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Federação Sergipana de Surf pede afastamento de Adalvo Argolo da CBSurf

No último capítulo da novela “CBSurf”, datado no dia 25 de janeiro, a desembargadora federal Danielle Maranhão Costa, do Poder Judiciário Federal da 1ª região, determinou o retorno de Adalvo Argolo à presidência da CBSurfConfederação Brasileira de Surf, entidade filiada ao COB – Comitê Olímpico Brasileiro.

A matéria “Presidente da CBSurf emite nota à imprensa”, datada no primeiro dia do mês fevereiro no Portal Sombreiro Surf, noticiou o retorno do presidente responsável pela entidade máxima do esporte. No capítulo final da novela, até então, doze federações estaduais pediram a recondução de Adalvo Argolo ao cargo de presidente da CBSurf, inclusive a FSS – Federação Sergipana de Surf.

O presidente da Confederação Brasileira de Surf (CBSurf), Adalvo Argolo, e Presidente da entidade, Paulo Wanderley, na sede do Comitê Olímpico do Brasil (COB) – Foto: Facebook/CBSurf

Um novo capítulo da novela “CBSurf”

No último dia 31 de janeiro, posteriormente a decisão do Poder Judiciário Federal, o presidente da FSS – Federação Sergipana de Surf, Fred Costa, participou da reunião com portas fechadas na cidade de Porto de Galinhas, em Pernambuco, sem a presença do presidente da CBSurf.

Fred Costa estava ao lado do comandante do movimento, o ex-presidente da CBSurf e da Federação Pernambucana de Surf, Geraldo Cavalcante, do vice-presidente da CBSurf afastado voluntariamente do organograma da entidade desde o início do ano de 2018 e, também, da presidência por decisão do Poder Judiciário Federal, o carioca Guilherme Pollastri, do ex-top da WSL – World Surf League, Teco Padaratz, do diretor-executivo da ABRASP – Associação Brasileira dos Surfistas Profissionais, Pedro Falcão, e dos presidentes das federações do Pará, Ceará, Paraíba, Alagoas, Bahia e São Paulo.

O objetivo do encontro foi declarar apoio ao vice-presidente afastado voluntariamente da CBSurf, Guilherme Pollastri. Adalvo Argolo e Pollastri travam uma forte batalha desde o início de 2018 pela presidência da entidade máxima do esporte brasileiro.

De aliados a opositores

Geraldo Cavalcante liderou 11 presidentes  filiados a CBSurf na realização de um manifesto em apoio ao presidente afastado Adalvo Argolo, no mês de dezembro de 2018. Agora, após a última decisão judicial em favor do presidente, no último dia 25, Geraldo Cavalcanti ao lado de Guilherme Pollastri e demais apoiadores, buscam o afastamento definitivo de Adalvo Argolo.

Presidente da FSS – Federação Sergipana de Surf, Fred Costa, participa da reunião com portas fechadas em Porto de Galinhas/PE – Foto: Divulgação

O fato é que desde 2010 o atual presidente da CBSurf, Adalvo Argolo, tem o apoio da maioria das 18 entidades filiadas que compõe o colégio eleitoral. Democraticamente ele foi reeleito no último pleito para exercer a gestão até 2020. Como base na eleição de 07 de dezembro de 2013, realizada em Fortaleza-CE, Advalvo venceu o pleito por 12 votos a 0. A chapa comandada pelo carioca Sérgio Noronha foi derrotada. Adalvo sempre teve apoio da maioria das filiadas desde 2010, inclusive das entidades nordestinas.

Denúncias contra Adalvo Argolo

Em setembro de 2018, o presidente Adalvo Argolo solicitou o cancelamento da participação da delegação brasileira no ISA World Surfing Games, em Tahara, no Japão, horas antes do embarque, alegando que foi orientado pelo COB – Comitê Olímpico Brasileiro, a evitar problemas futuros com a prestação de contas, optando não correr risco de inadimplência com as entidades públicas.

