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Deivid Silva e Mateus Herdy superam favoritos e são o Brasil nas semifinais do Corona Open Mexico

Um novo campeão de etapas do World Surf League Championship Tour será conhecido no Corona Open Mexico apresentado pela Quiksilver, pois quatro jovens surfistas passaram para as semifinais nas boas ondas de 5-7 pés da quinta-feira em Barra de La Cruz. Dois deles são Deivid Silva e Mateus Herdy, que derrotaram os campeões mundiais Gabriel Medina e Italo Ferreira, respectivamente, nos duelos brasileiros das quartas de final. Deivid vai enfrentar o italiano Leonardo Fioravanti e Mateus disputa a outra vaga na final com o australiano Jack Robinson. As semifinais podem começar as 8h30 da sexta-feira no México, 10h30 no Brasil, ao vivo no WorldSurfLeague.com

Deivid Silva confirmou vaga no CT 2022 contra Medina (Foto: Thiago Diz/World Surf League)

O Corona Openn Mexico apresentado pela Quiksilver está fechando o ranking do CT 2021, porque na quinta-feira o governo da Polinésia Francesa oficializou o cancelamento da última etapa, que começaria no dia 24 no Taiti, devido a situação crítica da pandemia do Covid-19 no arquipélago. Com isso, os top-5 e as top-5 que vão decidir os títulos mundiais da temporada no Rip Curl WSL Finals, de 9 a 17 de setembro em Trestles, na Califórnia (EUA), já foram definidos na quinta-feira no México.

O Brasil encabeça o ranking masculino, com Gabriel Medina em primeiro lugar, Italo Ferreira em segundo e Filipe Toledo em terceiro. Os outros classificados foram o norte-americano Conner Coffin em quarto lugar e o australiano Morgan Cibilic. Já o ranking feminino ficou com a havaiana Carissa Moore na frente, seguida pela brasileira Tatiana Weston-Webb, que foi barrada nas quartas de final e pode perder o segundo lugar se a australiana Sally Fitzgibbons vencer no México. A francesa Johanne Defay e a australiana Stephanie Gilmore, fecham a lista das concorrentes ao título.

Também na quinta-feira, foram definidos os 20 garantidos para disputar o CT em 2022 e mais quatro surfistas continuarão na seleção brasileira da WSL, junto com Medina, Italo e Filipe, Yago Dora, Deivid Silva, Jadson André e Miguel Pupo, que ainda depende da confirmação da aposentadoria do australiano Julian Wilson, para ser anunciado oficialmente. Os que ficaram de fora do grupo dos 20 primeiros do ranking, Caio Ibelli, Peterson Crisanto e Alex Ribeiro, ainda podem garantir suas permanências esse ano, pelas etapas do WSL Challenger Series, que começam em setembro.

Gabriel Medina é o número 1 do CT 2021 (Foto: Thiago Diz/World Surf League)

VAGA CONFIRMADA – Deivid Silva garantiu seu nome definitivamente com a vitória sobre Gabriel Medina nas quartas de final. O surfista do Guarujá entrou na elite em 2019 e conseguiu seu melhor resultado nessa bateria, fazendo seus recordes em etapas do CT, nota 8,67 e 15,34 pontos. Os dois começaram atacando as direitas com batidas verticais de backside e Deivid largou na frente com nota 5,33, contra 4,67 numa onda mais curta do Gabriel Medina.

DVD pega outra onda limpa que abre para fazer algumas manobras, que valeram 5,83. Medina vem em uma mais espumada, mas formando a parede para mostrar seu surfe e conseguir 6,67 para se manter na frente. Deivid então pega uma onda maior lá perto das pedras de Barra de La Cruz, manda duas sapatadas jogando muito água pra cima, emenda uma série de cutbacks e finaliza com uma pancada na junção incrível.

Ele cerra os punhos e abre os braços pedindo nota para os juízes, que dão 8,67. Medina responde verticalizando as batidas de cabeça pra baixo e ganha 6,47, porém fica precisando de 7,84 pra vencer. Só que Deivid surfa muito bem outra onda boa, repetindo o ataque com batidas e rasgadas e mandando uma mais explosiva na junção, recebendo 6,67 para aumentar a vantagem para 8,67 pontos. Depois, não entrou mais onda com potencial para Medina conseguir isso e a vitória do DVD foi confirmada por 15,34 a 13,14 pontos.

