Margaret River Pro: Gabriel Medina e Italo Ferreira continuam na temporada do WSL CT 2024
O Margaret River Pro ofereceu momentos emocionantes para os melhores surfistas do mundo. A pressão do corte na metade da temporada persistiu, e Gabriel Medina e Italo Ferreira demonstraram precisão em suas performances nas ondas de até 1,80 metro em Main Break, na terça-feira (16) na costa oeste da Austrália. Os dois campeões mundiais avançaram para as oitavas de final, tornando-se os primeiros atletas da Seleção Brasileira de Surf a garantir presença na segunda metade do World Surf League (WSL) Championship Tour (CT) 2024.
Além dos dois campeões, outros três surfistas brasileiros asseguraram vagas nas oitavas de final do quinto evento do WSL CT, o Margaret River Pro: Miguel Pupo, Samuel Pupo e Caio Ibelli, que lutam para escapar do corte. O objetivo de todos é alcançar as semifinais para obter os pontos necessários e entrar na lista dos 22 melhores surfistas do ranking.
O evento prosseguiu com a repescagem da categoria masculina. No primeiro confronto, Miguel Pupo competiu com os havaianos Reef Heazlewood e Barron Mamiya. Enquanto Mamiya já tinha a vaga garantida para a segunda metade da temporada, Miguel Pupo precisava avançar para permanecer na disputa por uma das 22 vagas. O atleta convidado para o Margaret River Pro, Reef Heazlewood, avançou em primeiro lugar com 14,93 pontos, e Miguel Pupo conquistou o segundo lugar com 12,63 pontos, enquanto Barron Mamiya fez 11,43 pontos e foi eliminado da competição.
Yago Dora entrou na terceira bateria da repescagem fora da zona de classificação, necessitando avançar para subir no ranking. O norte-americano Cole Houshmand estava em uma posição confortável no ranking, enquanto Kelly Slater, considerado o maior surfista de todos os tempos, precisava vencer para permanecer na briga por um bom resultado e evitar o corte. Infelizmente, Yago Dora terminou em terceiro lugar e foi eliminado da competição, correndo o risco de ficar de fora do WSL CT 2024. Cole Houshmand avançou para a terceira fase do evento em primeiro lugar, com 13,10 pontos, e Kelly Slater passou em segundo lugar, com uma média de 12,50 pontos.
Deivid Silva precisava passar pela repescagem para continuar na elite mundial. O brasileiro apresentou um surfe poderoso de backside, executando grandes batidas e rasgadas com muita pressão contra o indonésio Rio Waida e o sul-africano Matthew McGillivray. Deivid conseguiu avançar em segundo lugar, somando 12,54 pontos, enquanto Matthew McGillivray passou em primeiro lugar para a terceira fase, com 14,00 pontos. Rio Waida se despediu do Margaret River Pro, mas garantiu sua permanência na segunda metade desta temporada.
Na primeira bateria da terceira fase, Deivid Silva enfrentou o havaiano John John Florence. O confronto foi digno de um grande espetáculo competitivo, com o campeão mundial Florence surfando apenas duas ondas para vencer e chegar às oitavas de final, além de conquistar a melhor nota, 8,80 pontos. Deivid Silva tentou cinco vezes, sua melhor onda rendeu 8,53 pontos, impondo manobras agressivas de backside. No placar final, o havaiano fez 17,13 pontos contra 16,17 de Deivid, que foi eliminado na 17ª posição e cortado do WSL CT na 33ª posição do ranking.
Gabriel Medina não deu chances ao australiano Ryan Callinan, sendo intenso na disputa e surfando a maior quantidade de ondas. Na soma das notas, venceu com 14,66 pontos contra 12,40 de seu oponente. Destaque para sua melhor onda, 8,73 pontos, na qual o tricampeão mundial soltou três batidas de backside radicais. Ao avançar para as oitavas de final, Gabriel garantiu vaga no WSL CT 2024 e brigará por mais um título mundial. O australiano ficou fora da competição, mas também garantiu vaga na lista dos 22 melhores.
No terceiro confronto, Miguel Pupo enfrentou o medalhista olímpico japonês Kanoa Igarashi, que não estava em risco de ser cortado. O brasileiro precisava avançar na competição e continuar lutando para entrar na lista dos 22 melhores do ranking. Miguel demonstrou precisão em seu power surf de backside, surfando as duas melhores ondas do confronto (7,10 + 8,17) para vencer com um total de 15,27 pontos e garantir vaga nas oitavas de final. Kanoa foi eliminado da competição após somar 13,77 pontos e ocupar a 17ª posição do Margaret River Pro.
Em seguida, Samuel Pupo entrou na água para lutar por sua permanência no tour contra o italiano Leonardo Fioravanti, que já tinha vaga garantida na segunda parte do CT. O confronto foi acirrado e a vitória de Samuel Pupo foi apertada, conseguindo 12,77 pontos para avançar às oitavas de final, contra 11,50 do italiano, que foi eliminado da competição na 17ª posição.
Na 12ª bateria, Caio Ibelli enfrentou o estreante norte-americano Crosby Colapinto. O confronto foi equilibrado no número de ondas surfadas e no resultado final. Para o brasileiro, apenas a vitória interessava para continuar lutando para evitar o corte. Crosby estava numa posição confortável com vaga garantida no WSL CT 2024. Caio surfou as duas melhores ondas do confronto (7,50 + 6,00) para avançar às oitavas de final somando 13,50 pontos, contra os 10,97 pontos do estreante, que se despediu do Margaret River Pro na 17ª posição.
