Italo Ferreira e Gabriel Medina vencem suas baterias no retorno do Billabong Pipe Masters no Havaí
Os campeões mundiais Italo Ferreira e Gabriel Medina venceram suas baterias no retorno do Billabong Pipe Masters em memória a Andy Irons apresentado pela Hydro Flask, que foi iniciado na quarta-feira da semana passada no Havaí. Eles decidiram o título mundial de 2019 na final brasileira em Pipeline, que não poderá ser repetida esse ano. Ambos surfaram bons tubos para passar para as oitavas de final na quinta-feira de ondas com 8 a 10 pés no maior palco do esporte. Jadson André e Miguel Pupo também estão nas baterias que ficaram para abrir o próximo dia na ilha de Oahu. A primeira chamada da sexta-feira será as 7h00 no Havaí, 14h00 no fuso de Brasília.
A etapa que abre a temporada 2021 do World Surf League Championship Tour, ficou parada após os resultados positivos para Covid-19 em membros do staff técnico na semana passada, inclusive o CEO da Liga, Erik Logan. Eles ficaram isolados e todos foram testados novamente, com nenhum atleta e ninguém mais sendo infectado, felizmente. Foram seguidos todos os protocolos da WSL e foi preciso aguardar a autorização do governo do Havaí para a retomada da competição na quinta-feira. Foi utilizado o sistema “overlapping heats”, com duas baterias sendo disputadas simultaneamente a partir da terceira fase.
Quando Italo Ferreira estava no mar, enfrentando ao havaiano Sebastian Zietz na nona bateria, o estreante na elite, Jack Robinson, fazia novos recordes no confronto australiano com Julian Wilson. Jack surfou dois tubos incríveis, que ganharam as maiores notas do evento até ali, 9,23 e 8,50, totalizando 17,73 pontos de 20 possíveis. O melhor do campeão mundial e defensor do título do Billabong Pipe Masters valeu 5,83, suficiente para Italo vencer fácil, por 10,16 a 2,06 pontos do havaiano, nas duas notas computadas.
“O Sebastian (Zietz) é um ótimo competidor e um dos melhores aqui em Pipe, então tentei pegar umas ondas boas. No início só peguei umas fechadeiras, mas depois encontrei uns tubos e o importante foi que avancei”, disse Italo Ferreira, que comentou sobre a ausência de público na praia. “Fica tudo mais quieto e é estranho quando você sai da água e não tem aquela gritaria. Mas, no momento isso é necessário e é o melhor para todo mundo. Mesmo assim, eu recebo muitas mensagens positivas da minha família e amigos do Brasil. Isso me passa uma energia muito boa e é o meu combustível para pegar as ondas”.
O bicampeão mundial Gabriel Medina entrou na 13.a bateria com o australiano Morgan Cibilic e ficou mais de 20 minutos sem surfar nada. Mas, reagiu nos minutos finais. Primeiro, pegou um tubaço nas esquerdas em Pipeline, saindo em pé da onda que recebeu nota 7,83. Logo achou outro tubo que valeu 4,00 para derrotar o novato na elite, por 11,83 a 6,34 pontos.
“Foi uma bateria muito difícil e, na verdade, 40 minutos não estão sendo o suficiente lá fora, porque as condições estão mudando muito. Mas, estou bem feliz por ter avançado”, disse Gabriel Medina, que falou sobre seus planos para 2021. “Ser tricampeão mundial é a minha meta. Esse tempo em casa foi legal para fazer coisas diferentes, curtir a família e as pessoas que amo. Os últimos 10 anos da minha vida foram muito intensos e sou grato por estar competindo novamente no Tour. Eu amo surfar, amo competir e me sinto 100%. A maioria do pessoal estava em casa e agora todos estão começando de novo. Acredito que as notas ainda vão aumentar e teremos melhores performances no evento”.