Cartaz divulgação – Imagem: International Surfing Association

O ex-presidente Guilherme Pollastri, no dia 18 de outubro de 2018, entrou com uma representação no COB – Comitê Olímpico Brasileiro, requerendo o afastamento do presidente da Confederação Brasileira de Surf, Adalvo Argolo, justificando  conturbada administração e a falta de prestação de contas. Também solicitou do comitê a suspensão do repasse de verba da Lei Agnelo/Piva.

Em seguida, Adalvo Argolo foi afastado provisoriamente por uma liminar emitida pela Justiça Federal de Brasília, e Guilherme Pollastri se tornou presidente da CBSurf em caráter liminar. No dia 25 de janeiro, a desembargadora federal Danielle Maranhão Costa, do Poder Judiciário Federal da 1ª região, determinou o retorno do presidente da CBSurf – Confederação Brasileira de Surf, Adalvo Argolo. No período da análise jurídica de defesa, a maioria das filiadas, isto é, 18 entidades, assinaram o manifesto em apoio ao presidente Adalvo Argolo.

Após determinação da Justiça Federal o portal de notícias Waves apontou à nova debanda de quase todos os representantes das entidades da região Nordeste, em matéria datada no dia 2 de fevereiro. De acordo o texto, os líderes do movimento Guilherme Pollastri e Geraldo Cavalcanti, apresentaram as planilhas de custos da CBSurf em reunião com portas fechadas na cidade de Porto de Galinhas/PE às instituições filiadas.

O novo elenco da novela “CBSurf” comandado por Pollastri, o ex-aliado de Adalvo, Geraldo Cavalcanti, e mais 11 entidades, incluindo o presidente da Federação Sergipana de Surf, Fred Costa, apontaram os salários da diretoria, das despesas, custos de viagens e nomeação de cargos como motivos principais pelo pedido de afastamento.

Os surfistas e competidores brasileiros pedem união aos representantes do surf – Foto: Facebook/CBSurf

Será que as entidades de controle, como Comitê Olímpico e Ministério dos Esportes erraram na aprovação das contas do atual presidente Adalvo Argolo? A decisão do Poder Judiciário Federal da 1ª região foi errônea? O novo elenco da novela “CBSurf” está correto nas afirmações? Como se pode observar, a novela está longe do fim e necessita de respostas transparentes das autoridades institucionais do surf nos próximos capítulos.

Entretanto, os dados das planilhas de custos estavam apresentados no Comitê Olímpico Brasileiro, seguido a Lei nº 12.527/2011, conhecida como Lei de Acesso à Informação – LAI, que constitucionalmente oferta o direito ao cidadão solicitar e receber informações públicas dos órgãos e entidades, de todos os entes e Poderes. Vale frisar, a decisão da desembargadora federal Danielle Maranhão Costa, do Poder Judiciário Federal da 1ª região, determinando o retorno do presidente da CBSurf – Confederação Brasileira de Surf, Adalvo Argolo, foi balizada nas informações do Comitê Olímpico Brasileiro e do Ministério dos Esportes. Todas as contas da gestão Adalvo Argolo foram aprovadas.

Perguntas sem respostas

O Sombreiro Surf deixou algumas perguntas em aberto na última matéria publicada sobre a novela “CBSurf”: Qual foi o real motivo dos irmãos nordestinos quererem o afastamento do presidente da CBS, a priori, e, consequentemente, a sede da entidade sair do nordeste (Bahia) e ir para a cidade do Rio de Janeiro, Olimpíadas de Tóquio 2020? Pan-Americano de Lima 2019? Realização do Circuito Brasileiro de Surf de base 2019? CBS Tour 2019? Moralidade no tocante aos recursos públicos federais?

Imagem divulgação

Agora, somasse mais algumas perguntas sem respostas. Se os dados balizados pela Leia da Transparência já estavam apresentados, aprovados e disponíveis no Comitê Olímpico Brasileiro e no Ministério dos Esportes, qual é o verdadeiro motivo da mudança de comportamento dos presidentes das entidades filiadas da região Nordeste? Caso a novela ganhe um novo capítulo, a CBSurf passaria a ter novo organograma (constituído pelos apoiadores) e teria que cumprir um mandato-tampão até 2020, isto é, até as Olimpíadas de Tóquio? A democracia exercida no último pleito, vencida pela chapa de Adalvo Argolo, com apoio da maioria das 18 instituições filiadas a CBSurf seria rasgada? O ato pode-se classificar como golpe antidemocrático?

