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Só deu Brasil na Austrália com Filipe e Tatiana vencendo o Boost Mobile Margaret River Pro

Só dá Brasil na “perna australiana” do World Surf League Championship Tour 2021, agora conquistando os dois títulos do Boost Mobile Margaret River Pro apresentado pela Corona. Filipe Toledo festejou sua oitava vitória da carreira derrotando o sul-africano Jordy Smith e subiu para o terceiro lugar no ranking, que continuou com Gabriel Medina em primeiro e Italo Ferreira em segundo. E Tatiana Weston-Webb venceu a heptacampeã mundial Stephanie Gilmore na decisão feminina, para completar o domínio verde-amarelo nas grandes ondas da segunda-feira em Main Break. A gaúcha assumiu a vice-liderança no ranking com seu segundo título em etapas do CT e a seleção brasileira segue favorita para a última etapa da Austrália, o Rip Curl Rottnest Search, que começa no próximo domingo em Rottnest Island.

Jordy Smith, Tatiana Weston-Webb, Filipe Toledo e Stephanie Gilmore (Foto: Cait Miers / World Surf League via Getty Images)

“Foi um sentimento incrível. O evento foi difícil, mas bem divertido surfar tantas baterias boas com tantos surfistas bons”, disse Filipe Toledo. “Essa vitória é especial, porque eu prometi para minha esposa e para o meu filho, Koa, que eu ia vencer para levar esse troféu para ele de aniversário que está comemorando hoje (segunda-feira). A missão foi cumprida e amo muito vocês e a minha família toda. Feliz Dia das Mães para a minha mãe, minha esposa e para todas as mães. Sem vocês a gente não estaria aqui. Me sinto abençoado com essa vitória e só tenho que agradecer por ter tido essa oportunidade”.

Essa era a terceira final que Filipe Toledo enfrentava Jordy Smith e já tinha vencido as outras, no Oi Rio Pro de 2019 em Saquarema e o Hurley Pro at Trestles de 2017 no palco da decisão do título mundial deste ano, que será disputado pelos top-5 do ranking no Rip Curl WSL Finals, em setembro nas ondas de Trestles, na Califórnia, Estados Unidos. A vitória em Margaret River valia o terceiro lugar no ranking, que estava com John John Florence. Agora, o Brasil aumenta a supremacia com Gabriel Medina em primeiro, Italo Ferreira em segundo e Filipe Toledo em terceiro lugar. O havaiano caiu para quarto e Jordy Smith fecha o grupo dos top-5 no momento.

Filipe Toledo e Jordy Smith (Foto: Cait Miers/World Surf League via Getty Images)

“Com este resultado, dei um pulo grande no ranking”, destacou Filipe Toledo, que saltou do oitavo para o terceiro lugar na classificação geral das quatro etapas. “O mais importante é ser consistente nos eventos. Não é sempre que se ganha, mas é importante estar sempre chegando nas finais, ou semifinais, para me manter entre os top-5. Esse é o meu foco, chegar no final do ano entre os top-5 que vão disputar o título mundial em Trestles”.

Os brasileiros venceram todas as três etapas da “perna australiana”. O domínio absoluto começou com Italo Ferreira ganhando uma final verde-amarela com Gabriel Medina no Rip Curl Newcastle Cup em Newcastle. Depois, Medina venceu a segunda em Sidney, com Tatiana Weston-Webb sendo vice-campeã no Rip Curl Narrabeen Classic. Agora, deu dobradinha com Filipe e Tatiana conquistando os dois títulos do Boost Mobile Margaret River Pro.

Tatiana Weston-Webb e Stephanie Gilmore (Fot: Cait Miers / WSL via Getty Images)

“Eu nem consigo explicar essa sensação incrível que estou sentindo”, disse Tatiana Weston-Webb. “A Steph (Gilmore) é uma das melhores surfistas de todos os tempos que sempre admirei muito, então foi incrível enfrentá-la em uma final. Você não costuma surfar contra uma surfista sete vezes campeã mundial e estou muito grata por ter vencido, depois de terminar em segundo lugar no último evento (em Sidney)”.

