Riscos de acidentes na passarela da Praia do Havaizinho
O grave problema da passarela de acesso à Praia do Havaizinho, próximo ao Monumento dos Formadores de Nacionalidade, na Orla de Atalaia, principal cartão turístico sergipano é crônico, perdura por várias estações e precisa ser resolvido de forma enérgica e definitiva pelos poderes públicos.
A matéria publicada no site da Prefeitura de Aracaju, através da Secretaria da Defesa Social e da Cidadania (Semdec), em agosto de 2019, alertou à população sobre a eliminação de risco da passarela da Praia do Havaizinho.
Entretanto, a administração do espaço público é compartilhado, entre o Governo de Sergipe e a Secretaria de Espaço Público da União (SPU). Matéria jornalística da Câmara Municipal de Aracaju aponta que são investidos R$ 180 mil por mês em todo o processo de manutenção. De acordo com o jornalista Claudio Nunes, a administração da Orla da Atalaia será transferida para a Prefeitura de Aracaju através de um Termo de Adesão e Gestão de Praias – TAGP, no próximo dia 28.
Alguns surfistas presenciaram graves acidentes na passarela do Havaizinho, uma senhora quebrou a perna ao pisar entre as madeiras no segundo semestre de 2019. Ao transitar no local é fácil perceber os riscos: falta de parte da balaustrada, parafuso de fixação fora do padrão, madeiras desgastadas pela ação do clima e do uso dos transeuntes, entre outros. Os riscos de acidentes não foram sanados pela Prefeitura de Aracaju e o Governo de Sergipe interditou o acesso no último dia 14 (terça-feira), mas até o fechamento da matéria nenhuma obra foi inicializada no local.
Para a comunidade surf local, o patrimônio público é de responsabilidade de todos e, como se trata do maior cartão postal de Sergipe, a união das instituições públicas é a melhor solução para eliminar o grave problema que afeta principalmente os turistas neste momento de alta estação, os proprietários de bares, moradores da Atalaia e a sociedade em geral.
Os turistas da cidade de Nossa Senhora das Dores, Marcelo Dias e Iago se frustraram ao chegar na Praia do Havaizinho. Eles se depararam com a passarela interditada. Para Iago, portador de necessidades especiais, ficou impossível chegar à areia da praia e ver o mar de perto devido à falta de acessibilidade.
“A situação é difícil para Iago, por ele ser cadeirante, dificulta a possibilidade de locomover a cadeira até a areia da praia”, relata Dias para o Sombreiro Surf.
Não existem projeto amplo de acessibilidade para os portadores de necessidades especiais nas praias de Aracaju, especialmente na Cinelândia, Arcos da Orla, Havaizinho e dos Artistas.
“Acabei de chegar à Orla de Aracaju, e não poder ter acesso até a areia da praia para ver o mar de perto e difícil, muito difícil. São muitos erros encontrados, como bancos e mesas quebradas. Sinto-me prejudicado, peço as autoridades públicas melhorias na ponte de madeira e nos equipamentos da Orla”, ressalta o portador de necessidades especiais, Iago de Nossa Senhora das Dores.
No final do mês de dezembro a passarela tinha apresentado problemas na base de sustentação, inviabilizando o uso do equipamento público. Um grupo de cidadãos recolheram as madeiras espalhadas na areia e colocaram dois calços para sustentar o piso da passarela do Havaizinho e liberar a passagem para os turistas e transeuntes, sem a aferição dos órgãos competentes.
O problema na passarela do Havaizinho não é apenas de desgastes naturais e nem por uso dos cidadãos, mas para os surfistas se relaciona com os motoqueiros que entregam produtos nos bares localizados na areia da praia. A passarela foi projetada para uso de pessoas e não de veículos automotores, a exemplo dos turistas que transitam pela região durante este período de alta estação. Também é correto afirmar, que a Lei Municipal 2.024, de 19 de agosto de 1993, proíbe o tráfego de veículos na areia da praia.
“A falta de manutenção na ponte pode ser considerada um grave defeito do poder público responsável pelo local, tendo em vista que é o único meio de acesso à beira da praia, não apenas para a população, mas para os portadores de necessidades especiais, assim como os idosos que frequentam o local para praticar caminhadas diárias. Alguns motoqueiros transitam na ponte! No meu ponto de vista, falta sinalização informando a proibição de uso para os proprietários de veículos. A falta de fiscalização das autoridades públicas de trânsito contribui para a gravidade do problema”, relata Geraldo Margela, surfista local da Praia do Havaizinho.
Aracaju (SE), 23 de janeiro de 2019
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