Deivid Silva jogando água pra cima nas manobras (Foto: Tony Heff/World Surf League)

“Caramba, estou extremamente feliz e essa foi a melhor bateria da minha vida, sem dúvida. Porque foi contra o Gabriel (Medina) e ele é insano”, vibrou Deivid Silva. “Eu estou superbem e acho que posso até vencer esse evento, mas a semifinal vai ser difícil também, porque o Leo (Fioravanti) está surfando muito aqui. Mas, estou me sentindo bem confiante, minhas pranchas estão ótimas e estou pronto para tentar chegar na final”.

BRASIL NAS SEMIFINAIS – Deivid já tinha brilhado nas oitavas de final que abriram a quinta-feira, não dando qualquer chance ao norte-americano Kolohe Andino. O italiano Leonardo Fioravanti também fez grandes apresentações contra dois classificados para o Rip Curl WSL Finals, o australiano Morgan Cibilic nas oitavas e o californiano Conner Coffin nas quartas. Esta será a segunda vez que Deivid e Leonardo se enfrentarão em etapas do CT e o brasileiro ganhou a única, na primeira fase da etapa de Portugal em 2019.

Assim como Deivid, o jovem australiano Jack Robinson também confirmou seu nome no CT 2022 com a passagem para as semifinais, tirando a chance do português Frederico Morais seguir na disputa por uma vaga nos top-5. Nas oitavas de final, Robinson surfou uma onda impressionante, que ganhou nota 9,37, a maior do Corona Open Mexico. O australiano vai fazer um verdadeiro duelo da nova geração com Mateus Herdy na segunda semifinal.

Jack Robinson recordista de nota no Mexico (Foto: Tony Heff/World Surf League)

DUELO DE CAMPEÕES – O catarinense campeão mundial Pro Junior da WSL em 2018, ganhou de forma espetacular o confronto com o campeão mundial do CT em 2019 e medalha de ouro nas Olimpíadas de Tóquio. A bateria começa com Mateus usando os aéreos e variando manobras progressivas de frontside, enquanto Italo prefere o “base-lip”, com batidas e rasgadas de backside. As primeiras notas do catarinense foram 6,83 e 6,50 e as do potiguar, que vai ganhar uma estátua na sua cidade, Baía Formosa, valeram 6,60 e 8,83.

A primeira metade dos 35 minutos da bateria ficou assim, com Italo na frente somando 15,43 pontos e Mateus necessitando de 8,61 para vencer. Italo pega a onda seguinte e arrisca o aéreo, mas não completa. Mateus vem na de trás e começa com uma batida vertical, faz um layback fortíssimo jogando a rabeta e segue com batidas e rasgadas, até finalizar com um aéreo reverse. Os juízes dão 7,27 para ele, que passa a precisar de 8,17 para vencer nos 15 minutos finais. Os dois pegam umas ondas que não rendem muitos pontos críticos.

Nos últimos minutos, Italo erra de novo na escolha e Mateus pega uma morra, já manda um aéreo gigante de alto risco jogando a rabeta pro alto, segura a aterrissagem no buraco da onda e vai acelerando para passar a sessão. A onda balança bastante, mas ele vai manobrando até o fim e os juízes dão 9,27, a segunda maior nota do evento. Com ela, Mateus Herdy garante a vitória de virada sobre Italo Ferreira, por 16,54 a 15,43 pontos. Foi o segundo surfista potiguar que o catarinense derrotou na quinta-feira. O outro foi Jadson André.

O aéreo de Mateus Herdy na onda da vitória (Foto: Tony Heff/World Surf League)

“Eu estou muito feliz e aprendo muito em todas as baterias”, disse Mateus Herdy. “Eu estava falando com o Jadson antes, que conheci ele quando eu era moleque. Eu tinha uns 8 ou 9 anos de idade quando ele ganhou o CT em Imbituba (em 2010 batendo Kelly Slater na final). É muito bom estar aqui. Olho pro lado e vejo o Kelly, então chegou num ponto que tudo está muito real. Antes da bateria com o Italo, fiquei pensando no ano louco que ele teve após o título mundial. Mas, eu queria ganhar dele e eu não tinha nada a perder. Aliás, só a premiação, que é muita grana (risos), então estou muito amarradão”.

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O atual campeão mundial também comentou sobre a bateria brasileira que fechou a quinta-feira de muita emoção nas direitas excelentes de Barra de La Cruz. Foi um dia que decidiu tudo, os classificados para disputar o título mundial no Rip Curl WSL Finals e os que ficam na elite para o CT 2022. Além de Jadson André, Yago Dora também competiu na quinta-feira e perdeu nas oitavas de final, para o português Frederico Morais.

