Saúde de Aracaju alerta sobre cuidados com a pele durante o verão
Com o início da estação mais quente do ano e sendo o verão um período de maior exposição ao sol, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Aracaju alerta para os principais cuidados com a pele nessa época do ano.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o câncer da pele corresponde a 33% de todos os diagnósticos da doença no Brasil. Anualmente, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) registra 185 mil novos casos.
Ainda de acordo com a SBD, os tipos de câncer de pele mais comuns são os carcinomas basocelulares e os espinocelulares, responsáveis por 177 mil novos casos da doença por ano. Já o melanoma, tipo mais raro, porém mais agressivo de câncer da pele, registra 8,4 mil casos, anualmente.
O dermatologista do Centro de Especialidades Médicas de Aracaju (Cemar Siqueira Campos), Hunaldo Amorim, explica que a exposição ao sol não é o problema, mas a falta de proteção da pele associada aos horários com maior intensidade da radiação ultravioleta (UV).
“No horário entre 10h e 16h há uma maior intensidade de radiação UV, então, nesses horários, a exposição ao sol não deve ser desprotegida. A depender do fototipo da pele e a produção de melanina, os níveis de proteção aumentam com relação à radiação ultravioleta. A melanina é o que dá pigmentação à pele, para que a radiação ultravioleta não venha a atingir o DNA da célula e provocar mutações que são responsáveis por causar o câncer de pele e as alterações que chamamos de pré-cancerosas. São as queratoses actínicas, alterações na estrutura da pele provocadas pela exposição prolongada ao sol”, orienta.
O médico explica ainda que tais alterações são mais comuns em pessoas com a pele, cabelos e cor mais clara dos olhos, que quando expostas ao sol ficam com a pele avermelhada ou ainda apresentam bolhas, pós-exposição.
“Há ainda uma maior probabilidade dessas alterações em pessoas com doenças tipo vitiligo em área extensa ou com albinismo, consideradas pessoas de alto risco. Existem ainda doenças genéticas que não corrigem os defeitos causados no DNA pela radiação ultravioleta, podendo resultar o câncer de pele precoce”, explica Hunaldo.
Para evitar o efeito imediato dessa exposição ao sol, como a queimadura, o médico orienta o respeito aos horários com menor intensidade de radiação e o uso regular de protetor solar acima do fator 15 de proteção, além de reposição a cada duas horas ou sempre que necessário.
Outros efeitos
Além da queimadura, a exposição excessiva ao sol pode ocasionar alterações no sistema imunológico, facilitando a ativação de outras alterações. “A luz ultravioleta penetra nos leucócitos da pele, e acaba modificando a atividade dessas células, reduzindo a imunidade, temporariamente, o que pode ativar uma herpes simples, muito comum no verão. Outro efeito pelo calor excessivo, é o aparecimento de micoses nas dobras da pele, principalmente se a pessoa for obesa ou tiver comorbidades como diabetes. Durante o período do verão, transpira-se mais, a pele fica mais úmida, e as dobras merecem uma atenção especial, devendo se manter sempre secas para evitar o aparecimento de micoses”, aconselha o dermatologista.
A exposição prolongada ao sol tem dois principais efeitos: a possibilidade do surgimento de câncer de pele, provocada pela radiação ultravioleta B ou o envelhecimento precoce, ocasionada pela radiação ultravioleta A, podendo danificar as fibras elásticas e de colágeno, modificando a estrutura da pele.
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Mais comuns
Entre as principais características do carcinoma basocelular ou CBC está a manifestação através de machas avermelhadas, nódulos com aspecto perolados ou ainda ter pigmentação, lembrando o melanoma. Surgem mais frequentemente em regiões expostas ao sol ou podem se desenvolver também em áreas não expostas, ainda que mais raramente.
Já o carcinoma espinocelular ou CEC se manifesta em forma de machucados ou feridas descamativas que não cicatrizam. São mais comuns em áreas com maior exposição ao sol e quando não tratado precocemente, evolui e aprofunda na pele com a capacidade de gerar metástase, atingindo vasos sanguíneos ou linfáticos da pele, espalhando para outras áreas do corpo.
“Esses são os mais comuns, só 5% dos cânceres de pele são referentes a outros tipos de câncer, a exemplo do melanoma, que se caracteriza por um sinal pigmentado. E o que chama atenção é o aspecto desse sinal: bordas irregulares, assimétricas, cor com vários tons na mesma lesão, o diâmetro da lesão, que acima de seis milímetros já alerta um índice maior de suspeita, além da evolução dela”, descreve o dermatologista Hunaldo Amorim.
“Aqui no Cemar, recebemos usuários a partir de uma triagem feita na Unidade Básica de Saúde, ou seja, eles já vêm encaminhados por conta de uma suspeita. Alguns procedimentos podem ser feitos dentro do próprio Centro de Especialidades e outros são encaminhados”, explica o médico. Sinais de alertaAlém dos cuidados básicos com a pele, evitando a exposição desprotegida em horários com maior intensidade do sol, associado a equipamentos de proteção como viseiras, bonés, óculos solar ou sombreiros, é importante estar alerta aos sinais que podem surgir na pele.
“Pessoas com fototipo mais baixo, pele mais clara ou com doenças relacionadas devem redobrar esses cuidados. Mas pessoas com a pele mais escura também podem apresentar sinais de melanoma, mas eles tendem a surgir nas áreas com pouca pigmentação, como nas extremidades das mãos e pés ou nas laterais dos dedos”, ressalta o dermatologista.
Sobre os sinais de alerta, o médico orienta ainda que as pessoas procurem ajuda profissional para o diagnóstico precoce em casos do surgimento de caroços que lembram espinhas, que chegam a ferir ou sangrar e não cicatrizam; além de manchas que modificam a cor ou crescem sem dor. O diagnóstico precoce faz toda diferença na evolução ou não da doença.
Foto Destacada: Felipe Goettenauer / PMA
Fonte: PMA
Publicado: 30/12/2020