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Tóquio 2020: Italo Ferreira é medalha de ouro nas Olimpíadas

O brasileiro é o primeiro campeão olímpico da histórica participação do surfe como modalidade nas Olimpíadas de Tóquio

O sonho da medalha de ouro no inédito Programa Olímpico de Surf tornou-se realidade para o atual campeão mundial Italo Ferreira e milhões de brasileiros, na madrugada da última terça-feira 27. O torcedor apaixonado bateu no peito e gritou sem se preocupar com o vizinho: o surfe do Brasil é ouro nas Olimpíadas de Tóquio 2020.

Entre os dias 25 e 27 de julho, a praia de Tsurigasaki, em Chiba, a 64 km de Tóquio, foi palco do registro histórico do atleta medalhista olímpico Italo Ferreira. O potiguar estava conectado com as ondas e não deu mole para os oponentes. Ele escrachou nas manobras radicais, registrou excelentes pontuações e quebrou recordes.

O brasileiro foi elétrico do primeiro Round até a grande Final. Italo Ferreira venceu as cinco baterias disputadas e surfou a melhor onda entre as 46 baterias (Masculino e Feminino), 9.73 pontos, além de conquistar a terceira melhor média de todo o Programa Olímpico de Surf, 16.30 pontos, nas Quartas de Final.

Italo Ferreira comemora o feito inédito para o surfe brasileiro, a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Tóquio – Foto: Jonne Roriz / COB

Na antecipada grande final, o japonês Kanoa Igarashi, sexto lugar no atual ranking Championship Tour, foi impactado pela excelente atuação de Italo Ferreira. O nipo-estadunidense ficou desnorteado, perdeu a medalha de ouro pelo largo placar 15.14 pontos, contra 6.60.

O desempenho radical nas manobras progressivas e inovadoras do atleta olímpico Italo Ferreira, ficará registrado nos anais do Comitê Olímpico Internacional (COI) e nos corações dos surfistas e simpatizantes apaixonados pelo esporte dos ancestrais havaianos.

Caminhada do ouro olímpico surf

Ao chegar ao Japão, dias antes da competição, Italo Ferreira atrasou os testes dos seus equipamentos (15 pranchas) nas ondas da praia de Tsurigasaki. No Aeroporto de Paris houve um problema interno e os equipamentos chegaram atrasados em Chiba.

Mestre em superar as adversidades no Japão, Italo Ferreira foi o primeiro atleta brasileiro a disputar e vencer a primeira bateria do Programa Olímpico de Surf de Tóquio 2020/21.

ROUND 1

O nível competitivo do atual campeão mundial, Italo Ferreira, proporcionou manobras inovadoras e progressivas, combinadas com velocidade, variedade e comprometimento para dominar a disputa e avançar em primeiro lugar às Oitavas de Final.

Italo Ferreira iniciou o Programa Olímpico de Surf extrapolando os limites, com total radicalidade em Tsurigasaki – Foto: Miriam Jeske / COB

O brasileiro impôs o parâmetro de nivelamento das notas pontuadas pelos juízes no decorrer do primeiro dia de competição, ao surfar a melhor onda, 7.00 pontos, além de conquistar a melhor média dos Rounds 1 e 2, 13.60 pontos.

Oitavas de Final

No Round 3, segundo dia de competição, o início dos ventos fortes originados pelo tufão Nepartak, em Tsurigasaki, deixou o medalhista olímpico Italo Ferreira ligado em modo 220V.

As condições meteorológicas proporcionaram ondas fortes, acima de um metro, variando entre balançadas e mais alinhadas no decorrer do dia. Os técnicos e atletas dos 13 países puderam diversificar nas estratégias.

A energia competitiva de Italo Ferreira, mais a estratégia de surfar o maior número de ondas possíveis, proporcionaram show de aéreos completos e incompletos, e manobras progressivas com alto grau de dificuldade.

O potiguar levou a melhor na bateria 5, contra o atleta da Nova Zelândia, Billy Stairmand, vencendo pelo placar de 14.54 pontos, contra 9.67.

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Quartas de Final

O japonês Hiroto Ohhara foi a bola da vez na bateria 3 das Quartas de Final. Italo Ferreira apresentou o surfe de atual campeão mundial, ele não deu um milímetro de oportunidade para o local de Tsurigasaki.

