Na estreia do surfe nas Olimpíadas, confiança e otimismo imperam entre os quatro atletas brasileiros
Os quatro atletas brasileiros que representarão o Brasil na estreia do surfe nos Jogos Olímpicos de Tóquio, de 23/7 a 8/8, demostram muita vontade e garra para a conquista de uma medalha. “No que depender de mim, vou chegar lá com muita vontade de trazer esse ouro”, diz sem titubear Gabriel Medina, bicampeão mundial (2014/2018). “Vou dar o meu melhor para trazer essa medalha inédita”, dispara o atual campeão mundial Ítalo Ferreira.
A ala feminina também não deixa por menos. A atleta que acaba de vencer a etapa de Margaret River (Austrália) e assumiu a vice-liderança do campeonato mundial na temporada 2021, Tatiana Weston-Webb e a eleita oito vezes a melhor surfista brasileira Silvana Lima, contam que estão em treinamento intensivo para abocanhar uma medalha e ambas dizem estar tranquilas física e psicologicamente para a competição. “Estou muito feliz em conquistar o meu sonho de estar no maior evento esportivo do mundo. E, o mais importante, estou bastante otimista”, afirma Tati.
Os surfistas olímpicos foram selecionados, a partir do ranking de 2019, do Circuito Mundial de Surfe (Championship Tour), maior competição da modalidade no mundo, promovida pela WSL – World Surf League. No total serão 40 atletas da elite do surfe mundial que estarão nas Olimpíadas de Tóquio, no Japão – 20 homens e 20 mulheres, com no máximo dois representantes de cada país em cada gênero.
“Acho que o Brasil vai chegar muito forte nos Jogos Olímpicos. Vejo que estão todos motivados, preparados e animados. E, sem dúvida, o surfe vai crescer ainda mais com essa entrada nas Olimpíadas”, considera o paulista Medina, de 27 anos, atualmente em 1º no ranking da WSL. “É algo indescritível, nunca imaginei participar desse momento histórico. Estou treinando bastante e será uma honra representar nosso país”, acentua o potiguar Ítalo, de 27 anos.
Tati alega não ter nem palavras para descrever a emoção que é fazer parte dos Jogos. Gaúcha, 25 anos (filha de brasileira com inglês), reside em Kauai, ilha do arquipélago havaiano, conta que não tem um treino específico para vencer as ondas do Japão. “Fico surfando muito, o tempo todo, e o Comitê Olímpico do Brasil – COB tem me dado suporte, disponibilizando uma equipe de nutrição, preparador físico e fisioterapeuta, o que tem me ajudado bastante a fortalecer meu treino. E, claro, tenho trabalhado a mente também.”
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Para Silvana Lima “a ficha não caiu ainda, mas deve cair quando me juntar com toda equipe e embarcar para o Japão. Até lá estou sonhando aos pouquinhos”. Cearense, 35 anos, a atleta já chegou ao vice-campeonato mundial nas temporadas 2008 e 2009. “Estou bem tranquila. Toda equipe está dando suporte para que eu possa me concentrar nos treinos. O negócio agora é chegar em Tóquio, me adaptar ao fuso, me alimentar bem e focar em cada bateria.”
Os atletas e as ondas do Japão
Os quatro brasileiros já surfaram as ondas do Japão e até levaram medalhas quando competiram no país. No Pré-Olímpico disputado durante o ISA World Surfing Games, de 2019, em Miyazaki, Ítalo conquistou o ouro e Medina o bronze. “Foi ótimo poder ir lá antes dos Jogos e conhecer o Japão, a sua cultura e para começar a adaptar”, conta Medina.
Já Silvana ficou com a prata no feminino da competição: “Foi incrível essa conquista no Japão, não conhecia o país e só de ter subido ao pódio fiquei muito feliz. Também conheci um pouco das ondas locais”.
Mas especificamente a praia Tsurigasaki (Província de Chiba), escolhida para sediar as competições de surfe nos Jogos, os brasileiros ainda não conhecem. “Sabemos que são um pouco parecidas com as ondas do Nordeste do Brasil, então, acredito que vamos nos adaptar rápido”, diz Silvana.
“Estou preparado para tudo. Cada lugar apresenta ondas diferentes. O que eu faço sempre é me preparar fisicamente e mentalmente para conseguir surfar em qualquer lugar do mundo e dar o meu melhor, me divertindo, pois faço o que mais gosto”, diz Ítalo.
Medina obteve a informação de que as ondas não são as tradicionais que costumam pegar no tour. “Parece que são menores e com menos força e, sabendo disso, vou me preparar para essa situação. Pretendo perder peso para ficar um pouco mais leve e poder surfar essa onda nas melhores condições.”
“Nunca surfei nessa praia, mas já surfei em outro local que deve ter condições parecidas ao do ISA Games de 2019, quando fui super bem. Geralmente é mais beach break e ondas menores”, explica Tati.
Cada atleta deve levar uma média de 20 pranchas para o Japão. “Tenho feito pranchas sob medida em parceria com Tico e Teco, em Santos, e para as Olimpíadas não poderia ser diferente. Desenvolvemos juntos as pranchas”, conta Ítalo. O atual campeão mundial se refere aos shapers e surfistas Adriano Teco e Tico Oliveira.
PROGRAMAÇÃO DO SURFE NOS JOGOS OLÍMPICOS
25 DE JULHO (domingo) – Das 7 às 16h20 (das 19h de sábado às 4h20 de domingo, no Brasil)
Round 1 da categoria masculina
Round 1 da categoria feminina
Round 2 da categoria masculina
Round 2 da categoria feminina
26 DE JULHO (segunda-feira) – Das 7 às 16h40 (das 19h de sábado às 4h40 de domingo, no Brasil)
Round 3 da categoria feminina
Round 3 da categoria masculina
27 DE JULHO (terça-feira) – Das 7 às 14h20 (das 19h de sábado às 2h20 de domingo, no Brasil)
Quartas-de-final da categoria masculina
Quartas-de-final da categoria feminina
Semifinal da categoria masculina
Semifinal da categoria feminina
28 DE JULHO (quarta-feira) – DAS 8H ÀS 11H35 (das 20h de sábado às 23h35 de domingo, no Brasil)
Bateria da medalha de bronze feminina
Bateria da medalha de bronze masculina
Bateria da medalha de ouro feminina
Bateria da medalha de ouro masculina
Cerimônia de entrega de medalhas feminina
Cerimônia de entrega de medalhas masculina
Foto Destacada: Italo Ferreira voando nas ondas de Newcastle (Crédito: Matt Dunbar / World Surf League via Getty Images)
Fonte: WSL/Casa do Bom Conteúdo
Publicado: 19/05/2021