A gaúcha dominou a final contra Stephanie Gilmore desde a sua primeira onda, mas a decisão masculina começou com Jordy Smith na frente com nota 8,00 numa onda destruída pela força das suas manobras. A primeira do Filipe valeu 6,67 e o sul-africano logo consegue um 6,00. O brasileiro entra na briga pegando uma onda melhor para usar sua variedade de manobras modernas e progressivas, invertendo a direção da prancha e jogando a rabeta para abrir grandes leques de água a cada ataque e assumir a ponta com nota 8,33.

Filipe Toledo (Foto: Matt Dunbar/World Surf League via Getty Images)

O sul-africano passa a precisar de 7,01 pontos, mas é o brasileiro que pega outra onda que passa por ele. Ela era grande e ele vai lá na base, sobre para abrir um lindo arco, emendando com uma batida forte e um pancadão na junção, para ganhar 9,00 dos juízes. Com essa nota, abriu 9,33 pontos de vantagem há 15 minutos do fim da bateria. Jordy troca sua nota 6,00 por 6,23, mas logo Filipe surge destruindo outra onda com uma rasgada gigante de saída e mais uma para preparar o ataque na junção, completando a finalização para trocar o 8,33 por 8,40. Jordy passou a precisar de 9,40 para vencer, só que não entrou mais ondas com potencial para tirar uma nota tão alta assim e a vitória brasileira foi confirmada por 17,40 a 14,23 pontos.

“Foi uma grande semana”, disse Jordy Smith. “Eu sempre gosto de vir aqui para o West Australia, por causa das ondas como as que tivemos aqui durante todo o campeonato. Eu me diverti bastante hoje e estava feliz por chegar a uma final pela primeira vez aqui. Eu só preciso voltar a ganhar uma etapa, mas estou mais animado e quero manter esse ritmo lá em Rottnest Island. Quem sabe, eu tenha mais sorte lá”.

Jordy Smith (Foto: Matt Dunbar/World Surf League via Getty Images)

O sul-africano passa a precisar de 7,01 pontos, mas é o brasileiro que pega outra onda que passa por ele. Ela era grande e ele vai lá na base, sobre para abrir um lindo arco, emendando com uma batida forte e um pancadão na junção, para ganhar 9,00 dos juízes. Com essa nota, abriu 9,33 pontos de vantagem há 15 minutos do fim da bateria. Jordy troca sua nota 6,00 por 6,23, mas logo Filipe surge destruindo outra onda com uma rasgada gigante de saída e mais uma para preparar o ataque na junção, completando a finalização para trocar o 8,33 por 8,40. Jordy passou a precisar de 9,40 para vencer, só que não entrou mais ondas com potencial para tirar uma nota tão alta assim e a vitória brasileira foi confirmada por 17,40 a 14,23 pontos.

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“Foi uma grande semana”, disse Jordy Smith. “Eu sempre gosto de vir aqui para o West Australia, por causa das ondas como as que tivemos aqui durante todo o campeonato. Eu me diverti bastante hoje e estava feliz por chegar a uma final pela primeira vez aqui. Eu só preciso voltar a ganhar uma etapa, mas estou mais animado e quero manter esse ritmo lá em Rottnest Island. Quem sabe, eu tenha mais sorte lá”.

Tatiana Weston-Webb e Filipe Toledo (Foto by Cait Miers / WSL via Getty Images)

SEMIFINAIS FEMININAS – Depois deste confronto brasileiro, começaram as semifinais femininas, com Tatiana Weston-Webb disputando a primeira vaga na decisão com a surfista local de Margaret River, Bronte Macaulay. A praia estava lotada torcendo para ela, principalmente por todo o sentimento pela morte inesperada do seu irmão no sábado. A australiana começou melhor com nota 6,00, contra 5,00 da brasileira.

