Praia dos Artistas, em Aracaju, faz mais uma vítima de afogamento
No domingo (25) ensolarado de Natal e de praias lotadas, um jovem da cidade de Itabaiana, região Agreste Central de Sergipe, de 18 anos, foi vítima de afogamento na Praia dos Artistas, no bairro Coroa do Meio, zona sul de Aracaju.
Considerada a quarta praia mais perigosa do Brasil, a Praia dos Artistas, localizada do lado direito do estuário do Rio Sergipe, recebe forte influências das correntezas e as formações de bancadas de areia, valas e buracos na beira da praia se tornam constantes, aumentando o risco de afogamento para os banhistas.
“Na Praia dos Artistas a correnteza é muito forte devido à movimentação da maré. Bancadas de areias se formam e se desfazem, assim como valas e buracos. Quanto mais próximo das pedras da Coroa do Meio (em frente ao Farol da Marinha) o perigo aumenta. O canal passa muito próximo, o banhista que entra na água pode se afogar com facilidade, a parte funda é muito próxima da beira da praia e a correnteza puxa o banhista para dentro do mar”, enfatizou um surfista experiente da Praia do Havaizinho, que participava da confraternização dos amigos do Sombreiro Surf, no final de tarde da ocorrência.
As principais praias da capital sergipana são sinalizadas com bandeiras de “Alerta, Perigo”. Elas são instaladas na areia e removidas diariamente pelo Corpo de Bombeiros Militar de Sergipe. Segundo alguns surfistas que participavam da confraternização, a falta de guarda-vidas fixos nas principais praias contribui para falta de orientação e segurança dos banhistas.
“Após o Corpo de Bombeiros, ao lado do surfista idealizador do Projeto Surf-Salva, formarem tecnicamente a primeira turma, a responsabilidade foi parcialmente transferida para os surfistas. As equipes de salva-vidas deixaram de ficar fixas nas praias dos Artistas, Havaizinho, Atalaia Velha e Cinelândia, e os surfistas passaram a orientar, a prevenir e a salvar vidas, sem nenhum apoio dos órgãos competentes. O conhecimento repassado é de valor, mas a responsabilidade de orientar e salvar vidas é do Corpo de Bombeiros”, continuo o surfista experiente.
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Outro surfista citou: “Se a equipe de salva-vidas estiver dentro do veículo oficial na Praia dos Artistas, o Havaizinho e Arcos ficam desprotegidos totalmente! Afinal, pequenas bandeiras de alerta, fixas na areia das praias, não estão resolvendo o problema. Eu surfou há mais de 30 anos. Eu e meus amigos já salvamos vidas. O surfista sempre salvou vidas e nunca cobrou nada por isso! Fazemos por amor, amamos a natureza, a vida, o meio ambiente.”
“Aonde não tem surfista, o óbito tem grande chance de acontecer, infelizmente. Sabemos do efetivo reduzido do Corpo de Bombeiros, mas utilizar três ou quatro bombeiros dentro do veículo, o dia inteiro rodando na areia da praia, colocando e retirando bandeiras não está sendo eficaz. Deveria deixar um bombeiro fixo nas praias de maiores ocorrência. Mas, de quem é a responsabilidade de mais um óbito? Vidas estão sendo perdidas, não se pode culpar apenas o banhista, é obrigação do Estado proporcionar segurança e não apenas lamentar, tratar o fato como fatalidade!”, concluiu outro surfista de larga experiência na prática esportiva.
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Atenção banhista, não seja vítima de afogamento
Ao chegar na praia converse com os surfistas, ou pare o carro do Corpo de Bombeiros, peça informações antes de entrar no mar. Se previna, procure saber das correntezas, valas, buracos no local escolhido à diversão.
Em Aracaju, as regiões das praias dos Artistas, Lagos da Orla, Havaizinho, Arcos da Orla apresentam variações de correntezas abaixo da superfície da água, fique atento, não deixe a água ultrapassar a linha da cintura.
Respeitar as bandeiras de sinalização de perigo é fundamental, evite entrar no mar.
Não sabe nadar? Não entre no mar sem informações. Água acima da linha da cintura é um problema constante, evite afogamento.
Preste atenção se existe salva-vidas fixo na praia. Se não tiver, muito cuidado, o perigo pode ser fatal. Evite tomar banho em praias tranquilas e desertas.
Responsáveis, não deixem as crianças brincando sozinhas na água, o risco de afogamento é alto no litoral aracajuano.
Coloque uma pulseira no braço das crianças informando nome, telefone e endereço. Caso a criança se perca, as autoridades públicas poderão localizar de forma fácil os responsáveis.
Se o banhista souber nadar, cuidado! Excesso de confiança faz vítimas, afinal, nadar na piscina difere de nadar na praia, fique atento.
Se beber evite nadar. Álcool e natação não combinam. Lembre-se da máxima: água na altura do umbigo é perigo constante.
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