, atualmente é integrante do Circuito Brasileiro de Surf Profissional, o CBSurf Dream Tour 2023 e da World Surf League Qualifying Series (WSL QS). Já Elivelton Santos, reside com sua família na aldeia Tupã, na Baía da Traição e competirá o Circuito Brasileiro de Surf Profissional, o CBSurf Taça Brasil 2023.

O surfista indígena Elivelton Santos, da tribo Potiguara – Foto: Arquivo Pessoal

Elivelton Santos, conhecido mundialmente como Índio Voador, relatou a importância de valorizar e preservar a cultura indígena, e como as tradições se manifestam na Baia da Traição. “Eu gosto de fazer parte das minhas origens indígenas Xã Tupã Guarani, na língua do povo guerreiro, do povo Potiguara. O Dia dos Povos Indígenas é um dia sagrado, onde todas as lideranças se unem em uma só aldeia, para consagrar as nossas origens, a tradição indígena, a dança Toré Potiguara, as conquistas e nossos direitos”, disse Elivelton Santos à redação surfe na veia. “Eu não pude participar do encontro, aconteceu um problema com meu filho, mas senti a energia da nação Potiguara da minha casa, aqui na aldeia. A nossa nação Potiguara manda um grande abraço para todos”.

O “Índio Voador”, Elivelton Santos, voando alto no CBSurf Maresia Pro Taíba 2022, realizado no Ceará – Foto: @Plabonz

Os direitos dos povos indígenas, citado por Elivelton Santos, foram gravemente violados nos últimos anos na Amazônia, fato noticiado pela imprensa mundial, após grandes conquistas na agenda de políticas de públicas construídas paulatinamente há 80 anos no Brasil.

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Inspirada pela política de Marechal Cândido Rondon, e instituída pelo presidente Getúlio Vargas, em 1943, através do decreto-lei, o Dia do Índio, teve como objetivo: respeitar, valorizar e zelar os valores culturais dos povos originários.

Neste ano, o Dia dos Povos Indígenas foi comemorado pela primeira vez no Brasil, após a aprovação da Lei 14.402, promulgada pelo presidente da republicada em julho de 2022, para substituir o Dia dos Índios. Atualmente, são mais de 300 povos indígenas, que falam mais de 250 línguas, refletindo a ampla diversidade cultural nacional.

O indígena Potiguara, Samuel Igo, na praia da Tiririca, em Itacaré, Bahia. Foto: Arquivo Pessoal

Para o surfista potiguara Samuel Igo, não basta lembrar o valor do Dia dos Povos Indígenas, mas reivindicar o direito à demarcação de terras e o desenvolvimento de políticas públicas para os indígenas. “O Dia dos Povos Indígenas, celebrado oficialmente em 19 de abril, é uma oportunidade para refletir sobre a importância de valorizar a cultura da população indígena e chamar a atenção para reivindicações históricas: demarcação de terras e serviços de saúde e educação”.

O Potiguara Samuel Igo, na praia da Cacimba do Padre, em Fernando de Noronha, Pernambuco. Foto: @ricardoalvesfotos

No sábado 22, a Agência Brasil apresentou a matéria “Centro de Referência em Saúde Indígena é inaugurado em terra Yanomami”, em Surucucu, Roraima, para combater a crise humanitária de saúde do povo ianomâmi, reforçando o pensamento de Samuel Igo e Elivelton Santos no tocante ao desenvolvimento de políticas públicas para os povos indígenas do Brasil.

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No Marco Conceitual para Povos Indígenas e Quilombolas, editado pelo Governo do Estado da Paraíba em 2019, ficou apontado a existência de 34 tribos indígenas das tribos Tabajaras, Potiguaras e Cariris. No total a população gira entorno de 14.916 autodeclarados indígena.

O indígena Samuel Igo, paraibano da Baia da Traição, radicado no Rio de Janeiro. Foto: @ricardoalvesfotos

Em entrevista ao Informa Paraíba, o Cacique Sandro Gomes Barbosa, liderança de oito aldeias do povo Potiguara e padrinho de Elivelton Santos, citou a importância da coleta de informações do Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o desenvolvimento de políticas públicas. “Essa pesquisa é muito positiva nesse momento para o povo Potiguara. É muito bom o levantamento de análise das tribos indígenas e comunidades indígenas, como pro o Brasil todo. Esse trabalho só vem a melhorar a vida da gente, facilitar a vida da gente”.

Os povos indígenas ampliaram a presença no campo político nacional. Eles têm fortalecido a agenda na pauta de políticas públicas por meio de seus representantes, seja nos municípios, estados e governo federal.

Nesse domingo (23), as delegações indígenas começaram a chegar em Brasília, são esperados mais de 6 mil índios, para o Acampamento Terra Livre (ATL), que será realizado entre os dias 24 e 28 de abril. Segundo a matéria da Agência Brasil, a principal proposta do encontro, é protestar contra o projeto de Lei 191/2020, que visa a liberação da mineração em terras indígenas. O ATL, maior encontro dos povos originários do Brasil, também reforçará a importância da demarcação de terras indígenas em todas as regiões do país.

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“O Dia dos Povos Indígenas também é o dia da resistência brasileira. Não dê apenas os parabéns, ofereça respeito e igualdade. A cultura Indígena é a cultura do Brasil”, reforçou o indígena e integrante do CBSurf Dream Tour 2023, o potiguara Samauel Igo.

Foto Destacada: Elivelton Santos (Arquivo Pessoal) e Samuel Igo (Arquivo Pessoal)

Imagem: Montagem Sombreiro Surf Notícias

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