Transmissão da Covid-19 amplia e eventos de lazer coletivo seguem suspensos em Sergipe
O grupo jovem mantém a maior taxa de contaminação, regras protocolares não são cumpridas e preocupa as autoridades. Ainda assim, competições esportivas surf vêm sendo realizadas em meio à suspensão
Não é tarefa fácil controlar a traíra da Covid-19 em Sergipe. Nas últimas semanas, a aceleração do contágio do novo coronavírus nas terras do Cacique Serigy, acendeu o sinal de alerta das autoridades públicas e dos membros do Comitê Técnico-Científico e de Atividades Especiais (Ctcae).
O último Boletim Covid-19 de Sergipe Contra o Coronavírus aponta os jovens de 20 a 39 anos com maior taxa de contaminados (43,6%). Já a taxa de ocupação de leitos hospitalares nas redes pública e privada vem avançando. O Governo de Sergipe pretende ampliar a quantidade de leitos de UTI exclusivos na rede estadual, de 138 para180 até o final do próximo mês de janeiro.
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Fatores de ampliação de contágio
Praias e bares
O ambiente praiano é um termômetro para medir o comportamento social do grupo com maior taxa de contaminação da Convid-19. O novo normal e os protocolos sanitários não colaram entre a maioria da galera jovem. Praticar o distanciamento, usar de forma correta a máscara e se higienizar com álcool gel 70º são medidas não adotadas pela maioria dos banhistas nas areias ou mesas de bares.
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Transportes Públicos
Comportamentos sociais semelhantes dos ambientes praianos ocorrem diariamente nos transportes públicos. Praticar o distanciamento no interior do ônibus no horário de pico é quase impossível. O uso correto da máscara só acontece na entrada do veículo coletivo. Durante o percurso, a medida protetiva obrigatória, não é comprida corretamente por muitos. É normal o usuário usar a máscara pendurada na orelha ou, abaixo do queixo.
O Ministério Público de Sergipe tem que intervir e buscar soluções junto às autoridades para ampliar a frota do transporte público de forma urgente. Solicitar o término das aglomerações no interior dos oito terminais de integração, constante higienização do veículo coletivo e desinfeccionar os equipamentos dos terminais diariamente. As superfícies contaminadas também preocupam os usuários do transporte coletivo.
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Eleições 2020
No pleito eleitoral 2020 não diferiu dos ambientes praianos e do transporte público. Eleitores, candidatos e políticos se aglomeram nos atos de campanha dos 74 municípios sergipanos por longos e intermináveis dias. O resultado é refletido nos números atualizados da rede estadual de saúde. O momento é complicada e poderá ser agravar nos próximos meses, assim aponta os técnicos cientistas.
Bares noturnos
O jovem intensificou a curtição nas baladas após a abertura econômica, os bares e alguns pontos de logradouros públicos estão lotados durante a madrugada. Ele não está preocupado com os familiares que praticam o isolamento social, especialmente aqueles do grupo de risco. O vírus da Covid-19 passou a entrar pela porta da frente das casas das famílias sergipanas.
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O governador Belivaldo Chagas foi enfático na entrevista coletiva à imprensa, no Palácio dos Despachos, na terça (15). Ele afirmou que a situação é drástica e a sociedade tem que colaborar.
Eventos de lazer coletivo seguem suspensos
Reunido no dia 19 de novembro, no Palácio dos Despachos, o Comitê Técnico-Científico e de Atividades Especiais (Ctcae) reforçou a suspensão de eventos de lazer coletivo, assim como shows, blocos, micaretas e eventos esportivos de corridas, maratonas, campeonatos e similares.
O protocolo sanitário da Secretaria de Estado da Saúde, por meio da Portaria N.º 207/2020, ainda permanece válido, suspendendo qualquer tipo de competição, a exemplo das modalidades surf, futevôlei, natação, futebol de praia, entre outras modalidades.
Não é tarefa fácil para qualquer cidadão, incluindo os membros da comunidade surf sergipana, superar os drásticos efeitos colaterais da maior crise sanitária da história brasileira. O momento é grave e pede cautela de todos. Prevenir é melhor que remediar.
Falta de empatia pelas vitimas da Covid-19
Após a reabertura gradual do mercado muitos cidadãos deixaram de seguir as regras científicas sanitárias da Organização Mundial de Saúde (OMS). O clima tenso do “liberou geral” ou “nada mudou” persiste nas praias da capital.
Três surfistas experientes e assíduos da Praia do Havaizinho, em conversa reservada e distanciada nesta semana, citaram o óbito de um surfista da Zona Sul e de um familiar de outro surfista conhecido. Para eles, os fatos trágicos não sensibilizaram os organizadores, patrocinadores e competidores.
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Todos lembraram a contaminação de membros do corpo técnico WSL e, posteriormente, a paralisação do Pipe Masters pelas autoridades públicas havaianas. Rastrear a contaminação e ampliar os testes foram medidas necessárias para retomada do evento e promover a segurança da saúde dos atletas e profissionais da organização.
Medir temperatura de assintomático em meio ao decreto governamental suspensivo não prioriza a saúde dos atletas e staff, e, na ponta final, dos familiares. O grupo jovem é fator de alto risco de contaminação em Sergipe.
Para eles, entre outros motivos, o surf sergipano não é levado à sério pelas autoridades competentes e, não se profissionaliza à nível nacional.
Publicado: 19/12/2020