O campeão mundial Italo Ferreira enfrentou um forte concorrente na penúltima bateria da terceira fase. O estreante Kade Matson precisava vencer para continuar lutando pela sua permanência no WSL CT, mas o poderoso backside do brasileiro levou a melhor ao surfar a maior quantidade de ondas na disputa. A intensidade do brasileiro deu resultado, já que ele precisava avançar para garantir sua vaga sem depender de outros resultados.
No minuto final, o placar mostrava 10,93 pontos para Italo Ferreira e 8,50 para Kade Matson, que precisava de uma nota 6,43 para avançar na competição. Faltando 15 segundos, Kade desferiu três manobras de frontside e a tensão tomou conta dos espectadores e dos atletas, mas a virada não veio. Italo Ferreira comemorou muito a vitória e sua permanência na elite do mundial.
Destaque para a quinta bateria da terceira fase, um encontro de gerações entre dois norte-americanos. De um lado, o maior campeão mundial, Kelly Slater, de 52 anos de idade, e do outro, o líder do ranking do WSL CT 2024, Griffin Colapinto, de 25 anos. Esta marcou a última bateria disputada de Kelly Slater no Margaret River Pro.
O jovem Griffin não deu chances para o GOAT, sendo implacável ao surfar as duas melhores ondas (6,17 + 5,70) para vencer o confronto pelo placar de 11,87 pontos, contra 6,17 do maior surfista do mundo. O resultado não foi o esperado por Slater, já que ele precisava vencer a disputa para continuar no sonho de lutar nos próximos confrontos para sair da linha do corte desta temporada. Infelizmente, o resultado não veio, e o atleta mais experiente do tour foi eliminado, parando na 32ª colocação no ranking e ficando fora do WSL CT.
Ao final da disputa, Kelly Slater concedeu uma entrevista para a WSL, que foi publicada no site institucional, marcando o fim de décadas de uma carreira vitoriosa no surf profissional. Slater comentou: “Eu não consegui realizar um milagre esta semana. Consegui alguns ao longo dos anos e ainda tinha essa esperança, mas perdi para o número 1 do mundo. Lutei com essa onda durante toda a minha carreira, então não era o lugar que eu gostaria de encerrar minha carreira. Eu pedi um wildcard (convite) para Fiji, então espero conseguir para, quem sabe, dar o troco no Griffin (Colapinto) lá. Quero participar de alguns eventos ainda, mas apenas para me divertir”.
A World Surf League confirmou a próxima chamada para a manhã de quarta-feira da costa ocidental da Austrália. No Brasil, será na noite de terça (16), a partir das 20h15, horário de Brasília.
Resultados do Western Australia Margaret River Pro, apresentados pela WSL Latin America:
Repescagem da Categoria Masculino
1º e 2º lugares avançam para a terceira fase e o 3º lugar é eliminado na 33º colocação e ganha 265 pontos no ranking
1ª Bateira
1º – Reef Heazlewood (HAV): 14,93 pontos
2º – Miguel Pupo (BRA): 12,63
3º – Barron Mamiya (HAV):11,43
2ª Bateira
1º – Cole Houshmand (EUA): 13,10 pontos
2º – Kelly Slater (EUA): 12,50
3º – Yago Dora (BRA): 10.20
3ª Bateira
1º – Matthew McGillivray (AFR): 14,00 pontos
2º – Deivid Silva (BRA): 12,54
3º – Rio Waida (IDN): 7,13
Terceira Fase Categoria Masculina
1ª Bateira
1º – John John Florence (HAV): 17,13 pontos
2º – Deivid Silva (BRA): 16,70
2ª Bateira
1º – Gabriel Medina (BRA): 14,66 pontos
2º – Ryan Callinan (AUS):12,40
3ª Bateira
1º – Miguel Pupo (BRA): 15,27 pontos
2º – Kanoa Igarashi (JPN):13,77
4ª Bateira
1º – Samuel Pupo (BRA): 12,77 pontos
2º – Leonardo Fioravanti (ITA): 11,50
5ª Bateira
1º – Griffin Colapinto (EUA): 11,87 pontos
2º – Kelly Slater (EUA): 6,17
6ª Bateira
1º – Ramzi Boukhiam (MAR): 13,06 pontos
2º – Matthew McGillivrary (AFR): 12,43
7ª Bateira
1º – George Pittar (AUS): 13,26 pontos
2º – Cole Houshmand (EUA): 12,87
8ª Bateira
1º – Liam O´Brien (AUS): 15,00 pontos
2º – Jacob Willcox (AUS): 14,17
9ª Bateira
1º – Ethan Ewing (AUS): 14,33 pontos
2º – Reef Heazlewood (AUS): 11,37
10ª Bateira
1º – Seth Moniz (HAV): 10,60 pontos
2º – Connor O´Leary (JPN): 10,10
11ª Bateira
1º – Jordy Smith (AFR): 13,77 pontos
2º – Frederico Morais (PRT): 12,83
12ª Bateira
1º – Caio Ibelli (BRA): 13,5 pontos
2º – Crosby Colapinto (EUA): 10,97
13ª Bateira
1º – Jake Marshall (EUA): 11,84 pontos
2º – Eli Hanneman (HAV): 11,33
14ª Bateira
1º – Imaikalani deVault (HAV): 13,73 pontos
2º – Ian Gentil (HAV): 13,70
15ª Bateira
1º – Italo Ferreira (BRA): 10,93 pontos
2º – Kade Matson (EUA): 10,33
16ª Bateira
1º – Jack Robinson (AUS): 13,83 pontos
2º – Callum Robson (AUS): 10,77