Ao pegar a primeira onda da bateria, uma direita aberta, rápida e emparedada, Italo Ferreira aplicou um grande aéreo full rotation de backside completo, na base, tirando 9.73 pontos, melhor nota de todo o Programa Olímpico.

Hiroto não teve chance de reagir, o brasileiro avançou às semifinais com a média 16.30, contra 11.90.

A vitória de Italo Ferreira garantia uma medalha de bronze para o Brasil, já que Gabriel Medina avançara na bateria anterior, na outra chave da competição.

Italo Ferreira foi progressivo e inovou nas manobras em Tsurigasaki – Vídeo: Rede Social

Semifinal

Na bateria anterior, a de número 1, Gabriel Medina perdeu o confronto para Kanoa Igarashi. O bicampeão mundial ficou fora da grande final, restou a disputa pela medalha de bronze.

A torcida brasileira passou a focar na bateria de Italo Ferreira, contra o australiano Owen Wright, 20º lugar no ranking Championship Tour da WSL 2021.

Naquele momento o sonho da conquista do ouro olímpico estava suspenso no ar.

A bateria 2 das Semifinais foi a mais disputada para Italo Ferreira. O australiano surfou na borda, com muita pressão nas batidas e rasgadas.

Mas, até um terço da disputa, a média era de apenas 5.00 pontos para o australiano e 4.50 para o brasileiro. Faltando 20 minutos, Italo Ferreira conseguiu um bom aéreo, rendendo 6.50. Mas o australiano respondeu à altura, empatando a bateria em 11.00 pontos.

32ª Edição dos Jogos Olímpicos de Verão, Tóquio 2020 – Foto: CBSurf

Por surfar a melhor onda do confronto, Italo Ferreira estava em primeiro lugar, próximo da grande final olímpica.

O brasileiro remou forte e pegou outra boa onda, cravou 6.77, mas Owen Wright não se deu por vencido, achou outra onda e cravou 6.47 pontos.

Faltando 5 minutos para o término, o australiano precisava de 6.70 pontos. O tempo foi passando e a pressão subindo para o aussie. Na reta final, Wright pegou mais uma onda, mas sem sucesso, caiu na espuma.

Italo Ferreira era o primeiro surfista brasileiro a chegar à grande final do inédito Festival Olímpico de Surf.

O Time Brasil surfe já tinha a medalha de prata garantida. Entretanto, Italo Ferreira estava focando na medalha de ouro e não parava de afirmar com convicção e fé: “Diga amém que o ouro vem”.

Final Olímpica

Italo Ferreira surfou com progressividade na borda da prancha na grande final do programa olímpico surf – Foto: ISA

Os brasileiros estavam em êxtase na madruga da última segunda-feira, 26, a grande audiência das TVs aberta e fechada esperava o início da grande final entre Italo Ferreira e o japonês Kanoa Igarashi.

As redes sociais surfers do Brasil pipocavam de mensagens de apoio, comentários e premunições. O sentimento de revanche estava no ar.

Italo Ferreira atacando o lip de backside para dominar a final do Programa Olímpico de Surf – Foto: ISA

Italo Ferreira foi preciso na grande final. Botou pressão no japonês , mostrou localidade em Tsurigasaki e deu show de surfe para gringo ver.

A atuação do brasileiro foi de gala, a final do inédito Programa Olímpico de Surf foi à altura do maior evento esportivo do mundo.

Italo Ferreira venceu com larga vantagem, sem margem de erros para os juízes, cravou a média 15.14 pontos, contra 6.60 de Kanoa Igarashi.

Primeiro pódio do Programa Olímpico de Surf, Tóquio 2020: Kanoa Igarashi (prata), Italo Ferreiro (ouro) e Owen Wright (bronze) – Foto: Jonne Roriz / COB

O surfe brasileiro ganhou a primeira medalha de ouro para o Brasil, fato inédito.

A vitória de Italo Ferreira no 32ª Edição dos Jogos Olímpicos de Verão, Tóquio 2020, cravou seu nome na história do maior evento esportivo do mundo e tornou-se ídolo nacional.

Foto Destacada: Italo Ferreira / Jonne Roriz – COB

Publicado: 01/08/2021

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