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Máscaras são descartadas inadequadamente nas praias de Aracaju

Vivemos uma epidemia de máscaras laváveis e descartáveis espalhadas nas praias de Aracaju. Além de combater o traiçoeiro inimigo invisível, o novo coronavírus SARS-Cov-2, os banhistas, surfistas e turistas correm risco de contágio devido ao descarte irregular.

O EPI (equipamento de proteção individual) está cada vez mais presente no chão dos espaços públicos, contrariando as normas sanitárias de combate a Covid-19. Além de colocar a população em risco de contaminação perante as novas variantes, as máscaras agravam a problemática do frágil meio ambiente praiano da capital sergipana.

Máscara de Tecido descartada irregularmente na Praia dos Arcos, Orla da Atalaia – Foto: #SSnaVeia

Inúmeras organizações do terceiro setor ligadas à conservação dos oceanos e do meio ambiente alertaram através de pesquisas científicas, o impacto do EPI nos animais. Conforme a imprensa nacional, uma pesquisa holandesa publicada no periódico Animal Biology assinalou 28 espécies impactadas pelo descarte irregular de equipamentos de proteções.

Primeira vítima da ninhada COVID-19, um tordo-americano ( Turdus migratorius ) emaranhado em uma máscara facial em Chilliwack, BC, Canadá, em 10 de abril de 2020 – Fonte: Animal Biology / Foto: Sandra Denisuk.

Ambientalistas já relataram ocorrências de animais marinhos mortos devido aos EPIs no Brasil, outros ingeriram ou ficaram presos em partes de máscaras e luvas ao redor do mundo. A pesquisa holandesa alertou que as aves usaram os equipamentos para construções de ninhos.

Ninho de galeirão (Fulica atra ) parcialmente construído com máscara (GW9792-3) e luva (GW97924). Ninho localizado em Beestenmarkt, Leiden, Holanda, coletado em 6 de setembro de 2020 – Fonte: Animal Biology / Foto: Auke-Florian Hiemstra.
Máscaras Hospitalares

O equipamento de proteção, as máscaras hospitalares, é o grande vilão para o meio ambiente nesta pandemia. O polipropileno – termoplástico – faz parte da composição do EPI, por isso, não se decompõe facilmente, prejudicando o equilíbrio natural do mar, rio, flora é fauna litorânea. Pesquisas apontam até 400 anos para decomposição das máscaras sintéticas e um ano às de algodão.

As diversas categorias de máscaras também podem contaminar o lençol freático, obstruir a rede de coleta de água pluvial e provocar alagamento nas avenidas, ruas e nos bolsões de estacionamentos das orlas de Aracaju.

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Sensibilização e Proteção

O avanço do descarte irregular das máscaras antivirais: hospitalar, neoprene e tecido no calçadão da Orla de Aracaju chama atenção dos transeuntes, especialmente nos acessos às praias e na areia entorno dos bares.

Máscara Cirúrgica descartada irregularmente na Praia do Havaizinho, Orla da Atalaia – Foto: #SSnaVeia

Em conversa informal e distanciada na Praia do Havaizinho, dois surfistas do Sombreiro Surf debateram alguns que podem ser debatidos entre as autoridades públicas sanitaristas, do meio ambiente e da limpeza pública:

  • Utilização de EPIs nos profissionais de limpeza pública – óculos de proteção ou protetor facial, máscaras e luvas – para evitar a contaminação da Covid-19;
  • Frequente inserção de campanhas publicitárias educativas para alertar e educar os banhistas no tocante dos graves problemas do não uso e, também, do descarte irregular das máscaras;
  • Colocação de placas informativas de reforço – cuidados e descartes – nos principais pontos das orlas de Aracaju e nos acessos às praias e rios;
  • Fiscalização e aplicação de multa para quem for pego jogando o EPI no chão dos logradores públicos no período pandêmico;
  • Efetuar a limpeza constante dos acessos às praias – calçadão e areia – e ao redor dos bares.
Máscara de Tecido mantém maior incidência de descarte irregular na Orla da Atalaia – Foto: #SSnaVeia
Descarte Correto

De acordo com a Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes), o descarte correto de EPIs – máscaras, luvas, gorros, aventais – deve seguir o protocolo de colocar o equipamento de segurança dentro de dois sacos plásticos, isto é, um dentro do outro, amarrá-los e descartá-los no lixo comum.

Surfista consciente combate o novo coronavírus, protege a família e salva vidas. Seja mais radical, não jogue máscara no chão, o risco de contaminação da Covid-19 existe e, também, prejudica o meio ambiente da sua cidade.

Publicado: 26/04/2021

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