Prefeitura de Aracaju passa a ser responsável pela Orla da Atalaia
A gestão pública da Orla da Atalaia, principal cartão postal de Sergipe, passou a ser de responsabilidade da Prefeitura Municipal de Aracaju. O prefeito Edvaldo Nogueira e a superintendente da Secretaria de Patrimônio da União (SPU), Jovanka Leal, oficializaram a transferência de responsabilidades da Orla da Atalaia, Orla da Aruana e Viral, na última quinta-feira, 19, no Centro Administrativo Prefeito Aloísio Campos, Conjunto Costa e Silva.
A falta de manutenção contínua dos equipamentos da Orla da Atalaia ampliou nos últimos meses. O impasse das responsabilidades do espaço público entre o Governo de Sergipe, SPU e Prefeitura de Aracaju contribui diretamente à depredação e na descaracterização arquitetônica nos 6 km de extensão.
Diversos equipamentos apresentam desgastes da ação do tempo, de atos de vandalismo e maresia ininterrupta. O portal metálico arco-íris na entrada do Mundo Maravilhoso da Criança foi retirado do local no segundo semestre de 2017, lixeiras personalizadas e bancos padronizados estão em péssimo estado de conservação. O risco de acidente nas mesas de “xadrex” é grave, ferragens oxidadas estão expostas e colocam a saúde do cidadão em risco.
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O Sombreiro Surf publicou a matéria “Riscos de acidentes na ponte da Praia do Havaizinho” no dia 24 de janeiro. A mobilidade pública foi afetada em pleno pico turístico do verão 2020. A reforma foi iniciada no último dia 03 de fevereiro, mas o outono chegou e a passarela do Havaizinho se encontra inutilizada até momento.
Um jovem surfista que pediu anonimato ressaltou o grave problema na tarde do último sábado (21). “A comunidade surf espera ações em relação à manutenção dos equipamentos públicos da Orla da Atalaia. A ponte da Praia do Havaizinho gerou vários acidentes nos últimos anos.”
“O campo society em frente ao Hotel Celi representa a falta de fiscalização do poder público. Alguns tubos de ferro da estrutura do alambrando foram trocados e outros reaproveitados. Não é correto aproveitar tubulações que já sofreram ação da maresia. A pintura parcial de toda a estrutura revela o serviço incompleto e de baixa qualidade. Nem a grama natural e a tela do alambrando foram implantadas. É uma vergonha, o dinheiro público não é tratado com responsabilidade pelos órgãos de controle”, afirmou um surfista funcionário público que optou em não ser identificado.
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Nos últimos meses, a imprensa sergipana apontou aumentou do número de vendedores ambulantes nas calçadas públicas. Áreas destinadas a estacionamento de veículos estão ocupadas por food truck e outros equipamentos. O blogueiro da área política sergipana, Cláudio Nunes, alertou sobre o uso da água de poço artesiano sem tratamento, na área do estacionamento do Projeto Tamar. Os ambulantes/permissionários lavavam utensílios de cozinha sem a fiscalização da vigilância sanitária.
Outro grave problema é a região dos bares da areia da praia. Os módulos não recebem atenção do poder público municipal há mais de 15 anos. Não existe banheiro público e nem tratamento de esgoto sanitário nos locais.
“Desde a substituição dos bares de madeira pela estrutura de alumínio, os módulos não recebem a devida atenção das autoridades. Os problemas encontrados no local é de saúde pública e ambiental. O atual prefeito da capital e seu agrupamento administram a areia da praia há 16 anos intermitentes. Será que os graves problemas da Orla da Atalaia serão resolvidos nesta gestão? O surf é o esporte mais praticado no litoral brasileiro, é olímpico e com real chance de medalha de ouro em Tóquio. O Brasil é tetracampeão mundial de surf nos últimos seis anos, o nosso esporte e o litoral aracajuano merecem mais atenção”, afirma o experiente surfista funcionário público municipal.
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A comunidade surf deseja que a Prefeitura de Aracaju administre a Orla da Atalaia com seriedade, mas o histórico do poder público municipal nos últimos anos é marcado pela falta de atenção perante o meio ambiente praiano e eventos esportivos. O Projeto Verão 2020 excluiu o campeonato de surf do calendário, alegando falta de verba para pagar a organização competitiva. A informação foi repassada em fevereiro, pela diretoria da Federação Sergipana de Surf (FSS).
As responsabilidades administrativas das orlas marítimas da capital passaram a ser da Empresa Municipal de Serviços Urbanos (EMSURB) da Prefeitura de Aracaju. Questões relacionadas à manutenção dos equipamentos, limpeza e conservação, organização do solo público, autorização dos ambulantes e administração dos permissionários (bares, restaurantes, lanchonetes, sorveterias, quiosques, entre outros) fazem parte dos serviços da empresa pública.
Aracaju (SE), 26 de março de 2020.