Robson Fraga: “quero voltar para a elite do brasileiro profissional”

Abrindo a temporada de entrevistas 2021 no Sombreiro Surf Notícias, o surfista profissional Robson Fraga, único representante da comunidade sergipana nas competições nacionais e internacionais, conversou com a redação por meio da rede social Instagram, na primeira semana da segunda década do novo milênio.

Considerado entre os surfistas mais experientes da Praia do Havaizinho, Orla da Atalaia, como o melhor competidor entre todas as modalidades surfe da história de Sergipe, Robson “Siri” elevou positivamente a imagem esportiva nos últimos anos.

Os resultados acumulados ao longo da carreira falam por si sós. Robson Fraga é Top 8 da elite brasileira de surf profissional, categoria Longboard, por nove anos consecutivos e penta campeão brasileiro amador, entre outros títulos relevantes.

A redação do Sombreiro Surf conversou sobre os fatos atuais que marcam a sociedade moderna e o mundo esportivo: a suspensão forçada da prática esportiva surf em Sergipe devido à Covid-19, o cancelamento das competições profissionais no Brasil, a nova rotina dos treinos em meio a pandemia, a prestação de serviços para os munícipes aracajuanos em meio a maior crise sanitária nacional, a sua participação no Brasileiro de Longboard – VI Jericoacoara Cultura Longboard Surf Festival, os principais resultados ao longo da carreira e os novos objetivos neste novo ano, o ano da esperança entre a sociedade mundial.

Confira mais uma entrevista exclusiva do Sombreiro Surf Notícias.

SSnaVeia – O ano de 2020 foi anormal às competições esportivas surf à nível mundial, nacional e de Sergipe, devido à grave pandemia do novo coronavírus. Como foi a sua preparação para competir no Brasileiro de Longboard, o VI Jericoacoara Cultura Longboard Surf Festival, evento realizado no final da primeira quinzena do último mês de dezembro, no estado do Ceará?

RF – Com certeza a pandemia complicou a vida de todos, e a minha não foi diferente, todo mundo teve que se reinventar, no meu caso tomar decisões para manter minha pequena empresa viva – @F5Fitness – com meu irmão, foram oito meses de porta fechada. Entretanto, acabei tendo que trabalhar na linha de frente ao combate ao novo coronavírus, porque tenho um contrato de atividade física com a Secretaria de Saúde, e como foram suspensas as atividades, fui ao combate do vírus.

Mas graças a Deus conseguimos avançar, como eu tenho alunos de Personal, meus treinos ficaram somente com eles, através das videoaulas, com as praias fechadas ficaram bem difíceis os treinos específicos.

Quando teve a flexibilização deu para voltar para água, mais minha jornada de trabalho ficou muito intensa, diminuindo para uma ou duas vezes o surf na semana. Cheguei ao campeonato sem condicionamento, sem ritmo de bateria e sem material. A prancha de longboard que levei acabou não funcionou nas ondas de Jeri, mas consegui superar e levar Sergipe ao pódio do Jericoacoara Cultural Longboard Festival.

SSnaVeia – Como foi sua participação e os resultados no Brasileiro de Longboard 2020?

RF – Mesmo com todas as dificuldades consegui uma prancha emprestada do meu amigo irmão Jeferson Silva de Saquarema, Rio de Janeiro, que fui me encaixando ao longo da competição, mas, infelizmente, na categoria Profissional acabei perdendo na primeira fase, coisa que não acontecia desde 2011.

Já na categoria Master eu fui encontrando boas ondas, fazendo boas notas e avançando até a final em todas as baterias em primeiro lugar. Na final optei por utilizar estratégia diferente e, não fui feliz nas minhas escolhas de ondas, alcançando o 4º lugar na grande final.

Como atleta não foi o meu objetivo, mas pelo ano que foi, consegui um grande resultado com todas essas dificuldades e me mantendo no pódio. Infelizmente, a pandemia me fez perde dois apoiadores financeiros, deixando meu ano mais complicado.

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SSnaVeia – Explique a sensação de retornar às competições depois de longos meses suspensivos.

RF – Eu amo competir, superar meus limites e tentar chegar ao lugar mais alto do pódio, isso que me motiva a está nos treinos tentando melhorar e aprender. E quase um ano sem competição foi desanimador.

Com a data da etapa decisiva deu um ânimo a mais em todos os competidores, tanto que esse ano foi recorde de inscritos na etapa única, acendendo o interesse de vários competidores do Brasil, que poderiam voltar para casa com o título de Campeão Brasileiro de 2020.

SSnaVeia – Alguns surfistas experientes da Praia do Havaizinho citam que você é considerado o melhor competidor entre todas as modalidades surf da história de Sergipe. Como você se sente pelo reconhecimento e cite os seus principais títulos?

RF – Isso é gratificante saber que grandes surfistas de Aracaju reconhecem minha dedicação, eu fico muito feliz. E esse reconhecimento me faz ter mais vontade de melhorar e tentar evoluir. Digo sempre que o surfista sergipano é o surfista mais apaixonado pelo surf, não temos boas ondas, mas estamos sempre no mar. E os mais experientes são exemplos para me fazer continuar.

Tenho alguns títulos: pentacampeão brasileiro amador, bicampeão nordestino, 14 títulos sergipanos, 11 títulos em águas baianas, 6 títulos alagoanos e permaneci na elite brasileira profissional ( top 8 ) de 2011 a 2020, na qual vou voltar no próximo ano, com fé em Deus.

SSnaVeia – Quais são seus projetos competitivos para o ano de 2021?

RF – Como 2020 só participei de apenas um evento, fiquei sem ritmo de competição. Vou tentar ir para vários campeonatos regionais para adquirir ritmo, porque quero voltar para a elite do brasileiro profissional e também disputar o título de Campeão Brasileiro Master, no qual eu vinha de 3 títulos consecutivos: 2017, 2018 e 2019.

SSnaVeia – Deixe uma mensagem para os leitores do Sombreiro Surf Notícias.

RF – Um 2021 cheio de alegrias, realizações e de boas ondas. Acreditem nos seus sonhos, #vcssurfam.

Publicado: 19/01/2021