Italo Ferreira (Foto: Tony Heff/World Surf League)

“Chegar no WSL Finals sempre foi o meu objetivo esse ano, então fico feliz por estar nessa posição”, disse Italo Ferreira. “Eu tive uma boa bateria com o Mateusinho e ele quebrou na última onda dele. Estou feliz por ele e agora meu foco já é o último evento do ano. Vou colocar todo meu esforço nisso, porque eu quero o título. Estou feliz por voltar aqui para o México depois de tantos anos. Agora é hora de ir pra casa e me preparar para o próximo desafio”.

CATEGORIA FEMININA – Na categoria feminina, também poderia ter acontecido uma semifinal brasileira no Corona Open Mexico apresentado pela Quiksilver. A cearense Silvana Lima entrou na quinta oitava de final e surfou muito bem as direitas de Barra de La Cruz. Com os 15,33 pontos que totalizou, com notas 8,00 e 7,33, venceria as quatro baterias anteriores. Mas, sua adversária era a tetracampeã mundial e medalhista de ouro que enfrentou nas Olimpíadas, Carissa Moore. A havaiana tirou um 9,50 numa onda incrível e venceu por 16,37 pontos.

Silvana Lima (Foto: Tony Heff/World Surf League)

Além de Carissa Moore, a única surfista que superou os 15,33 pontos da Silvana Lima nas oitavas de final foi Tatiana Weston-Webb. A gaúcha atingiu 15,57 pontos com notas 8,67 e 6,90 na tranquila vitória sobre a americana Sage Erickson e tinha chances de conseguir o primeiro lugar no ranking. Para isso, precisaria vencer a etapa do Mexico. Mas, parou na heptacampeã mundial Stephanie Gilmore nas quartas de final, sem achar boas ondas na bateria que reeditou sua vitória na etapa de Margaret River, na Austrália.

“Estou super orgulhosa em confirmar minha presença no WSL Finals e foi um ano cheio de desafios, não só pra mim, mas para todo mundo”, disse Tatiana Weston-Webb. “Quero agradecer ao meu técnico, que está sempre comigo me apoiando, seja após uma derrota, ou quando estou chorando e vibrando de alegria. E meu marido também (Jessé Mendes), que está comigo neste evento. Quero agradecer também aos meus patrocinadores e todo mundo no Brasil, que sempre está torcendo por mim”.

Tatiana Weston-Webb (Foto: Thiago Diz/World Surf League)

Tatiana deixou a praia de Barra de La Cruz na quinta-feira em segundo lugar no ranking do CT 2021. A única que ainda pode ultrapassa-la é a terceira colocada, Sally Fitzgibbons, que vai disputar a primeira semifinal com a havaiana Malia Manuel. Mas, a australiana só consegue isso com a vitória no México. A segunda vaga na grande final será disputada no clássico de campeãs mundiais, entre a tetra Carissa Moore e a hepta Stephanie Gilmore.

TRANSMISSÃO AO VIVO – O Corona Open Mexico apresentado pela Quiksilver é patrocinado pela Corona, Quiksilver, Jeep, Red Bull, Oakley, Hydro Flask, Expedia, DraftKings e está sendo transmitido ao vivo pelo WorldSurfLeague.com e pelo aplicativo da WSL, com os brasileiros podendo acompanhar esta sétima etapa do World Surf League Championship Tour 2021 também pelos canais ESPN Brasil.

SEMIFINAIS DO CORONA OPEN MEXICO APRESENTADO PELA QUIKSILVER:

CATEGORIA MASCULINA – 3.o lugar com 6.085 pontos:
1.a: Deivid Silva (BRA) x Leonardo Fioravanti (ITA)
2.a: Jack Robinson (AUS) x Mateus Herdy (BRA)

CATEGORIA FEMININA – 3.o lugar com 6.085 pontos:
1.a: Sally Fitzgibbons (AUS) x Malia Manuel (HAV)
2.a: Carissa Moore (HAV) x Stephanie Gilmore (AUS)

RESULTADOS DO CORONA OPEN MEXICO NA QUINTA-FEIRA:

QUARTAS DE FINAL – Derrota=5.o lugar com 4.745 pontos:
1.a: Deivid Silva (BRA) 15.34 x 13.14 Gabriel Medina (BRA)
2.a: Leonardo Fioravanti (ITA) 15.73 x 14.24 Conner Coffin (EUA)
3.a: Jack Robinson (AUS) 14.06 x 12.60 Frederico Morais (PRT)
4.a: Mateus Herdy (BRA) 16.54 x 15.43 Italo Ferreira (BRA)