Não entraram muitas ondas boas e Bronte errou as manobras mais fortes que arriscava. O máximo que conseguiu depois foi um 3,00, para somar com o 6,00 da sua primeira onda. Já Tatiana pegou uma que rendeu uma nota 5,10 e outra muito boa no minuto final, que arma a parede para mandar um batidão reto de cabeça pra baixo e ganhar 7,17. Com essa nota, venceu por 12,27 a 9,00 pontos e avançou para a sua segunda final seguida em Margaret River.

“Eu quero dedicar esta vitória para a família Macaulay”, ofereceu Tatiana Weston-Webb. “Eu enfrentei a Bronte (Macaulay) hoje cedo e ela foi muito corajosa em aparecer para competir depois do que aconteceu. Eu nem consigo imaginar o que ela estava passando. Eles são uma família incrível e fazem parte do surfe aqui em West Australia, então minhas condolências para eles”.

Tatiana Weston-Webb (Foto: Matt Dunbar/World Surf League via Getty Images)

A outra semifinal foi um duelo envolvendo onze títulos mundiais, da tetracampeã Carissa Moore, que lidera o ranking 2021, com a heptacampeã Stephanie Gilmore, que pela primeira vez no ano passava das quartas de final. Foi mais uma bateria com poucas ondas boas e a australiana confirmou a vitória na que surfou nos minutos finais. Stephanie arriscou tudo e a nota 7,67 recebida virou o resultado para 12,24 a 12,00 pontos.

NOVE FINAIS NO CT – A experiente heptacampeã mundial já tinha disputado 46 finais e uma foi com Tatiana Weston-Webb em 2018, vencendo o Rip Curl Pro Bells Beach lá mesmo na Austrália. A brasileira chegava em sua nona decisão de título em etapas do CT e só tinha uma vitória, no Vans US Open of Surfing de 2016 em Huntington Beach, na Califórnia. Tatiana vinha de um vice-campeonato na etapa passada, o Rip Curl Narrabeen Classic em Sidney, contra a californiana Caroline Marks. Em Margaret River, também tinha feito a final da última etapa lá em 2019 e perdido para a americana Lakey Peterson.

Agora era a hora de vencer e ela começou muito forte, com nota 8,50 numa onda grande, que inicia rasgando forte e atacando a junção abrindo um grande leque de água com um batidão de backside. A brasileira pega outra onda para somar nota 5,00 com duas manobras. A australiana demora um pouco, mas escolhe uma onda boa, manda uma batida forte e uma rasgada para entrar na disputa do título com 6,83 e logo consegue uma nota 6,00.

Tatiana prefere aguardar pela onda boa e escolhe uma da série, manda uma batida embaixo do lip, faz uma rasgada e completa um ataque na junção muito difícil. Os juízes dão 7,73 e a australiana passa a precisar de 9,40 para vencer nos 5 minutos finais. Stephanie já tinha conseguido um 9,50 na quarta de final contra Tyler Wright e pega uma última onda para fazer grandes manobras. Ela até recebe sua maior nota, 8,17, mas não tira a vitória de Tatiana Weston-Webb, que festeja bastante o título conquistado por 16,23 a 15,00 pontos.

Stephanie Gilmore (Foto: Matt Dunbar/World Surf League via Getty Images)

“No início da bateria, eu deixei passar aquela onda boa que ela conseguiu um 8,50”, contou Stephanie Gilmore. “Isso me deixou um pouco desconcentrada, mas mantive a confiança até o fim. Eu já tinha conseguido um 9,50 no evento, mas a Tatiana é uma competidora difícil e uma surfista incrível. Seu backhand é muito forte, especialmente aqui em Main Break sempre foi difícil de derrotar. Foi a primeira vez que fiz uma final aqui, então estou feliz e ansiosa para ir para Rottnest agora. Espero passar das quartas de final lá também”.

