Temporada de caravela portuguesa aberta em Sergipe
Neste final de semana, o litoral sergipano recebeu uma grande quantidade de caravela portuguesa na enchente da maré, surfistas da capital reclamaram das queimaduras em diversas partes do corpo
Na manhã de sábado (7), parcialmente ensolarada e de vento fraco nas praias da capital sergipana, surfistas acharam boas ondas volumosas e alinhadas de até 5 pés na maré secando, mas a reclamação foi geral, especialmente, dos locais da Praia do Havaizinho, dos acidentes envolvendo o animal marinho Physalia physalis, conhecido popularmente como caravela portuguesa.
O excesso de caravela portuguesa no domingo surpreendeu os surfistas e banhistas. A combinação climática desta frente fria (vento e ondulação de sudeste) intensificou os envenenamentos no outside e na beira das praias de Aracaju, após o período reprodutivo da espécie que ocorre em águas quentes, a exemplo da estação mais quente do ano, o verão, e também do aumento da temperatura do oceano.
Muitos surfistas optaram em surfar na maré enchendo, devido aos compromissos do Dia das Mães. Contudo, no momento do banho de água doce localizado no quiosque do calçadão da Orla da Atalaia, quase a totalidade dos esportistas reclamavam das queimaduras, independente do uso de camisa de lycra de manga curta ou comprida, os tentáculos das caravelas portuguesas envenenaram parte do rosto, braços, mãos e pernas.
Entre os surfistas que chegavam na Praia do Havaizinho no decorrer do domingo, todos eram alertados para o grande risco de queimaduras e era indicado o uso preferencialmente de camisa lycra de manga cumprida.
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Physalia physalis – Caravela portuguesa
Em matéria publicada no portal Jornal da USP – Universidade de São Paulo, intitulada “Mãe-d’água, água-viva e caravela: conheça as espécies e o que fazer em acidentes”, aponta as características dos animais marinhos que carregam toxicidade e provocam problemas de saúde pública nas praias brasileiras no decorrer do ano.
A Physalia physalis, conhecida como caravela portuguesa, é uma colônia de indivíduos interligados, e seus tentáculos podem chegar até 30 metros.
Segundo Renato Nagata, biólogo marinho da Universidade Federal do Rio Grande (Furg), a Physalia physalis, conhecida como caravela portuguesa, não é considerada espécie de água-viva, mas também é um cnidário (animal aquático), sendo mais comum no Nordeste e Sudeste brasileiro.
O biólogo afirma que os pesquisadores mapearam mais de 2 mil tipos e, apenas, 70 são considerados peçonhentos, incluindo a Physalia physalis, conhecida como caravela portuguesa.
Cuidados ao ser envenenado
Ao ser atingido pelo tentáculo da caravela portuguesa ou água viva, o banhista ou surfista em hipótese alguma pode tirar o local afetado da água do mar no momento do ataque.
O correto é tentar tirar o tentáculo da caravela portuguesa ou o excesso de veneno da água viva com o local submergido na água. Ao tirar o local atingido da água do mar, o envenenamento é potencializado, provocando maiores queimaduras.
Em seguida, lave o local afetado pelo ataque da caravela portuguesa com água doce em abundância. Se tiver vinagre ao alcance, isto é, nos bares da beira da praia ou com os salva-vidas, passe na queimadura e deixe o líquido secar para a dor da diminuir gradativamente.
Evite esfregar o local afetado após o ataque da caravela portuguesa, o veneno causará ardência e inflamação do local queimado.
Dependendo da gravidade do ataque da caravela portuguesa, procure a ajuda do Grupamento Marítimo do Corpo de Bombeiros Militar de Sergipe, ou busque urgentemente o atendimento médico hospitalar.
Foto Destacada: William Costa Rodrigues AntSoft / Pixabay
Publicado: 09/05/2022