Equipe brasileira participou dos Jogos Pan-americanos de Surf em 2018

Quem trabalha tem que receber bem

Um surfista sergipano que pediu para seu nome não ser revelado, ouviu mais de uma vez dos organizadores do Circuito Sergipano de Surf e de um empresário do mercado surf, que as empresas de organização e de comunicação que prestaram serviços à Federação Sergipana de Surf e demais profissionais tinham que receber bem, mais bem mesmo. Então qual é o motivo de apontarem o alto salário da diretoria da CBSurf? Apenas os profissionais sergipanos têm o direito de receber bem? Quanto custa financeiramente receber bem? Grande parte da comunidade surf sergipana acredita que os valores tangíveis e intangíveis devem estar focados exclusivamente no atleta. Os competidores é que têm que ser valorizados, bem premiados e com apoio total da Federação para representar Sergipe em competições à nível nacional. É eles que dão o show de surf!

Lei da Transparência

Diante da disputa acirrada de grupos para deter o poder da CBSurf (político, institucional e financeiro) e, consequentemente, ser responsável pelo esporte nas Olimpíadas de Tóquio 2020, administrando todos os aportes financeiros de instituições públicas e privadas, o fato que chama atenção foi o papel decisivo da Lei de Acesso à Informação – LAI para nortear a posição do Poder Judiciário da 1ª Região em favor de Adalvo Argolo.

Circuito Sergipano de Surf 2018 – Foto: Facebook/FSS

As entidades filiadas a CBSurf que mudaram de posição à favor Guilherme Pollastri no final de janeiro de 2019, prestaram contas das verbas públicas e privadas para os atletas federados, associações de surf, surfistas, imprensa e sociedade em geral em 2018? Será que o dever de casa foi feito antes da cobrança em grupo? Vale lembrar, um dos motivos apresentados pelo grupo foi a falta de transparência dos recursos públicos e privados do presidente da CBSurf.

Existe balanço contábil das operações comerciais relacionadas à verba pública ou privada da CBSurf de acordo com a Lei de Acesso à Informação – LAI, mas em Sergipe existe? Como exemplo, quanto foi arrecado financeiramente pela Federação Sergipana de Surf no Circuito Sergipano de Surf 2018, seja por meio de criação e execução de ações ou captação de patrocinadores? Se existir os dados, onde foi publicado para os surfistas, a sociedade e a imprensa ter acesso? Ou a Lei de Acesso à Informação – LAI, se aplica exclusivamente contra a atual gestão da Confederação Brasileira de Surf que mantém suas contas aprovadas no COB – Comitê Olímpico Brasileiro e Ministério dos Esportes?

Sede do COB – Comitê Olímpico Brasileiro – Foto: CBSurf

Diversas perguntas à nível nacional e local estão abertas e sem respostas. O próximo capítulo da longa novela “CBSurf” responderá qual grupo administrará as verbas privada e pública até as Olimpíadas de Tóquio 2020 e quem serão os especialistas do surf que comporão, ou não, o novo organograma da Entidade.

Capítulo Final?

No último dia 04, segunda-feira, o presidente da CBSurf – Confederação Brasileira de Surf, Adalvo Argolo, emitiu ofício por e-mail para as 18 filiadas e publicou no site institucional e oficial da CBSurf para dar conhecimento: Cancelamento da Assembleia de 8 de fevereiro; Confederação Brasileira de Surf não tem Assembleia ainda marcada; Confederação Brasileira de Surf esclarecimentos.

Confira abaixo o conteúdo do ofício da CBSurf:

Ofício CBSurf – Confederação Brasileira de Surf – Imagem: Site CBS

No tocante a FSS – Federação Sergipana de Surf, a redação do Sombreiro Surf manteve contato por meio de mensagem via WhatsApp com o presidente Fred Costa, mas até o momento não obteve o retorno.

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