O Boost Mobile Margaret River Pro apresentado pela Corona foi transmitido ao vivo pelo www.worldsurfleague.com, Youtube e aplicativo da World Surf League e pelos canais da ESPN Brasil. O próximo desafio dos melhores surfistas do mundo é o Rip Curl Rottnest Search apresentado pela Corona, que vai fechar a “perna australiana” do World Surf League Championship Tour 2021 nos dias 16 a 26 deste mês na ilha de Rottnest.

RESULTADOS DO ÚLTIMO DIA DO BOOST MOBILE MARGARET RIVER PRO:
Campeão: Filipe Toledo (BRA) por 17,40 pontos (9,00+8,40) – 10.000 pontos
Vice-campeão: Jordy Smith (AFR) com 14,23 pontos (8,00+6,23) – 7.800 pontos

SEMIFINAIS – 3.o lugar com 6.085 pontos:
1.a: Jordy Smith (AFR) 15.33 x 15.16 Griffin Colapinto (EUA)
2.a: Filipe Toledo (BRA) 15.16 x 13.74 Matthew McGillivray (AFR)

QUARTAS DE FINAL – 5.o lugar com 4.745 pontos:
1.a: Griffin Colapinto (EUA) x w.o John John Florence (EUA)
2.a: Jordy Smith (AFR) 11.00 x 10.90 Ryan Callinan (AUS)
3.a: Matthew McGillivray (AFR) 15.43 x 9.73 Seth Moniz (EUA)
4.a: Filipe Toledo (BRA) 13.90 x 13.73 Italo Ferreira (BRA)

DECISÃO FEMININA DO BOOST MOBILE MARGARET RIVER PRO:
Campeã: Tatiana Weston-Webb (BRA) por 16,23 (8,50+7,73) – 10.000 ptos
Vice-campeã: Stephanie Gilmore (AUS) com 15,00 (8,17+6,83) – 7.800 pontos

SEMIFINAIS – 3.o lugar com 6.085 pontos:
1.a: Tatiana Weston-Webb (BRA) 12.27 x 9.00 Bronte Macaulay (AUS)
2.a: Stephanie Gilmore (AUS) 12.24 x 12.00 Carissa Moore (EUA)

TOP-10 DO RANKING 2021 DA WORLD SURF LEAGUE – 4 etapas:
1.o- Gabriel Medina (BRA) – 28.920 pontos
2.o- Italo Ferreira (BRA) – 24.150
3.o- Filipe Toledo (BRA) – 20.735
4.o- John John Florence (EUA) – 19.395
5.o- Jordy Smith (AFR) – 19.185
6.o- Griffin Colapinto (EUA) – 16.820
7.o- Kanoa Igarashi (JPN) – 16.130
8.o- Ryan Callinan (AUS) – 14.140
8.o- Conner Coffin (EUA) – 14.140
10.o- Frederico Morais (PRT) – 14.055
———–outros brasileiros:
12.o- Caio Ibelli (BRA) – 11.290 pontos
13.o- Yago Dora (BRA) – 10.725
15.o- Jadson André (BRA) – 10.225
17.o- Peterson Crisanto (BRA) – 9.300
20.o- Deivid Silva (BRA) – 8.735
23.o- Adriano de Souza (BRA) – 7.670
25.o- Miguel Pupo (BRA) – 7.310
31.o- Alex Ribeiro (BRA) – 4.255

TOP-10 DO RANKING FEMININO DA WORLD SURF LEAGUE:
1.a- Carissa Moore (EUA) – 29.970 pontos
2.a- Tatiana Weston-Webb (BRA) – 26.495
3.a- Stephanie Gilmore (AUS) – 22.035
4.a- Caroline Marks (EUA) – 21.305
5.a- Tyler Wright (AUS) – 19.965
6.a- Sally Fitzgibbons (AUS) – 18.185
7.a- Johanne Defay (FRA) – 16.845
8.a- Isabella Nichols (AUS) – 16.200
9.a- Courtney Conlogue (EUA) – 14.485
9.a- Bronte Macaulay (AUS) – 14.485
9.a- Keely Andrew (AUS) – 14.485

Fonte: João Carvalho / WSL Latin America

Publicado: 10/05/2021

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