Medina e Italo não poderão reeditar a final brasileira de 2019 em Pipeline. Isto porque estão na chave de baixo do Billabong Pipe Masters apresentado pela Hydro Flask, que apontará o segundo finalista deste ano. Eles vão enfrentar dois australianos nas oitavas de final. Italo Ferreira está na quinta bateria, a segunda a entrar no mar no próximo dia, com Ryan Callinan. Gabriel Medina entra na sétima com Jack Freestone, que fez o maior placar (16,17) da primeira fase e conseguiu a segunda maior nota da quinta-feira, 8,83. Se seguirem vencendo seus próximos confrontos, eles se encontrarão nas semifinais.
MAIS DOIS NA BRIGA – Além dos campeões mundiais, mais dois brasileiros seguem na disputa do título do Billabong Pipe Masters, o potiguar Jadson André e o paulista Miguel Pupo, que está retornando a elite da World Surf League após um ano fora. Miguel chegou a dividir o line-up com Gabriel Medina, disputando o duelo anterior. Ele subiu para 9 a 2, a vantagem em confrontos com o californiano Kolohe Andino em etapas do CT. Agora, vai encarar um bicampeão em Pipeline, o francês Jeremy Flores, na sexta bateria.
Jadson André vai fechar as oitavas de final com o japonês Kanoa Igarashi. O surfista criado nas ondas de Ponta Negra, em Natal, derrotou o taitiano Michel Bourez e confessou ser este o melhor início de temporada da sua carreira no WSL Championship Tour. Realmente, ele nunca havia passado da terceira fase quando a abertura da temporada era na Gold Coast (AUS) e nem em Pipeline. O feito inédito foi conseguido com sua sétima vitória em baterias do CT contra o taitiano, no confronto que estava empatado em 6 a 6.
DERROTAS NAS OITAVAS – Outros dois brasileiros também chegaram nas oitavas de final, mas foram derrotados nas baterias que fecharam a quinta-feira no Havaí, o paranaense Peterson Crisanto e o paulista Caio Ibelli. Peterson começou bem o dia, vencendo a briga pelas últimas vagas para a terceira fase, disputadas na repescagem. Com um tubo surfado nos segundos finais, pulou do terceiro para o primeiro lugar na bateria, ultrapassando o italiano Leonardo Fioravanti e eliminando o californiano Conner Coffin.
Peterson e Leonardo acabaram escalados nos primeiros duelos homem-a-homem da terceira fase e o italiano nem saiu da água. Mais adaptado com as condições do mar, Leonardo despachou o brasileiro Filipe Toledo por 11,00 a apenas 3,00 pontos. As baterias passaram a ter 40 minutos de duração e o paranaense entrou 20 minutos depois, inaugurando o formato “overlapping heats”. As ondas não estavam tão boas, mas Peterson achou um belo tubo nota 7,17 para eliminar outro americano, Griffin Colapinto, por 9,10 a 4,33 pontos.
Ele ainda voltou ao mar para disputar sua terceira bateria na quinta-feira, abrindo as oitavas de final novamente contra Leonardo Fioravanti. Desta vez, o italiano foi melhor e ganhou a primeira vaga nas quartas de final por 10,33 a 6,73. Apesar da derrota, Peterson Crisanto repetiu o bom nono lugar conquistado em 2019, quando igualmente foi barrado nas oitavas de final, pelo defensor do título do Billabong Pipe Masters, Italo Ferreira.
O paulista Caio ibelli também terminou em nono lugar no Havaí como no ano passado. Ele tinha surfado o melhor tubo da primeira fase, que valeu a maior nota na quarta-feira da semana passada, 8,33. Na quinta-feira, começou bem contra o australiano Wade Carmichael na terceira fase, mas acabou eliminado sem achar boas ondas na difícil condição do mar na última bateria do dia. Ele só pegou um bom tubo no Backdoor no final, com o sul-africano Jordy Smith tendo mais sorte para vencer por 11,67 a 7,43 pontos.
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OUTROS ELIMINADOS – Caio e Peterson repetiram o nono lugar de 2019 no Billabong Pipe Masters apresentado pela Hydro Flask e outros cinco brasileiros já haviam sido eliminados na quinta-feira. Os paulistas Filipe Toledo, Deivid Silva e o catarinense Yago Dora, perderam na terceira fase e começam a temporada 2021 em 17.o lugar. Já o campeão mundial Adriano de Souza e outro paulista, Alex Ribeiro, ficaram em 33.o na repescagem. Também em último terminou o peruano Miguel Tudela, que nem competiu porque fraturou quatro costelas numa queda enquanto treinava em Pipeline no domingo.