OITAVAS DE FINAL – Derrota=9.o lugar com 2.610 pontos:
1.a: Gabriel Medina (BRA) 13.60 x 13.20 Ethan Ewing (AUS)
2.a: Deivid Silva (BRA) 13.44 x 9.67 Kolohe Andino (EUA)
3.a: Leonardo Fioravanti (ITA) 14.00 x 12.00 Morgan Cibilic (AUS)
4.a: Conner Coffin (EUA) 14.50 x 9.40 Jeremy Flores (FRA)
5.a: Jack Robinson (AUS) 15.80 x 13.00 Rio Waida (IDN)
6.a: Frederico Morais (PRT) 15.43 x 12.26 Yago Dora (BRA)
7.a: Italo Ferreira (BRA) 14.50 x 12.57 Kelly Slater (EUA)
8.a: Mateus Herdy (BRA) 13.34 x 9.84 Jadson André (BRA)

QUARTAS DE FINAL – Derrota=5.o lugar com 4.745 pontos:
1.a: Malia Manuel (HAV) 12.67 x 9.67 Johanne Defay (FRA)
2.a: Sally Fitzgibbons (AUS) 15.17 x 11.77 Courtney Conlogue (EUA)
3.a: Carissa Moore (HAV) 17.47 x 10.50 Isabella Nichols (AUS)
4.a: Stephanie Gilmore (AUS) 15.50 x 7.33 Tatiana Weston-Webb (BRA)

OITAVAS DE FINAL – Derrota=9.o lugar com 2.610 pontos:
1.a: Johanne Defay (FRA) 14.00 x 12.97 Brisa Hennessy (CRI)
2.a: Malia Manuel (HAV) 12.60 x 10.93 Caroline Marks (EUA)
3.a: Sally Fitzgibbons (AUS) 13.00 x 10.43 Macy Callaghan (AUS)
4.a: Courtney Conlogue (EUA) 13.50 x 11.50 Keely Andrew (AUS)
5.a: Carissa Moore (HAV) 16.37 x 15.33 Silvana Lima (BRA)
6.a: Isabella Nichols (AUS) 12.60 x 12.30 Tyler Wright (AUS)
7.a: Tatiana Weston-Webb (BRA) 15.57 x 3.43 Sage Erickson (EUA)
8.a: Stephanie Gilmore (AUS) 14.07 x 12.57 Bronte Macaulay (AUS)

TOP-20 DO RANKING 2021 PARA O CT 2022:
01: Gabriel Medina (BRA) – 43.400 pontos
02: Italo Ferreira (BRA) – 31.660
03: Filipe Toledo (BRA) – 30.735
04: Conner Coffin (EUA) – 25.355
05: Morgan Cibilic (AUS) – 25.270
——-Top-5 do Rip Curl WSL Finals
06: Griffin Colapinto (EUA) – 22.905
07: Jordy Smith (AFR) – 22.505
08: Kanoa Igarashi (JPN) – 22.215
09:- Yago Dora (BRA) – 20.875
10: Frederico Morais (PRT) – 20.790
11: John John Florence (HAV) – 19.660
12: Leonardo Fioravanti (ITA) – 18.800 nas semifinais
13: Ryan Callinan (AUS) – 15.470
13: Ethan Ewing (AUS) – 15.470
13: Adriano de Souza (BRA) – 15.470 aposentado
16: Jack Robinson (AUS) – 15.385 nas semifinais
17: Deivid Silva (BRA) – 14.820 nas semifinais
18: Kelly Slater (EUA) – 14.680
19: Jadson André (BRA) – 14.610
20: Jeremy Flores (FRA) – 14.045 aposentado
20: Julian Wilson (AUS) – 14.045 aposentado
20: Seth Moniz (HAV) – 14.045
20: Miguel Pupo (BRA) – 14.045
———–brasileiros fora dos top-20:
25: Caio Ibelli (BRA) – 12.620 pontos
27: Peterson Crisanto (BRA) – 10.630
33: Alex Ribeiro (BRA) – 6.650

TOP-9 DO RANKING 2021 PARA O CT 2022:
01: Carissa Moore (HAV) – 37.770 nas semifinais
02: Tatiana Weston-Webb (BRA) – 34.715
03: Sally Fitzgibbons (AUS) – 33.000 nas semifinais
04: Johanne Defay (FRA) – 32.035
05: Stephanie Gilmore (AUS) – 28.120 nas semifinais
——-Top-5 do Rip Curl WSL Finals
06: Caroline Marks (EUA) – 26.050
06: Tyler Wright (AUS) – 26.050
08: Isabella Nichols (AUS) – 24.645
09: Courtney Conlogue (EUA) – 22.930

Fonte: WSL Latin America / João Carvalho

Publicado: 13/08/2021

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