O Billabong Pipe Masters em homenagem a Andy Irons apresentado pela Hydro Flask está sendo transmitido ao vivo pelo WorldSurfLeague.com, no aplicativo grátis da WSL e na TV pelo canal ESPN. O prazo da etapa de abertura do World Surf League Championship Tour 2021 vai até domingo e a primeira chamada da sexta-feira será às 7h00 no Havaí, 14h00 no fuso de Brasília.
OITAVAS DE FINAL – Derrota=9.o lugar com 3.320 pontos:
———baterias que fecharam a quinta-feira:
1.a: Leonardo Fioravanti (ITA) 10.33 x 6.73 Peterson Crisanto (BRA)
2.a: John John Florence (HAV) 8.50 x 5.73 Matthew McGillivray (AFR)
3.a: Jordy Smith (AFR) 11.67 x 7.43 Caio Ibelli (BRA)
———ficaram para abrir o próximo dia:
4.a: Kelly Slater (EUA) x Jack Robinson (AUS)
5.a: Italo Ferreira (BRA) x Ryan Callinan (AUS)
6.a: Jeremy Flores (FRA) x Miguel Pupo (BRA)
7.a: Gabriel Medina (BRA) x Jack Freestone (AUS)
8.a: Kanoa Igarashi (JPN) x Jadson André (BRA)
TERCEIRA FASE – Derrota=17.o lugar com 1.330 pontos:
1.a: Leonardo Fioravanti (ITA) 11.00 x 3.00 Filipe Toledo (BRA)
2.a: Peterson Crisanto (BRA) 9.10 x 4.33 Griffin Colapinto (EUA)
3.a: John John Florence (HAV) 13.17 x 9.94 Connor O´Leary (AUS)
4.a: Matthew McGillivray (AFR) 13.67 x 9.04 Seth Moniz (HAV)
5.a: Jordy Smith (AFR) 9.17 x 7.33 Mikey Wright (AUS)
6.a: Caio Ibelli (BRA) 9.33 x 5.77 Wade Carmichael (AUS)
7.a: Kelly Slater (EUA) 12.80 x 8.60 Ethan Ewing (AUS)
8.a: Jack Robinson (AUS) 17.73 x 10.17 Julian Wilson (AUS)
9.a: Italo Ferreira (BRA) 10.16 x 2.06 Sebastian Zietz (HAV)
10: Ryan Callinan (AUS) 9.60 x 6.67 Yago Dora (BRA)
11: Jeremy Flores (FRA) 11.17 x 2.36 Joshua Moniz (HAV)
12: Miguel Pupo (BRA) 10.47 x 8.23 Kolohe Andino (EUA)
13: Gabriel Medina (BRA) 11.83 x 6.34 Morgan Cibilic (AUS)
14: Jack Freestone (AUS) 13.00 x 5.23 Frederico Morais (PRT)
15: Jadson André (BRA) 9.66 x 4.33 Michel Bourez (TAH)
16: Kanoa Igarashi (JPN) 10.00 x 9.00 Deivid Silva (BRA)
SEGUNDA FASE – 1.o e 2.o=Terceira Fase / 3.o=33.o lugar com 265 pontos:
1.a: 1-Julian Wilson (AUS), 2-Ethan Ewing (AUS), w.o-Miguel Tudela (PER)
2.a: 1-Ryan Callinan (AUS)=12.83, 2-Sebastian Zietz (HAV)=6.64, 3-Alex Ribeiro (BRA)=1.20
3.a: 1-Mikey Wright (AUS)=9.84, 2-Wade Carmichael (AUS)=5.36, 3-Adriano de Souza (BRA)=1.27
4.a: 1-Peterson Crisanto (BRA)=4.87, 2-Leonardo Fioravanti (ITA)=4.50, 3-Conner Coffin (EUA)=2.93
Foto Destacada: Italo Ferreira (Foto: Tony Heff / World Surf League via Getty Images)
Fonte: WSL Latin America
Publicado: 19/12/2020